Thread by @_makavelijones

O que é a contrarreforma administrativa?

É uma medida ultraliberal que visa destruir o serviço público, sua profissionalização, impessoalidade e capacidade de gestão eficiente nos serviços públicos de saúde, educação, assistência social etc. Explico a tragédia que vem aí

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A contrarreforma administrativa (pec-32) possibilita contrato temporária de trabalhador por até 10 anos. Na prática, acaba com o concurso público. Um fiscal do Ibama, por exemplo, sem estabilidade no emprego, dificilmente vai denunciar abusos do governo e empresas

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Assim como um trabalhador, com contrato precário e dependente do governo do momento, dificilmente vai denunciar abusos, corrupção, desvio de funções etc. Na prática, cria um grande esquema de troca de favores e facilitação da corrupção.

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E nada contra cargos de confiança. Eles precisam existir. Mas os cargos de confiança precisam ser limitados, exceção e não a regra no serviço público. Aliado a isso, quem já participou de seleções simplificadas para emprego sabe como são processos pouco transparentes.

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Vamos pegar o exemplo de São Paulo. A tendência, com isso aprovado, é selecionar não quem tem mais experiência, mais preparo, mas quem é ligado ao PSDB. Vai aumentar a tendência de fazer de cargo público uma extensão do partido do momento. A qualidade dos serviços vai cair!

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De quebra, ainda vai acabar com o sindicalismo público. O sindicalismo no setor privado, com a contrarreforma trabalhista, ficou nas cordas. O objetivo agora é destroçar o sindicalismo no setor público para anular qualquer poder de pressão das greves e ações sindicais.

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Ainda permite redução da jornada de trabalho e salários em até 25%. No momento de altíssimo desemprego, com os trabalhadores da saúde dando o sangue na luta contra a pandemia, querem atacar o salário daquela enfermeira, assistente social, médico e afins que salvou sua vida.

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Também aumenta as brechas para fazer uso privado de aparelhos públicos, como escolas e instituto federais de ensino técnico. Com a desculpa de "modernização", a realidade é que querem um serviço público pré-1930: sem concurso, sem estabilidade, sem profissionalização.

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É um nível de destruição dos serviços públicos poucas vezes visto no mundo capitalista. Do mesmo jeito que o teto de gastos é praticamente inédito no mundo, temos mais uma aberração, uma vanguarda do atraso e do ataque aos serviços públicos.