Uma portaria da @anvisa_oficial impõe restrições a viajantes que vêm de Reino Unido, África do Sul e Índia.
Por que esses países?
R: São os países de origem das variantes Alpha 🇬🇧, Beta 🇿🇦, Delta 🇮🇳
Mas essa medida é ilógica, já que as variantes estão em mais de 100 países.
Por semanas eu não queria crer que a @anvisa_oficial escolheu países alvo de restrições com base em locais de origem das variantes, e não com base em parâmetros de incidência da COVID-19 ou distribuição geográfica das variantes
Mas é isso mesmo. É uma regra ilógica, quase inócua
A portaria da ANVISA impõe quarentena apenas a viajantes com origem ou passagem pelos países que primeiro identificaram as variantes Alpha 🇬🇧, Beta 🇿🇦, Delta 🇮🇳
A medida deveria ter como alvo países com alta incidência de COVID e alta prevalência das variantes. Vejam os EUA.
Lei é lei. As regras precisam ser cumpridas. Mas as regras sanitárias atuais da @anvisa_oficial, quanto à entrada de viajantes estrangeiros, precisam de uma revisão urgente. As regras atuais têm pouco lógica epidemiológica, e só geram confusão. correiobraziliense.com.br/esportes/2021/…
Esta é a portaria da ANVISA que dispõe sobre vários aspectos sanitários muito relevantes. O problema são os alvos preferenciais das restrições. Deveríamos usar critérios epidemiológicos (incidência e prevalência), e não as origens geográficas de variantes. in.gov.br/en/web/dou/-/p…
Barreiras sanitárias nas fronteiras são importantes, e são adotadas por vários países há meses. Falei sobre isto em abril deste ano, quando viajantes entravam no país, e na chegada seus testes PCR mal eram checados
Filho feio não tem pai. A questão agora é: de quem é a portaria? De maneira formal, é da Presidência/Casa Civil, mas na prática são recomendações da ANVISA
Sendo uma agência de vigilância sanitária, isso gera espanto, dado o critério questionável e pouco eficaz que foi proposto.
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Gente maluca de verde e amarelo na Paulista sempre me lembra as artes de @vitorcartum. Retratam bem como o Brasil chegou nesse nível de insanidade de 2013 para cá.
Do you know that only ~6% of the SARS-CoV-2 genomes submitted to GISAID (up to July 20th) came from low- and middle-income countries? 🌎🧬
In this study we discuss the causes, consequences and possible solutions for disparities in SARS-CoV-2 genomic surveillance. 🧵👇
The emergence of VOCs and VOIs (Variants of Concern/Interest) in late 2020 led countries to intensify genomic surveillance, especially high income countries, which sequence >5% of reported cases each week.
This threshold, however, cannot be achieve by most countries (see below)
The overall percentage of sequenced cases, and the frequency of sampling also reveal disparities. And when we contrast weekly incidences and % sequenced cases, we see that few countries sequence >5% of cases when incidence is high (>100 cases/100,000 pop), as they reach capacity.
Any virus in circulation accumulates mutations over time. Evolution never stops. It works just like a construction of roadways: it starts small, it grows, splits…but also shrinks, gets extinct.
The Pango system of SARS-CoV-2 nomenclature aims at tracking these changes.🧵👇
When SARS-CoV-2 emerged, and caused large outbreaks in early 2020, the Pango system started by classifying the virus into two lineages: A and B.
With more COVID-19 cases being reported, scientists have been sequencing SARS-CoV-2 genomes, which often have new mutations that naturally arise during infections.
We quickly identify growing, new sub-lineages, which initially get the same name as their originating lineage.
Qualquer vírus em circulação acumula mutações. A evolução nunca para. É como a construção de uma via: começa pequena, se subdivide, aumenta de tamanho… mas também diminui, e se extingue.
O sistema Pango de nomenclatura do SARS-CoV-2 visa acompanhar essas mudanças. 🧵👇
Quando o SARS-CoV-2 emergiu, gerando grandes surtos no início de 2020, o sistema começou classificando o vírus em duas linhagens ('ruas'): A e B.
Com mais casos de COVID-19 acontecendo, cientistas vêm sequenciando genomas do SARS-CoV-2,sempre com novas mutações que surgem naturalmente durante infecções.
Logo identificamos a expansão de certas sublinhagens, que a princípio têm o mesmo nome das linhagem da qual derivam.
A variante Delta (B.1.617.2, identificada na Índia) ainda levanta muitas questões sobre transmissão, gravidade da doença, impacto sobre vacinas e no controle da pandemia.
Abaixo explico um pouco do que sabemos sobre a Delta.🦠
✹ Primeiro, o que é uma variante?
No fim de 2019 existia um SARS-CoV-2 ancestral. Os coronavírus acumulam de 2 a 3 mutações por mês quando infectam seus hospedeiros. Qualquer vírus com variações genéticas em relação àqueles ancestrais é uma variante.
Sim. Dados epidemiológicos e moleculares apontam que a Delta tem vantagens competitivas, sendo 40-60% mais transmissível do que a variante Alpha. A Delta já é a variante dominante no Reino Unido e nos EUA