Os bairros Moinhos de Vento e Restinga, desde sua origem, são retratos da profunda desigualdade urbana que existe em Porto Alegre.
O Moinhos surge a partir de chácaras e mansões de famílias de elite que deliberadamente se instalaram então longe do Centro. O padrão de vida atual do bairro é equivalente ao de Portugal ou Espanha, com alguns usufruindo uma vida equivalente à Suíça ou Noruega.
Entre algumas demandas dos moradores está que a fiação elétrica seja enterrada, que buracos no asfalto sejam tapados, que menos prédios sejam construídos para evitar a "descaracterização" do bairro.
Andar de bicicleta é uma forma de contribuir para uma agenda verde ou como opção de saúde e lazer, um luxo para quem está bem localizado e consegue realizar atividades com certa proximidade.
A Restinga surge como resultado de uma realocação em massa de comunidades despejadas para uma região distante de oportunidades e serviços públicos. Hoje seus moradores têm padrão de vida equivalente ao Vietnã ou Honduras, com alguns moradores morando em condições normais no Sudão
Entre algumas demandas está que haja eletricidade e saneamento básico para todos, que haja asfalto nas ruas, que prédios sejam construídos para melhorar o aspecto do bairro (composto na sua maioria por habitações irregulares), e que possam circular livres das facções.
O uso da bicicleta aparece como uma solução de transporte mais barata que a motorizada e mais rápida que a pé.
A comparação não serve como forma simplista de sugerir que um é culpado pelo outro. Serve, no entanto, para mostrar que Porto Alegre ainda é uma cidade pobre, inspirando pragmatismo com o investimento público.
A Restinga mostra que há muitos investimentos básicos a serem feitos na cidade, onde o impacto social gerado por cada Real investido é infinitamente maior.
Obrigado @samilapmt por nos mostrar a realidade do seu bairro.
📸Andréa Graiz / Agencia RBS, Maurício Tavares / Google
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Qual o "caráter original" de um bairro? Ao analisar o desenvolvimento de uma quadra na Greene St. em Nova York ao longo de quatro séculos, a cidade se mostra um processo constante de desenvolvimento, e a resposta para a pergunta se mostra mais difícil do que parece. Segue o🧶:
A Manhattan de arranha-céus que conhecemos é relativamente recente na sua história. Antes dos holandeses chegarem no que chamaram de "Nova Amsterdã" em 1625, Manhattan tinha florestas e pantanais, um ecossistema rico que tinha até ursos e lobos.
No início século 18 a área da Greene St. foi comprada para instalar uma grande fazenda, que não conflitou com o desenvolvimento urbano de Nova York, que até então ia apenas até Wall St., hoje considerado extremo sul da ilha de Manhattan.
Um fio pra te convencer que Tóquio🗼🇯🇵 tem o melhor urbanismo do mundo, com inúmeras práticas para inspirar grandes cidades brasileiras. Vem comigo:
No séc. 18, Tóquio já tinha mais de 1 milhão de habitantes. Ao longo da sua história, a cidade sofreu com terremotos e bombardeios, possuindo hoje uma estrutura urbana complexa e diversa, com diferentes camadas históricas, usos mistos e diferentes tipologias arquitetônicas.
Os episódios destrutivos foram utilizados como oportunidade para abertura de vias largas e espaços públicos via Land Readjustment, transformando a antiga e estreita estrutura viária que, caso fosse mantida, poderia ter sido um gargalo ao seu crescimento urbano.
No dia 22/set é celebrado o Dia Mundial sem Carro, Para alertar e conscientizar as pessoas sobre o uso do carro — responsável pela maioria das mortes no trânsito, poluição urbana e uso inadequado do espaço público — motoristas são incentivados a deixarem seus carros em casa. 👉🧵
A data é usada como oportunidade por diversas entidades e prefeituras para conscientização da população. No entanto, medidas tomadas por prefeituras nessa data devem ter baixo impacto e, muitas vezes, servem como propaganda enganosa.
A opção pelo uso do carro normalmente é por oferecer um modo mais rápido, seguro ou cômodo de deslocamento, causado pela falta de condições urbanas mínimas de infraestrutura, segurança ou densidade populacional, e não, como defendido por muitos, por mero "status".
A pandemia atingiu em cheio nosso já fragilizado sistema de transporte coletivo e ameaça a mobilidade da população das grandes cidades brasileiras.
Neste plano inédito, trazemos alternativas para a reestruturação e sustentabilidade do sistema: caosplanejado.com/como-evitar-o-… Segue o 🧵:
Antes da pandemia, o 🚌 já apresentava operações insustentáveis e tarifas crescentes. Na pandemia, a queda no número de passageiros foi na ordem de 80%. As soluções hoje propostas focam no salvamento financeiro com subsídios, sem tratar da otimização do sistema. RECOMENDAMOS:
1.⏱️OTIMIZAR O USO DAS VIAS através de taxa de congestionamento e eliminação de vagas públicas de estacionamento para reduzir tempos de viagem e melhorar a pontualidade do sistema;
O apoio das autoridades às favelas brasileiras, áreas de maior risco à pandemia, foi praticamente nula. A Bloomberg reporta a reação do governo indiano para suportar Dharavi, uma das maiores favelas do mundo, que possui cerca de 1 milhão de habitantes: 🧵👇bloomberg.com/news/articles/…
Desde abril, apenas em Dharavi, autoridades já bateram nas portas de 47,500 casas, examinaram mais de 700 mil pessoas e estabeleceram clínicas para medição de temperatura. Pessoas com sintomas foram transferidas para centros temporários de quarentena com supervisão médica grátis.
Um lockdown rígido foi implementado, alinhado com a forte mensagem de isolamento social proclamada nacionalmente, e testes eram relativamente acessíveis à população. Durante o Ramadã, autoridades distribuíram comida para aqueles que praticavam quarentena.