1) Antes mais começar pelo grande sucesso da campanha de vacinação contra a COVID-19, a melhor deste quadro que sumariza 4 grandes indicadores relacionados com a pandemia. ⬆️
2) Ainda sobre a pandemia, Portugal registou um decrescimento brutal do número de consultas de médicos de família nos primeiros meses de pandemia em 2020 face a 2019. Especial destaque em Abril 2020, um redução superior a 70% face a 2019. ⬇️
3) Em relação ao aumento do tempo de espera para cirurgias, a pandemia também veio piorar uma situação em Portugal que já era má.
Portugal teve um dos piores aumentos relativos de aumento de tempo de espera.⬇️
4) Na auto-avaliação do estado de saúde, Portugal aparece em penúltimo lugar, com 15% da população adulta a avaliar a sua saúde como má ou muito má.
Acima de 65 anos, mais de 50% da população menos favorecida considera a sua saúde má ou muito má.⬇️
5) Ainda na auto-avaliação do estado de saúde, Portugal aparece a 5 lugares do fundo da tabela, com apenas 40% da população com menos rendimentos a considerar-se de boa ou muito boa saúde.⬇️
6) Não relacionado com o SNS, mas ainda assim com política pública de saúde. Portugal é dos países que menos vegetais come, com menos actividade física e com maiores níveis de obesidade.
7) No indicador de satisfação da população em relação à existência de serviços de saúde qualidade, Portugal está bem abaixo da média da OECD com apenas 67% das pessoas satisfeitas.⬇️
8) Mais de 1/4 dos Portugueses optam por ter um seguro de saúde para complementar as lacunas do SNS.
9) Esta necessidade de ter um seguro de saúde resulta na incapacidade do SNS cobrir todas as necessidades. Isto é consequência do estado Português apenas financiar 61% das despesas totais com a saúde, no 5º lugar do fundo da tabela.
Falta de cobertura dentária bem visível aqui.⬇️
10) Isto resulta em Portugal ser o país da UE onde se gasta mais do próprio bolso (out-of-pocket, ou OOP) na saúde. Quase 5% do consumo doméstico vai para gastos com saúde.⬇️
11) Outro impacto dos gastos OOP é o número de agregados familiares que recebem despesas de saúde catastróficas, isto é, acima de 40% do rendimento disponível.
PT está no 5º lugar dos últimos, pior que os EUA que tem fama de famílias irem à falência com despesas de saúde. ⬇️
12) Durante a pandemia da COVID-19 (2020-2021), mais de um terço dos Portugueses reportaram que as suas necessidades de tratamento médico não foram satisfeitas. O segundo pior país da tabela. ⬇️
13) A pandemia também complicou um problema que já era crónico no SNS: as listas de espera.
Uma operação ao joelho pode levar até 300 dias. ⬇️
14) Portugal regista também uma das piores taxas de mortalidade após admissão num hospital após AVC isquémico. O dobro da Suíça e Suécia, por exemplo. Porque será?⬇️
15) A celeridade do sistema de saúde português é também posta aqui em causa. Apenas 41% dos pacientes com mais de 65 anos com fracturas nas ancas são operados dentro de dois dias após admissão nas urgências. Menos de metade que na Irlanda e Finlândia, por exemplo. ⬇️
16) Boas notícias em relação a erros médicos, demonstrando a competência dos profissionais de saúde. Portugal regista muito baixa taxa de eventos de objectos estranhos deixados dentro do corpo de pacientes ou embolias pulmonares pós cirurgia. ⬆️
17) Portugal é o campeão das mamografias, com 80% das mulheres entre 50 e 69 anos terem realizado uma mamografia nos últimos 2 anos.
PT ocupa assim o 5º lugar no topo da tabela. ⬆️
18) No entanto apenas 48% dos casos de cancro da mama são detectados em fase inicial.
Seria importante perceber o que países como a Alemanha, Bélgica ou Holanda fazem para conseguir apanhar os casos de cancro tão cedo.
19) Portugal gasta na saúde cerca de 9.5% do PIB em saúde (acima da média da OECD) e 0.4 p.p. acima da vizinha Espanha.
20) Este gráfico permite ver a diferença entre sistemas de saúde. A azul escuro sistemas de saúde estatais de Beveridge. Em azul claro sistemas de saúde baseados em seguros obrigatórios. Note-se que dos 9.5% do PIB de gastos na saúde, 30% vêm directa/ da carteira dos utentes⬇️
21) Portugal tem registado desde 2005 uma subida dos gastos OOP na saúde, contrariando a tendência da OECD. Isto demonstra o aumento da procura a alternativas ao SNS.
