Muita gente fala que as coisas andaram nos anos 2000 "por causa do ciclo das commodities". Não foi. Vamos ver as commodities subirem de novo, mas as coisas vão piorar no Brasil. Por quê? A política, queridos! Vamos lá (1/7).
Duas coisas foram feitas no Brasil para eliminar qualquer possibilidade de ganho com um novo ciclo das commodities. A primeira, a política de preços da Petrobrás, da era Temer, que tira do povo os ganhos da empresa e joga todos os custos em caso de aumento do petróleo (2/7).
A segunda, é o fim da política de combate à fome por Bolsonaro-Guedes, com o fim de preocupação de estoques estratégicos de alimentos. Ou seja, na Era Lula, exportávamos muita comida AO MESMO TEMPO que isso não esvaziava a oferta para o mercado interno (3/7).
O aumento do preço do petróleo já fazia subir os preços mais gerais; já éramos, desde muito e mesmo no Plano Real e durante Lula, muito afetados pelos efeitos disso. Mas tínhamos ganhos. Hoje, só temos prejuízos (4/7).
O custo de vida no Brasil não é fruto de metafísica, deus, o diabo, o ocaso. Ele é fruto de políticas e de estruturas. E hoje, temos uma economia financeirizada que criou mais gatilhos que geram inflação. E estamos, de novo, viciando em inflação (5/7).
A solução que vai ser colocada, já sabemos, é aumentar os juros para refrear a demanda, há anos reprimida, face à oferta, sendo que os preços administrados são o cerne da questão. Mas são administrados PARA QUEM (6/7)?
Uma pequena fração da elite brasileira está ganhando como nunca. A desigualdade está bombando. A mídia liberal-democrata e antibolsonaro está passando o pano e desinformando em prol dos acionistas da Petrobrás. O problema do Brasil se tornou maior e pior (7/7).

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30 Sep
Vamos lá falar sobre cenários de pesquisas eleitorais. Primeiro, as pesquisas mais bem feitas, inclusive por serem presenciais e terem uma amostragem correta, bons métodos e know how são a Ipec e a Datafolha. Passado isso, o que as demais têm coincidido com elas (1/7)?
Lula só não vence já em 1º turno em um cenário onde concorra deus e mundo. Não é o cenário mais provável. Partidos queimarem dinheiro do fundo eleitoral só para lançarem candidato presencial é burrice (2/7).
No mais, mesmo nesse cenário, ainda assim, haveria o risco de Lula vencer em 1º turno, sobretudo desidratando Ciro às vésperas da votação (3/7).
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27 Sep
ALEMANHA: BALANÇO FINAL. Qual o legado de Merkel? Depois de 16 anos no poder, a pior votação da história do seu partido. Merkel pegou um partido com 35% dos votos e entrega com 24% (1/10).
Ainda assim, existe uma chance da democracia-cristã continuar no poder. Seria formando um bloco com liberais e verdes, o que é possível. Social-democratas venceram, mas por uma margem apertada, é sua 3ª pior votação na história (2/10).
A diferença entre democratas-cristãos e social-democratas é, hoje, quase nada. Talvez algo em política externa. Em política econômica é muito parecida. Aliás, Merkel foi apoiada pelos "rivais" em 12 dos seus 16 anos de governo (3/10).
Read 10 tweets
26 Sep
Ainda Alemanha. Na virada do século, um simpático gabinete social-democrata-verde, liderado por Gerhard Schroeder tocou as primeiras grandes reformas neoliberais no país desde o pós-guerra. A chamada Agenda 2010 ou Plano Hartz (1/7).
en.wikipedia.org/wiki/Hartz_con…
As consequências disso foram manifestações massivas na Alemanha. Schroeder foi eleito num clima de ressaca pós-reunificação alemã: as pessoas viram que o capitalismo não era tudo isso, nem inclui as massas do leste. Mas elas foram traídas (2/7).
O irônico é que essa indiferenciação trouxe, em 2005, os democratas-cristãos de volta ao poder. Mas em gabinetes compartilhados com os social-democratas para executar, por seu turno, quase a mesma política gestada por Schroeder (3/7).
Read 9 tweets
26 Sep
Angela Merkel é, certamente, mais popular entre os telejornais e o mainstream global do que os alemães. Nunca conseguiu maioria absoluta, sempre preciso de coalizão para governar. Mas é interessante como seu legado é dourado por liberais-democratas, não é bem assim (1/10).
Uma das bandeiras do seu governo, o acolhimento dos refugiados sírios esconde algo terrível: embora a Alemanha não tenha participado ativamente da operação que destruiu a Síria, ela forneceu armas para a Turquia fazê-lo e apoiou a guerra (2/10).
dw.com/pt-br/guerra-t…
Em um momento que Merkel sofreu pressão para aprovar um salário mínimo federal, por parte dos social-democratas (isso só aconteceu em 2013!), receber refugiados era um meio de baixar o salário médio (3/10).
exame.com/mundo/merkel-d…
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25 Sep
Eleições alemãs: um dia antes da votação, social-democratas estão na frente, mas democratas-cristãos registram um ligeiro crescimento. O sistema eleitoral lá elege parte dos deputados por distrito (299) e a outra metade por lista partidária (410) (1/10).
Sim, o eleitor dá dois votos. No candidato do distrito e no partido de sua preferência. O sujeito pode escolher um candidato de um partido e um outro partido, se preferir. E ocorre muito do eleitor alemão fazer esse voto dissociado (2/10).
Se você pega o voto nos distritos, na última eleição (2017), os democratas cristãos tiveram 37,2% dos votos contra 24,6% dos social-democratas. No voto em lista, foi só 33% a 20,5%. Partidos menores costumam ter menos votos na eleição do distrito (3/10).
Read 10 tweets
24 Sep
Os países nórdicos conseguiram sim muita coisa boa. Mas nada disso seria possível sem (1) a atual divisão internacional do trabalho que os favoreceu; (2) o risco geopolítico de invasão, o que ajudou num acordo policlassista em prol da manutenção da soberania (1/3).
Defender a UNIVERSALIZAÇÃO do modelo norueguês, sueco ou dinamarquês poderia ser uma meta tática, discordaria de quem vê como estratégica, mas isso implica em transformar uma PARTICULARIDADE (até uma excepcionalidade!) em UNIVERSAL, o que implica em muitas questões (2/3).
Quem não entendeu que a Noruega ou a Suécia são o que são por essas razões não leu, não entendeu os últimos cem anos -- como a China teria crescido, por exemplo? -- e aqueles que não leram, devem se calar (3/3).
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