Seguindo a dica da @UrbanNathalia, vi a matéria do @elmostrador sobre Kast e seus vínculos gringos. Uma bomba, mas só reforça o óbvio: a enésima comprovação da relação de atores públicos e privados dos EUA com a extrema-direita latino-americana (1/7).
elmostrador.cl/noticias/pais/…
De Kast a Moro, passando por Bolsonaro, Macri, Lenin Moreno, a direita venezuelana, colombiana e os golpistas da Bolívia, sempre um lobby ou alguma agência americana aparece. E não é clichê, ou melhor, a nossa realidade é clichê (2/7).
Uma mega corporação de saúde, com mil negócios no Chile, operando para eleger um fascistão e, assim, salvar seus negócios espúrios de ameaças socializantes -- também conhecida como salvar a vida das pessoas (3/7).
O Pinochetismo volta com Kast, não por coincidência, quando ele passou a ser ameaçado em seus estruturas com a Nova Constituinte. Mas essas estruturas não são apenas jurídicas ou internas, mas são as próprias fundações econômicas do Chile e suas relações internacionais (4/7).
E o governo democrata nos EUA sabe de tudo isso, mas não move uma palha contra. Mr. Blinken, lembrem, basicamente ignora a Constituinte do Chile enquanto não esquece de parabenizar a vitória de um Lasso da vida (5/7).
Isso também coloca uma questão para Gabriel Boric, que agora parece descolar de Kast nas pesquisas. O que ele gosta de pintar como uma esquerda velha, muitas vezes é uma esquerda acossada pelos mesmos esquemas que viabilizaram seu (aparentemente) improvável adversário (6/7).
Caso Boric evite a proeza de perder para Kast no atual cenário, terá de encarar uma realidade que lhe exigirá ser bem mais que uma face jovem e radical da velha Concertación (que, enfim, aderiu à sua campanha). Eventos como esse provam isso (7/7).
*conhecidas

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3 Dec
Zero surpresa para mim o que está sendo o (des)governo Bolsonaro, e longe de mim, bem longe, me julgar algum gênio por isso. Mas ainda que me choque, não me surpreendo com certa surpresa bem ampla. O Brasil é um país que possui certas bolhas de cognição surpreendentes (1/7).
Eu lembro bem da década de 2000, e da oposição a Lula. Eu ficava chocado com a qualidade e a natureza da oposição a Lula. Ainda que fosse adotar um viés de direita, aquilo estava errado e era perigoso. Era mesmo, deu nisso (2/7).
Existe uma falta de solo comum no Brasil, seja por causa da escravidão e da colonização, mas também pela forma como ocorreu a imigração do século 19 e 20 para o Brasil, vinda da periferia da Europa, Oriente Médio e Extremo Oriente (3/7).
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3 Dec
Holliday sendo normalizado pela enésima vez, mas desta vez em companhia coerente. Existe um liberalismo que pode se apresentar como esquerda, mas é, antes de tudo, liberalismo. Não adianta: a diferença entre o MBL e a esquerda liberal é menor do que muita gente gostaria (1/5) Image
Seja um liberalismo que se apresenta "ao centro" (como Tabata) ou "à esquerda" (como Isa Penna) - embora a segunda está em franca campanha de rebranding, talvez para se unir de alguma forma à segunda (2/5).
Enquanto isso, Holliday é um cara que estava sendo violento com professores e servidores em São Paulo agora há pouco, ou hostilizando fisicamente um vereador idoso do partido de Isa como o respeitável Toninho Vespoli (3/5).
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2 Dec
Pibinho do Brasil no 3º trimestre sugere que a parasitagem, pilhagem e incertezas produziram resultados gerais muito ruins. Para as pessoas normais, isso já vinha acontecendo faz tempo, mas agora isso chega mais em cima. Não se enganem: no topo, continuam ganhando (1/5).
O ponto é que neste momento estamos como na crise pandêmica do 1º trimestre: chegou algum problema em cima. Pelo menos para a elitona ter de gerir. E a coisa chegou no campo, com o bloqueio da carne brasileira pela China (2/5).
Isso explica o movimento por Moro: a ilusão de fazer um Bolsonarismo sem Bolsonaro, substituindo o "carisma" pela "frieza técnica", mas mantendo o arranjo geral. O problema é o arranjo, que ainda é capaz de se segurar, mas não produzir crescimento (3/5).
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2 Dec
A aprovação de André Mendonça era previsível; uma vez que ele foi à sabatina no Senado, estava tudo certo e amarrado. Se não estivesse, ele nem iria. O que isso significa (1/7)?
Primeiramente, que Mendonça é um quadro da Igreja Presbiteriana. Enquanto Bolsonaro acena para as massas neopentecostais e seus pastores, mas ele Mendonça pertence a uma instituição tradicional com um baita aparato, inclusive universidades (2/7).
Mendonça se indispôs com os ministros do STF, quando tinha de agir como advogado pessoal de Bolsonaro no Ministério da Justiça e na AGU. Isso o obrigou a costurar. A classe política queria Aras e Aras queria a vaga (3/7).
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29 Nov
Xiomara Castro de Zelaya, ex-primeira dama hondurenha ganha a eleição em seu país. Isso não é trivial. Xiomara viu seu marido sofrer o golpe de Estado que serviu de balão de ensaio para Paraguai e, ainda, Brasil anos atrás, sua vitória é plena de significado (1/7).
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Não à toa a direita tentou melar a apuração hoje, mas pelo jeito não vai funcionar. Depois da Nicarágua, é a segunda grande derrota de aliados americanos na América Central, com discurso de defesa do Multilateralismo e da cooperação Sul-Sul (3/7).
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28 Nov
A escolha de Doria no PSDB significa que o partido vai para disputar. Pode perder feio, como já perdeu em 2018, mas a hipótese Leite sempre foi a de composição com Bolsonaro ou Moro - e isso não ocorreria, sobretudo depois da chegada de Santos Cruz para ser vice do ex-juiz (1/5).
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