É a única forma de sobreviver no meio. Mesmo quem tem boas intenções precisa entrar nesse jogo pra conseguir fazer alguma coisa legal. A única forma de mudar é convencer as pessoas de que o papel do estado não é resolver problemas, é apenas o de organizar o ambiente social.
Esse purismo político não existe. A política é feita de seres humanos e todos temos nossos próprios interesses e nossos próprios vieses. E todos queremos fazer as coisas "do nosso jeito" (que pra gente é sempre o mais correto), mesmo que esteja errado pra quem olha de fora.
É assim que a pluralidade se manifesta num ambiente de ordem quase espontânea. O problema é que, sendo parte do estado, em algum nível, você submeterá a todos aos seus "caprichos", mesmo sendo bem intencionado, mesmo sentindo que o que está fazendo é certo.
As consequências dos seus atos, vieses e interesses deixam de ser pessoais e criam impacto por toda a sociedade.
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Uma dica pra quem é de cidade pequena: por mais FDP que o candidato ou a cantata sejam, elejam gente alinhada com o governo do Estado. Prefeito e deputados. Ter um grupo político de oposição na sua região é péssimo pro município.
"Ah, mas não deveria ser assim"
Não deveria, mas é. E você não vai mudar.
Em outras palavras: você até pode votar no "honestão" por questões éticas ou até mesmo ideológicas, mas saiba de antemão que se ele sustentar na prática o discurso que o elegeu, dificilmente conseguirá fazer alguma coisa. E nem tô falando de corrupção...
Eu tenho andado bastante pelo interior, conversado com prefeitos, vereadores, líderes comunitários e, como consequência natural do meu trabalho, acabo fazendo um levantamento informal sobre como a política acontece de fato. Chegando à conclusão de que o clientelismo é necessário.
Necessário ao menos no modelo de gestão e partilha de poder que o Brasil adota.
Mesmo sabendo das distorções que provoca, é o clientelismo que faz as coisas acontecerem, seja o asfaltamento de uma rua, a reforma de uma escola, a construção de um centro de saúde...
No nosso modelo é simplesmente impossível de fugir dessa dinâmica. Isso porque o poder não é exercido pela força, por quem "manda" sobre quem é "mandado", mas pela capacidade de prestar favores e a dinâmica de gratidão que vem à reboque.
Muitas vezes, o problema do serviço público não é o funcionário concursado em si, mas quem está gerindo (geralmente um indicado político). Há muita redundância no serviço público, grande parte porque a função que o concursado exerceria acaba sendo exercida por um comissionado...
...ou até mesmo um terceirizado. E nada vai mudar se não ficar claro numa eventual reforma o que é cargo para efetivo e o que é cargo para terceirizado/comissionado/prestador de serviço. Essa é uma das principais razões do desperdício...
Fazem mais e mais concursos e muitas vezes de maneira aleatório porque "tem que preencher a quantidade de vagas que a lei manda" e vão admitindo concursados pra funções que não são "de Estado" e nem de gerência. Prestador de serviço não precisa ter todas as garantias um cargo...
Hoje ela veio se aproximando, sentou ao meu lado e me agarrou...
Sim, ela, a Bad...
Montanha russa de emoções nos últimos meses. Algumas coisas boas, mas agora chegou a hora das frustrações mostrarem que também tão aí. "Não esquece de nós, viu? Vamos te mostrar que aquilo que você queria não aconteceu e, apesar de algumas mudanças, você continua no mesmo lugar."
"Sabe aquilo que você tava planejando? Pois é, não tá rolando... Na verdade você tá fingindo que tá, mas não tá. E agora não consegue mais se impor nem voltar atrás porque não sabe pra onde ir e tem medo de que piore. Mas continua aí, segue em frente.. 👆🏻 não sem a gente..."
Galera, 2022 o Peru vai ser aqui. Sinto lhes informar... Esse papo de "candidato de centro", meu amigo... É simples: não terá um candidato de centro viável e, pior, haverá 183 candidatos de centro roubando votos uns dos outros. Vocês esquecem que tão lidando com brasileiro.
O maior peso em voto é de gente que não sabe nem o que é Twitter. É gente invisível pra classe média urbana que pensa em política e na merda que vai dar nesse país. São essas pessoas que decidem eleição, não gente como eu ou você.
E essas pessoas não vão votar no "candidato de centro pela democracia e pela liturgia do cargo", sinto dizer...
"Ah, mas o FHC"
FHC foi sorte. Pura sorte. Esquece, nunca mais vai acontecer.
Roubar é uma coisa, criar um esquema generalizado de corrupção que cooptou toda a política nacional, financiou ditaduras no exterior e influenciou toda a vida institucional do país por mais de 10 anos é outra bem diferente.
O Lula (o PT) não roubou pra comprar lancha, iate e triplex no Guarujá. Todo o esquema tinha o único objetivo de subverter a ordem democrática e institucional do país de ponta a ponta. Desde os partidos políticos, os meios de formação de opinião, até a academia e o povo pobre.
O lulismo foi um coronelismo generalizado que tomou conta de quase todo o país. O triplex foi o de menos, aquilo ali foi o imposto de renda do Al Capone...