Testes com o VIR-7831 (Sotrovimab, o anticorpo monoclonal (mAb) da @GSK /@Vir_Biotech) contra um painel de pseudovírus com um grupo de mutações encontradas na #Omicron , manteve sua atividade neutralizante!
Porém, é importante entender alguns pontos relevantes
Acompanhe 👇🧶
Primeiro: o que são anticorpos monoclonais? A @melmarkoski explica!
Nesse primeiro experimento, os autores observaram que tanto o VIR-7831 (Sotrovimab), quanto o VIR-7832, mantiveram bons níveis de atividade neutralizante contra as VOCs #Alfa#Beta#Gama e #Delta, além de outras variantes, como a #Kappa
Ao montar pseudovírus contendo algumas mutações encontradas na #Omicron, os autores viram que essa atividade neutralizante também era mantida.
O resultado é bastante positivo, mas temos que lembrar de algumas coisinhas 👇
Apesar de ser um ensaio muito importante, e que com certeza elucida muitos pontos, temos que lembrar que aqui não temos a variante #Omicron, e sim pseudovírus contendo algumas mutações dela
O interessante é que essa atividade neutralizante se manteve considerando as mutações/substituições G339D, K417N, N440K, S477N, T478K, Q493R e N501Y encontradas na Spike (RBD) da #Omicron.
Os dados para as substituições G446S e E484A não estão ainda disponíveis, mas os autores testaram para as G446V e E484K, e viram que, mesmo com a substituição, o VIR-7831 (Sotrovimab) também manteve sua atividade neutralizante
As substituições que ocorrem em G339 e N440 são relevantes nesse contexto do Sotrovimab porque compreendem epítopos (regiões) de reconhecimento pelo anticorpo. Felizmente, o Sotrovimab manteve também sua atividade neutralizante considerando isso
Várias outras substituições encontradas na #Omicron não foram estudadas nesse trabalho (S371L, S373P, S375F, G446S, E484A, G496S, Q498R, Y505H), mas os autores comentam que elas não fazem parte da região que o anticorpo reconhece, portanto, podem não ter um impacto significativ
Portanto, o que podemos concluir é: considerando as substituições ✨individuais✨ no RBD da Spike da #Omicron , os dados sugerem que o VIR-7831 (Sotrovimab ) provavelmente reterá a atividade contra a variante do #Omicron. Mais estudos são necessários para, de fato, confirmar
Os autores comentam que estão dando continuidade ao trabalho para avaliar essa atividade neutralizante considerando todo o conjunto de mutações da #Omicron
É bastante notável que, mesmo nesta fase da pandemia, a região de reconhecimento desse mAb permanece altamente conservada entre as sequências disponíveis de vírus circulantes, com ≥99,66% de conservação de aminoácidos do epítopo
Isso é consistente, segundo os autores, com a estratégia de desenvolver mAbs que podem ter resultados tanto para SARS-CoV quanto para SARS-CoV-2.
Bons resultados, obviamente precisamos de um maior conjunto, mas como disse antes: há espaço para certo otimismo.
Casos de Oropouche em SC: pela primeira vez na história do estado, casos foram registrados em Botuverá (Vale do Itajaí).
A Febre do Oropouche é causada por um vírus (OROV), transmitida por mosquitos e é mais uma doença que pode estar sendo agravada por mudanças climáticas🔻
Três pacientes em Botuverá (entre 18 e 40 anos, sem histórico de deslocamento para fora do estado) foram confirmados até o momento.
A febre do Oropouche foi isolada pela 1ª vez no Brasil nos anos 60, com surto recente na região norte do país g1.globo.com/ac/acre/notici…
A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados. Entre os vetores, o mosquito-pólvora ou maruim (Culicoides paraenses) é o principal, mas em centros urbanos, o Culex quinquefasciatus pode ser um potencial vetor
Covid-19 pode aumentar riscos por até um ano após a infecção para desfechos psiquiátricos como:
- transtornos psicóticos, de humor, de ansiedade, por uso de álcool e do sono
Riscos maiores em pessoas hospitalizadas, e menores entre vacinados 🔻
a Covid-19 pode também trazer um risco aumentado de o indivíduo precisar de prescrição de medicamentos psiquiátricos por conta dessas alterações persistentes, comparado com aqueles sem evidência de infecção mas que passaram por estressores parecidos relacionados à pandemia
Mesmo em quem teve Covid-19 leve, esses riscos estavam presentes. Apesar de riscos serem ainda maiores para quem teve Covid-19 mais séria, não se pode subestimar o impacto de uma infecção leve considerando as sequelas pós-Covid
Desde Jan/22, o CDC estima que mais de 82 milhões de aves foram afetadas pela gripe aviária (H5N1), em 48 estados, nos EUA. Com casos do vírus avançando entre mamíferos, fica a pergunta: hoje, o risco global é baixo, mas será que saberemos a tempo, quando não ser?
O fio 🔻
O dado de cima foi tirado do monitoramento do H5N1 pelo CDC, pode ser conferido aqui:
Hoje foi publicado um texto que preparei para o @MeteoredBR sobre os casos de gripe aviária em rebanhos leiteiros no Texas, Michigan e Kansas.
Alterações no sistema imunológico podem estar presentes 8 meses após a infecção, mesmo em pessoas com Covid-19 leve a moderada.
Essas alterações podem manter a inflamação de forma contínua e sustentada nessas pessoas, levando a danos em diferentes tecidos 🔻
O estudo recente analisou o sangue de pacientes com Covid longa (CL), e comparou as amostras com:
- Indivíduos recuperados de mesma idade e sexo sem CL;
- Doadores não expostos;
- Indivíduos infectados com outros coronavírus.
O que os pesquisadores encontraram?
A Covid Longa leva a uma ativação anormal das células da imunidade inata (primeira linha de defesa do organismo, que respondem a qualquer invasão ou lesão, de forma inespecífica)
Estudo com 56 indivíduos com ~10 anos, com COVID longa (vs. 27 sem COVID Longa) mostrou alterações importantes relacionadas à função autonômica do coração, que também podem ser vistas em adultos com COVID longa.
COVID longa em crianças NÃO DEVE ser minimizado🧵
Os autores apontam que essas alterações poderiam levar a um fluxo sanguíneo anormal aos órgãos, contribuindo para sintomas como fadiga, dores musculares, intolerância ao exercício e dispneia, sintomas cognitivos (ex.: confusão mental)
Em adultos, essa disfunção autonômica pode estar presente e ligada a sintomas e condições da COVID longa relacionados ao sistema cardiovascular e respiratório, como a síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), fadiga e distúrbios das vias aéreas, por exemplo
Estudo interessante da @VirusesImmunity e colegas, mostra diferenças em como a COVID longa afeta homens e mulheres: mulheres são mais propensas a apresentar COVID longa, com uma carga maior de sintomas afetando diferentes órgãos, e hormônios podem ser preditores da condição 🧵
O grupo de pesquisadores investigou como o perfil imunológico na COVID longa pode diferir entre homens e mulheres e se isso poderia nos ajudar a entender como essa condição afeta ambos.
165 indivíduos (com ou sem COVID longa) foram avaliados.
O estudo identificou que alguns sintomas relacionados à COVID longa são mais presentes em mulheres (como inchaço, dores de cabeça, dores musculares, cãibras, queda de cabelo) e outros, mais em homens, como a disfunção sexual