Samia Suluhu Hassan é a 1ª mulher a presidir a Tanzânia.
Por isso, foi duro para as jogadoras de futebol do país ouvirem dela, na semana passada, que elas “não tinham chance de se casarem” porque “pareciam homens”, já que “não têm peito”.
O comentário revoltou tanzanianas.
Suluhu Hassan falou sobre o assunto em evento com a seleção masculina sub-23 do país. Ela reconheceu que as jogadoras “dão orgulho”, mas que “uma vida de casada é um sonho” pra maioria.
Esse foi o jeito de ela defender que o país pague aposentadoria pra atletas femininas.
É preciso contextualizar: ela assumiu após a morte do presidente John Magufuli, governante de tendência autoritária. Curioso é que Magufuli era um grande negacionista da covid-19, e sua morte sob circunstâncias pouco claras levanta até suspeitas de que ele morreu devido ao vírus.
Portanto, quando a vice assumiu o cargo, em março, esperava-se que ela fizesse um governo mais aberto, e principalmente que combatesse a pandemia, o que Magufuli se negava a fazer.
De fato, a vacinação foi acelerada na Tanzânia desde então. Mas o comentário sobre as jogadoras…
“Nós, mulheres africanas, sabemos que nosso corpo têm sido objetificado por muito tempo”, afirmou a ativista tanzaniana Mwanahamisi Singano à DW em entrevista.
“É triste que a presidenta use as palavras dessa forma: se você não tem essas qualidades, não é mulher. Não é bonita.”
Ela disse que, na Tanzânia, há quem ache esse comentário normal, por ser uma sociedade que normalizou olhar para a mulher apenas do ponto de vista do casamento.
Mas que esperava que uma mulher na presidência trabalhasse para mudar isso, já que o governo Magufuli era machista.
O comentário também foi condenado por Catherine Ruge, líder da oposição, que escreveu em suas redes sociais: “todas as mulheres merecem respeito”, além de dizer que o comentário da presidenta era “humilhante” para todas as tanzanianas.
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Em sua estreia na fase de grupos da Champions, o Sheriff Tiraspol, da Transnístria, região separatista pró-Rússia de Moldova, enfrentará o ucraniano Shakhtar Donetsk.
Times da Rússia e da Ucrânia são vetados pela UEFA de estarem no mesmo grupo por questões políticas.
E aí?
A explicação para isso é simples: o Shakhtar Donetsk também é um time de uma região pró-Rússia.
Donetsk e Luhansk são regiões da Ucrânia que se rebelaram em 2014, quando o governo do presidente Viktor Yanukovych, considerado excessivamente próximo à Rússia, foi derrubado.
Aliás, Yanukovych, hoje exilado na Rússia, é de Donetsk e foi governador da região.
Por causa do conflito que se seguiu, em que foi instalado um governo separatista chamado República Popular de Donetsk, o Shakhtar não pôde mais jogar em casa, no seu belo estádio, a Donbass Arena
Emma Raducanu é filha de pai romeno, mãe chinesa, nasceu no Canadá e é britânica.
Seu triunfo no US Open virou um palco de disputa entre aqueles que acreditam que essa é uma vitória do multiculturalismo e aqueles que acham que essa é uma projeção muito pesada para uma atleta.
Raducanu, de apenas 18 anos, foi chamada de “uma história londrina” de sucesso pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan.
O próprio Khan é descendente de imigrantes, com pais que vieram do Paquistão, e sua visão política é centrada nessa questão.
Mas a tenista também foi parabenizada pelo líder da direita populista Nigel Farage, um dos arquitetos do Brexit, cuja retórica anti-imigratória é conhecida.
Ele já afirmou, por exemplo, que romenos cometem mais crimes e ninguém fica feliz quando um se muda pra vizinhança.
Nessa nova temporada do futebol turco, um clube tem chamado a atenção, tanto pela sua movimentação no mercado quanto pelo retorno à 1ª divisão após décadas:
O Adana Demirspor, clube de raízes históricas políticas de esquerda e hoje com ligações com o governo Erdoğan.
Ao todo, foram 26 anos longe da 1ª divisão.
O que não quer dizer que o Adana Demirspor não seja um clube tradicional, com uma torcida fiel: fundada em 1940, a equipe tem hoje a 10ª maior torcida de toda a Turquia, mesmo com anos de sofrimento nas divisões inferiores.
Adana é a 6ª maior cidade turca, distante de centros como Istambul e Ancara.
O clube foi fundado por operários ferroviários, razão pela qual sua torcida historicamente se identificou com pautas de esquerda, mantendo amizades com torcedores de clubes como St. Pauli e Livorno.
O jogo das Eliminatórias africanas entre Guiné e Marrocos marcado pra amanhã foi suspenso devido a um golpe de Estado em curso no país da África Ocidental.
(Ou seja, se esse Brasil e Argentina tivesse sido marcado pra 7 de setembro, quem sabe poderia terminar dessa forma…)
Soldados guineanos apareceram em rede nacional de TV neste domingo dizendo que eles dissolveram o governo do país. O Ministro da Defesa de Guiné, por outro lado, afirma que o golpe foi impedido pela guarda presidencial.
A seleção do Marrocos está deixando o país às pressas.
Muitos tiros foram ouvidos nas últimas horas, inclusive pelos marroquinos, na região do palácio presidencial, localizado na capital guineana, Conacri.
No poder desde 2010, o presidente Alpha Condé foi aparentemente detido pelos militares. Informações ainda estão desencontradas,
El Salvador está na fase final das Eliminatórias para a Copa 2022 e estreia hoje contra os EUA.
Por trás disso, um torcedor que cansou de ver a seleção apanhar e decidiu arregaçar as mangas:
Passou a monitorar todo e qualquer jogador de origem salvadorenha pra reforçar a equipe
Há mais de uma década, Hugo Alvarado passou a ir atrás de jogadores jovens com nomes ou rostos salvadorenhos, que estivessem nas categorias de base de clubes da Europa ou dos EUA, ou até em programas universitários estadunidenses.
Depois, fez contato com cada um deles.
Aqueles que expressavam vontade de jogar por El Salvador iam parar em sua base de dados, em selectatalent.com (La Selecta é o apelido da seleção salvadorenha).
Longe da Copa do Mundo desde 1982, o país foi o 1º da América Central a classificar-se para um Mundial, em 1970.