Thread by @CrimesReais

Os garotos que começaram matando animais e depois a matarem pessoas: "2 Guys 1 Hammer", o maior gore da internet.

Igor Suprunyuk, Viktor Sayenko e Alexander Hanzha nasceram em 1988, na Ucrânia; a mídia os retratava como filhos de pais ricos e influentes. Os três frequentavam a mesma escola e eram amigos de longa data.

Segundo entrevistas com os familiares dos condenados, Viktor e Alexander eram alunos exemplares, mas após conhecerem Igor na 3ª série, as notas despencaram. Um professor descreveu Suprunyuk como um menino tímido e introvertido, mas que sempre arrumava briga com outros alunos.

Na oitava série, eles descobriram terem muitas semelhanças. “Eu e Suprunyuk tínhamos acrofobia e tínhamos medo de sermos espancados pelos valentões da escola”, disse Viktor em um interrogatório.

Para superarem o medo, os três ficaram no 14º andar de um apartamento encarando o solo ao se apoiarem no parapeito. Segundo Viktor, foi algo positivo para que ele e Igor superassem o medo de altura.

Sobre Alexander, eles apontavam ser o mais medroso dos três. Hanzha tinha hematofobia e se recusava a ter qualquer contato com algo que o acarretasse algum corte para não se deparar com sangue. Suprunyuk o sugeriu a superar sua fobia torturando cães de rua.

Eles capturavam cachorros nas ruas, os penduravam pelo pescoço nas árvores, tiravam suas tripas e posavam ao lado dos cadáveres para tirarem fotos. Essas fotos foram algumas das diversas provas usadas no julgamento que os condenou.

Quando tinham 17 anos, Igor espancou um menino e roubou sua bicicleta, que vendeu para Viktor. Apesar de terem sido presos pelo roubo, não foram para a cadeia por serem menores de idade e dois anos depois, se viram “cansados de roubar” e planejaram matar pessoas.

Viktor Sayenko e Igor Suprunyuk, dois jovens de 19 anos, foram chamados pela mídia como os 'Maníacos de Dnepropetrovsk', acabando sendo presos e acusados de 21 assassinatos entre os meses de junho e julho de 2007.

Na internet, o caso ficou conhecido como “2 Homens/3 Homens e Um Martelo”, por um vídeo ter sido vazado, onde mostrava o assassinato de Sergei Yatzenko, de 48 anos.

Ocorrido no dia 12 de julho de 2007, o vídeo mostra Yatzenko tendo sua cabeça atingida diversas vezes por um martelo e em um dos momentos, um dos assassinos arranca seus olhos e esfaqueia seu abdômen com uma chave de fenda.

Neste momento, Suprunyuk indaga: “Ele ainda está vivo?”, quando Sayenko o responde: “Ele ainda está mexendo os braços mesmo depois de eu ter arrancado seu intestino”.

No final do ataque, que dura cerca de 8 minutos, a vítima é golpeada com um martelo para se “certificarem de que está realmente morto”; é possível ver um dos assassinos sorrindo para a câmera.

Ao se dirigirem para o carro, demonstram naturalidade sobre o homicídio. Comentam e gargalham que Sergei ainda estava respirando quando um deles cravou uma chave de fenda em seu cérebro exposto, lavando suas mãos e martelo enquanto conversam e saem da cena do crime.

Os dois primeiros assassinatos cometidos por Sayenko e Suprunyuk ocorreram no dia 25/06/2007. Yekaterina Ilchenko e Roman Tatarevich foram agredidos com martelos e barras de aço, além de terem seus pertences roubados.

Yekaterina, (33), foi morta enquanto voltava para sua casa; seu corpo foi encontrado na área de Kommunar. Durante o interrogatório, Igor disse estar “passeando” com Viktor, quando avistou Ilchenko e a golpeou com um martelo que portava em mãos.

Uma hora após assassiná-la, avistaram Roman Tatarevich, (35), dormindo em um banco próximo à cena do crime e aplicaram diversos golpes em sua cabeça. Seu rosto ficou irreconhecível e seu corpo foi encontrado na manhã seguinte.

