Esse caso ilustra bem a dinâmica da transmissão por eventos de superespalhamento. Em condições propícias (ambientes fechados, mal ventilados e com muita gente) temos um risco enorme de um surto local.
Não tenho informação sobre o contexto desse surto, mas imagino que tenha sido a combinação que a gente sabe bem que propicia o contágio.
Em tempos, não conheço nenhum caso na literatura de evento de superespalhamento que aconteceu em espaço 100% aberto, sem margem para dúvidas
53 casos de uma vez só é MUITA coisa. E isso segue se espalhando, com potencial de gerar outros surtos. Rastreamento de contatos retrospectivo tem exatamente esse propósito, localizar contextos onde o potencial de surto é enorme e cortar cadeias de transmissão
Em espaço aberto, até poderíamos ter um ou outro caso. Mas não teríamos 53/96 infectados. E esse é o ponto importante. Mesmo o risco não sendo zero, a chance de um surto desse tamanho é quase nulo
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O fato de espaços ao ar livre serem muito mais seguros não é coincidência ou obra do acaso. É consequência da forma como o vírus se transmite. Há total plausibilidade física.
Porque é geralmente permitido fumar em espaços abertos e proibido em espaços fechados?
Em espaços abertos a fumaça se dispersa rapidamente e se diluem no ar. Em espaços fechados ela fica em suspensão, se acumula no ambiente e pode ser inalada por terceiros.
A dinâmica das partículas potencialmente contaminadas por alguém infectado é bem parecida
Assim como nem todo mundo que está em espaço aberto está fumando, nem todo mundo está infectado e transmitindo o vírus. A infecção exige a inalação de uma quantidade mínima de partículas contaminadas. A chance de você se infectar cruzando com alguém na rua é quase nula
E quando isso pode acontecer? Quando você está em contato próximo, face a face por período prolongado e sem máscara.
O risco de você se infectar ao cruzar com uma pessoa na rua é baixíssimo mesmo.
Qual é a coisa mais importante que poderíamos estar fazendo agora?
- Comunicando essa diferença nos riscos de forma muito muito clara pra população
- Políticas de contenção rigorosas muito focalizadas em espaços fechados, mal ventilados e com muita gente
Reduzir riscos envolve entender riscos. Uma máscara mofada é segura? Pensando na proteção contra o vírus que causa a COVID, provavelmente sim. Mas levando em conta outros aspectos, provavelmente não. É multifatorial.
Antes a gente falava em 10-15 reusos e observar se o elástico ainda estava em bom estado, vedando bem. Era um momento em que a disponibilidade era menor e os preços maiores. Agora a situação mudou muito. Talvez uma máscara que reusariamos em janeiro, já descartariamos hoje
Primeiro é importante diferenciar o ar condicionado split, de janela etc de sistemas de ar condicionado central. O segundo tem um sistema de filtração acoplado que ajuda muito a reduzir os riscos
@oatila@BrunaGoncaIvess É preciso utilizar o filtro ideal e ter uma taxa adequada de renovação de ar (recomenda-se 10 L/s/pessoa). Se o ambiente tiver ar central, é importante conversar com os técnicos e engenheiros responsáveis pela ventilação e garantir que essas recomendações mínimas são seguidas
@oatila@BrunaGoncaIvess A OMS soltou esse excelente guia sobre ventilação de espaços internos que é bem informativo
1/ Apesar da pauta de 7 de setembro ser basicamente as manifestações, também teremos um feriado prolongado e muitas pessoas vão viajar ou procurar opções de lazer. Então é importante discutir como fazer isso da forma mais segura possível
2/ Um dos grandes desafios desses feriados prolongados é o deslocamento de muita gente para outras cidades ou estados e a interação com uma enorme quantidade de pessoas fora das nossas bolhas, podendo levar a eventos super espalhadores
3/ evitar essas viagens e procurar opções de lazer na sua cidade seria o melhor cenário. Mas sabemos que há um enorme cansaço por parte da população e com as reaberturas das últimas semanas muitas pessoas decidiram viajar
Minha trajetória na academia ainda é bem curta mas eu super endosso isso aqui. Talvez seja o principal conselho para quem está pensando em entrar na academia.
Quando a gente entra na faculdade a gente se deslumbra muito com o pesquisador de nome, famosão ou com o tema da moda
Mas mais importante do que tudo é trabalhar em um ambiente acolhedor, onde as pessoas estão dispostas a ensinar e colaborar. Quando a gente está no começo isso é muito muito muito importante. Claro que muitos pesquisadores de nome são excelentes orientadores e mentores
Mas não necessariamente uma coisa está ligada a outra. As vezes em um laboratório muito grande a competição é intensa e quem está começando não tem espaço para se desenvolver nem pessoas dispostas a estenderem a mão. É um enorme desafio