Talvez para surpresa de muitos, as maiores subidas neste indicador ocorreram em governos PS (a rosa em baixo). ⬇️
22) Em relação à remuneração dos médicos, Portugal é um dos países que menos paga aos médicos especialistas em relação ao ordenado médio (2.5 vezes), contra, por exemplo, na Alemanha 3.4 vezes por contra de outrem ou a 5.3 vezes por conta própria. ⬇️
23) Portugal está no fundo da tabela em termos da remuneração auferida aos enfermeiros. Um enfermeiro recebe apenas o salário médio (que cada vez mais está perto do mínimo). ⬇️
24) A péssima remuneração dos enfermeiros resultou num exôdo durante os tempos da troika, que ainda não conseguiu ser mitigado.
A consequência imediata disto é a sobrecarga dos profissionais de saúde e a necessidade de fazerem centenas horas extra.⬇️
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O custos do solar fotovoltaico☀️atingiram a média global de 57 $/MWh (48.5 €/MWh). Redução de 85% face a 2010.
Este valor é cerca de metade do custo de produção de electricidade por carvão ou gás natural aos dias de hoje. 2/
No eólico on-shore🌬️também se observou uma redução significativa, atingido os 39 $/MWh (33 €/MWh) em média a nível global.
Este custo corresponde ao o valor mais baixo de qualquer energia renovável até hoje observado. 3/
O aumento do preço de electricidade nos últimos meses faz lembrar a hockey stick graph🏒da temperatura média global.
No mês de Julho de 2021 o preço médio mensal atingiu os loucos 92 €/MWh enquanto que a média 2016-2019 foi ~50 €/MWh. 2/
Os bodes expiatórios desta subida são:
1⃣O preço do gás natural em alta (40 €/MWh), 10x o min. do ano passado (4.2 €/MWh) impulsionado pela recuperação económica pós #pandemia.
2⃣O preço das licenças de emissões de CO₂ q atingiu máximos históricos em de Julho (57.6 €/t). 3/
Obrigado @al_antdp pelo tag e pelo lançamento do desafio.
O vídeo é bastante interessante e sumariza algumas conclusões que outros estudos chegaram.
No entanto existem outras questões que não são claras ou pura especulação.
Aqui vão alguns comentários nesta THREAD. 1/
1) Até ao minuto 3 é tudo factual, nada a assinalar. 2/
2) As projecções de redução de custos de solar são plausíveis pois as células com mais de 1 junção permitirão rendimentos superiores a 30% (ver a roxo da figura à esquerda). 3/
Há uns tempos no webinar do @eoc_pt sobre o H2 verde, foi apresentado o projeto da Fusion Fuel (FF).
Na altura comentei que a informação sobre a tecnologia era vaga e insuficiente.
Recentemente prestaram mais info numa apresentação.
Segue uma THREAD com uma análise que fiz. 1/
A FF é uma empresa Portuguesa que ambiciona posicionar-se no mercado emergente do H2 verde. O modelo de negócio será não só a venda de tech e equipamentos de produção de H2 verde, mas também no desenvolvimento de projetos próprios de produção de H2. 2/ fusion-fuel.eu
A FF fundiu-se recentemente com a “SPAC” HL Aquisitions Corp.
“SPAC” significa “special purpoose acquistion company”. Estas são empresas que têm como objetivo tornar outras empresas públicas através de fusões ou aquisições, sem que estas passem pelo processo normal de uma IPO. 3/
A CIMPOR (@NoticiasCimpor) e a The Navigator Company (@NavigatorSocial) anunciaram a semana passada um investimento de 155 milhões de euros para reduzir as emissões de CO2.
E porquê agora? Por razões ambientais? Não...
Porque faz economicamente sentido!
Saiba mais na THREAD 1/
Este anúncio tem de ser enquadrado no recente aumento das taxas de carbono acima de 30 €/t de CO2.
As empresas estão a perceberem-se que têm de investir agora para evitarem custos no futuro. 2/
E porque é que este investimento faz sentido economicamente e agora?
Porque dada a perspetiva de aumento do preço das licenças de carbono, faz mais sentido investir agora, do que esperar. 3/
O Manifesto anti-H2, assinado por várias personalidades, apresenta em 30 pontos uma crítica à recente apresentada “Estratégia Nacional para o Hidrogénio”, ou EN-H2.
De entre as personalidades destacam-se:
- Mira Amaral, engenheiro e ex-ministro;
-Henrique Neto, empresário e candidato a presidente da república;