Viktor Pertsev,terceira vítima da dupla na mesma noite, mas conseguiu sobreviver. Ele disse que foi salvo por duas mulheres que o avistaram sendo atacado e gritaram por ajuda, espantando Sayenko e Suprunyuk. Em 2010, disse que ainda sofria com perda de memória devido ao golpe.

No primeiro dia de julho de 2007, a dupla assassinou mais duas vítimas chamadas Yevgeniya Grischenko (15), e Nikolai Serchuk (56). Seus corpos foram encontrados em uma cidade vizinha.

Egor Nechvoloda (21), Yelena Shram (31), e Valentina Hanzha (51), foram assassinados na noite de 6 de julho. Valentina Hanzha não tinha nenhum parentesco com Alexander Hanzha e era mãe de três filhos.

Durante o interrogatório de Viktor, ele relatou que Yelena estava passando por eles quando foi surpreendida com um martelo escondido em sua camiseta. Após golpearem a vítima diversas vezes, pegaram sua sacola que estava com roupas para limparem o martelo.

Andrei Sidyuck (14), foi assassinado no dia seguinte e seu amigo, Vadim Lyakhov (14), conseguiu escapar e relatar à polícia sobre a morte dele. A dupla os atacou em Podgorodnoye, um vilarejo próximo da cidade onde moravam.

Ao denunciar sobre o assassinato de seu amigo, Lyakhov foi considerado o principal suspeito de matá-lo, tendo direito a um advogado negado e sofrido agressões físicas durante o interrogatório.

Entretanto, os policiais perceberam que a morte de Andrei Sidyuck estava relacionada à onda de assassinatos que estavam ocorrendo. Para trazer justiça à morte de seu amigo, Vadim se disponibilizou a cooperar com a polícia para ajudar na criação de esboços dos agressores.

A força-tarefa foi chefiada por Vasily Paskalov, investigador criminal e ao total,cerca de 2.000 investigadores cooperaram no caso para prenderem os culpados. À princípio, a investigação ocorreu em segredo e os moradores evitavam sair à noite por temerem serem as próximas vítimas

As autoridades começaram a distribuir esboços dos agressores em lojas de penhor e uma lista de possíveis itens roubados das vítimas. Ao perceberem que alguns dos objetos estavam nestas lojas, a investigação fluiu rapidamente para chegarem aos suspeitos.

O modus operandi da dupla era atacar o rosto das vítimas com objetos contundentes, como martelos e chaves de fenda. Pela força que aplicavam, o rosto ficava quase irreconhecível e algumas vítimas tinham seus pertences roubados para que vendessem em lojas de penhores.

Os assassinatos ocorreram até o dia 16/07, uma semana após a morte da última vítima, que era uma grávida que teve seu útero rompido e seu feto removido, os 3 foram presos, Suprunyuk foi pego ao tentar vender o celular de uma das vítimas em uma loja de penhores por cerca de US $20

As autoridades se dirigiram à casa de Sayenko, onde encontraram pertences das vítimas, um dos martelos utilizados nas cenas do crime, roupas ensanguentadas e um computador onde tinha uma pasta listando suas vítimas, fotos e vídeos dos assassinatos.

Tentaram capturar Alexander Hanzha de surpresa, mas o plano não deu muito certo. Segundo investigadores, Hanzha conseguiu apagar informações de alguns celulares roubados que tentou dar descarga.

Apesar de Alexander Hanzha não ter participado diretamente, foi considerado cúmplice participar de dois assaltos à mão armada em março de 2007, 3 meses antes das 4 semanas de assassinatos, e por ter conhecimento das práticas de ambos.

Os três respondiam por diversos incidentes: crueldade contra animais, roubo e assalto à mão armada. No caso de Sayenko e Suprunyuk, respondiam por 21 casos de assassinato premeditado e 8 tentativas de homicídio.

Um dos vídeos apresentados no tribunal, os três (quando menores) torturavam um gato filhote na garagem da casa de um deles. Eles pegam duas tábuas de madeira para fazerem uma cruz para pregarem o animal, colocaram pano e cola na boca do filhote enquanto disparavam duas pistolas

O tribunal ocorreu no dia 29/10/2008 e foi presidido pelo juiz Ivan Senchenko. O processo criminal continha 19 volumes, os investigadores apresentaram cerca de 300 fotos e 2 vídeos como provas para a condenação, além de recortes de jornais que Suprunyuk colecionava sobre o caso.

