O que pensa o apoiador evangélico de Bolsonaro? Segundo o antropólogo Juliano Spyer seu valor central é a família que sustentam valores de respeito e obediência que ela carrega
1) Este valor define um gradiente de temas prioritários, por exemplo, para evangélicos: 90% contra aborto e drogas (por ser contradição básica à estabilidade familiar), 30% a favor da pauta ambiental e 60% apoiando escola de melhor qualidade (que envolve o futuro dos filhos)
2) As igrejas evangélicas levam à disciplina: parar de frequentar o bar, usar drogas, ter relações fora da família. Abrir a Bíblia para lê-la é uma forma de distinção de uma dignidade pessoal
3) Segundo Spyer, “Bolsonaro envergonha muito os evangélicos, por ser católico, agressivo, falar de armas. O que mobiliza o evangélico das camadas populares a dar o voto ao Bolsonaro é que ele é o único dos candidatos que defende, de maneira clara, a família tradicional”
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Bom dia. Farei um pequeno fio para socializar a evolução da articulação empresarial brasileira dos anos 1980 até os anos 2000. Um processo de articulação de interesses que evolui para aliciamento juvenil e propagação de doutrinas liberal-conservadoras. Lá vai:
1) Na década de 1980 as articulações empresariais focaram na disputa no interior da constituinte. Destacaram-se a Câmara de Estudos e Debates Econômicos e Sociais (CEDES), o Grupo de Mobilização Permanente (GMP), Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), a UDR
2) Também tiveram papel relevante no período: a União Brasileira de Empresários (UB), o Movimento Cívico de Recuperação Nacional (MCRN), o Movimento Democrático Urbano (MDU), o Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) e a Frente Nacional pela Livre Iniciativa
Mais informações sobre como o MBL e grupos juvenis ultraliberais e/ou de extrema-direita não tiveram tanta influência em 2013. Um protesto organizado em 2014 reuniu cerca de 2,5 mil pessoas munidas de bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres como “Fora PT” e “Fora Dilma”
A iniciativa foi conduzida pelo MBL e envolveu grupos e movimentos que não faziam parte das redes da militância liberal e se juntaram à iniciativa, como o Revoltados Online, Lobão, grupos antipetistas e grupos que defendiam a volta da ditadura militar
Quinze dias após o primeiro protesto, foi convocada uma segunda manifestação na Avenida Paulista pelo grupo Revoltados Online para o dia 15 de novembro, e a militância liberal organizada em torno da campanha do “raio privatizador” decidiu ressuscitar o Movimento Brasil Livre
Bom dia. Farei um fio a partir de minha análise de conjuntura realizada ontem (pelo canal do Youtube do Instituto Cultiva). Ocorreu, nesta semana que termina hoje, um repique positivo para Bolsonaro. Vamos lá:
1) Pesquisa PoderData realizada de 25 a 27 de outubro mostra que Bolsonaro diminuiu a diferença e hoje perderia para Lula por 37% a 52% em um eventual 2º turno. De 23 pontos (pesquisa realizada em 29 de setembro) caiu para 15 pontos percentuais
2) Também gerou uma situação positiva para o bolsonarismo a decisão do TSE de rejeitar a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão. Como compensação, cassaram um deputado e afirmaram que para 2022 tudo será diferente
Bom dia. Se há algo que fico incomodado é com a acusação que as manifestações de junho de 2013 foram projetadas pela direita ou que abriram as portas para a extrema-direita. Fico particularmente incomodado com mau-caratismo e falta de rigor metodológico. Explico:
1) O mau-caratismo se expressa por aquele tipo de militante que quer surfar em qualquer onda que aparecer na sua frente para conseguir emplacar uma versão mais abonadora de quem ele apoia. Não tem compromisso algum com a seriedade e uma discussão franca e oportuna
2) Já o pesquisador de final de semana não pesquisa ou não sabe pesquisar. Procura a melhor onda, mas trabalha com sofismas ou com algum viés de confirmação.
Lá vai a exposição que fiz hoje à tarde para o Fórum 21 que havia prometido pela manhã.
1) Marcos gerais do comportamento político brasileiro
Alain Touraine sugere que o espectro político brasileiro aderna à direita: socialistas adotam programas socialdemocratas, socialdemocratas defendem agenda liberal e liberais são ultraconservadores no Brasil
2) O autor francês sustenta que a dimensão política do mundo contemporâneo foi capturada pela dimensão econômica (interesses transnacionais) e alijou desta equação da representação formal a dimensão cultural (dos valores e crenças, da energia moral que brota da sociedade civil)
Bom dia. Ontem, postei um fio sobre como os empresários paulistas, cariocas e gaúchos financiaram a escalada da extrema-direita brasileira desde o início deste século. Para dar sequência àquele fio, postarei as movimentações dos Bolsonaros para criação de um think tank. Lá vai
1) Segundo matéria assinada por Manuela Dorea de 5 de julho de 2021, Eduardo Bolsonaro articula a criação de um instituto ultraconservador. Traduzo como um aparelho de extrema-direita comandado por ele. No dia 7 de junho, reuniu 40 empresários, ativistas e influenciadores
2) Empresário estavam representados por Otávio Fakhoury, Andre Kissajikian (incorporadora AK Realty) e Gabriel Kanner (Instituto Brasil 2000), o presidente do Instituto Mises Brasil, Hélio Beltrão, além dos investidores Edu Cavendish (Somas) e Pablo Spyer.