Em algumas fotos das cenas dos crimes, Suprunyuk adicionava legendas, como: “Os fracos devem morrer. Os mais fortes vencerão”. Pelas imagens conterem tanta brutalidade, quatro ambulâncias estavam de plantão próximos ao tribunal.

Os pais dos réus foram retirados do local com antecedência, logo após assistirem a primeira parte de um dos vídeos, exceto o pai de Viktor, pois era seu advogado. Diversos jornalistas que estavam fazendo cobertura do julgamento passaram mal.

Durante o julgamento, apresentaram uma foto do Igor Suprunyuk posando com uma montagem contendo um 'bigode de Hitler' e investigadores acreditam que, por ele ter nascido na mesma data que Adolf Hitler, (20/04), ele fazia essas referências.

Uma das pessoas na audiência exclamou: “Muito parecidos!”; em sua defesa, Suprunyuk negou que o saudava e que alguém fez a montagem de mau gosto, porque não correspondia à realidade.

No entanto, em partes de vídeos e em fotos de animais dilacerados, era possível observar a presença de suásticas pintadas com sangue.

O advogado de Suprunyuk abandonou o caso, após o tribunal ter negado o argumento de insanidade para o seu cliente e os advogados das vítimas enfatizavam que a dupla estava ciente de suas ações, pois tiveram todo cuidado de limparem armas utilizadas no crime e se mostrarem felizes

A acusação apresentou as manchas de sangue presentes nas roupas dos acusados, além das gravações de vídeo e fotos, por outro lado, a defesa negava que as pessoas que apareciam nos vídeos e nas imagens fossem seus clientes, e que a promotoria estava acobertando 10 assassinos.

A respeito da reclamação sobre a falsificação de vídeos e fotos, o advogado de uma das vítimas, Edmund Saakian, respondeu os advogados: “Uma foto poderia ser falsificada [em teoria], mas seria necessário um estúdio e um ano inteiro para falsificar um vídeo de 40 minutos”.

Um especialista em edição de vídeos, chamado Valery Voronyuck, foi convocado para testemunhar e disse que, em sua opinião, o material do vídeo não havia sido falsificado ou alterado de forma alguma.

Em sua defesa a respeito de Suprunyuk e Sayenko, Hanzha disse: “Se eu soubesse das atrocidades que eles seriam capazes de cometer, não teria chegado perto deles sob a mira de uma arma”.

Pela Ucrânia não ter pena de morte, Igor e Viktor foram condenados à prisão perpétua e Alexander foi condenado a nove anos de prisão. Suprunyuk foi considerado como culpado de 21 assassinatos, enquanto Sayenko foi considerado culpado de 18 dos 21 assassinatos.

O veredito continha centenas de páginas e lida durante dois dias. Como motivação, o juiz Senchenko disse que foi o desejo de “autoafirmação mórbida”.

Após a sentença ter sido lida, pais de Igor e Viktor deram uma entrevista coletiva, onde falavam que seus filhos foram usados como bodes expiatórios, pois, segundo eles,verdadeiros culpados eram pessoas influentes e queriam recorrer ao Tribunal de Direitos Humanos e Suprema Corte

Em uma coletiva, o detetive Bogdan Vlasenko negou a possibilidade de que os acusados gravaram as cenas para vendê-las na internet, afirmando: “Achamos que eles estavam fazendo isso como um hobby, para ter uma coleção de memórias quando envelhecerem”.

Entre 2010 e 2011, dois jovens, Artyom Anoufriev e Nikita Lytkin assassinaram seis pessoas e tentaram matar nove em Akademgorodok, uma área de Irkutsk, cidade russa. Foram apelidados de 'The Academy Maniacs' por um trocadilho sobre os maníacos de Dnepropetrovsk com o nome da área

Um vídeo do assassinato da dupla foi vazado nas redes sociais russas, onde mostrava uma mulher chamada Alevtina Kuydin sendo mutilada com uma faca. Em 2 de abril de 2013, Anoufriev foi condenado à prisão perpétua, enquanto Lytkin foi condenado a 24 anos por ser menor de idade.

Em abril de 2019, foi noticiado que Alexander Hanzha foi solto após cumprir os nove anos de condenação, está casado e é pai de duas crianças.