A língua não é, como muitos acreditam, uma entidade imutável, homogênea, que paira por sobre os falantes.
Pelo contrário, todas as línguas vivas mudam no decorrer do tempo e o processo em si nunca para. Ou seja, a mudança linguística é universal, contínua, gradual e dinâmica, embora apresente considerável regularidade.
A crença em uma língua estática e imutável está ligada principalmente à normatividade da gramática tradicional, que remota à Grécia Antiga, ...
...numa época em que os estudiosos estavam interessados principalmente em explicar a linguagem usada nos textos dos autores clássicos e em preservar a língua grega da "corrupção" e do "mau uso".
A língua escrita - especialmente a dos clássicos - era tão valorizada que era considerada mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem.
A linguística moderna, no entanto, prioriza a língua falada em relação à língua escrita por vários motivos, dentre eles pelo fato de que todas as sociedades humanas conhecidas possuem a capacidade da fala, mas nem todas possuem a escrita.
Analisando a nossa própria sociedade, podemos concluir que a escrita pertence a poucos, uma vez que grande parte da população brasileira é constituída por analfabetos ou semianalfabetos e que mesmo os que tiveram acesso à escola não a usam muito.
Além da língua falada ser mais utilizada do que a escrita e atingir muito mais situações, o ser humano a adquire naturalmente, sem precisar de treinamento especial.
Apenas em contato com o modelo, ou seja, apenas exposta a uma determinada língua, qualquer criança normal é capaz de falar essa língua e compreendê-la perfeitamente nas mais variadas situações e em um período de tempo muito curto.
Na verdade, toda língua é um conjunto heterogêneo e diversificado porque as sociedades humanas têm experiências históricas, sociais, culturais e políticas diferentes e essas experiências se refletirão no comportamento linguístico de seus membros.
A variação linguística, portanto, é inerente a toda e qualquer língua viva do mundo. Isso significa que as línguas variam no tempo, nos espaços geográfico e social e também de acordo com a situação em que o falante se encontra.
Os grupos etários também diferem linguisticamente: os mais jovens, por exemplo, tendem a ser menos conservadores que os mais velhos e isso se refletirá na sua maneira de falar.
A escolaridade também é um fator muito relevante na questão da variação linguística e, em nosso país, está diretamente relacionada à classe socioeconômica, porque os que têm acesso à escola pertencem, de modo geral, ao grupo socioeconômico mais privilegiado.
Dessa maneira, as pessoas pertencentes aos estratos sociais mais altos tendem a usar mais as formas padrão do português do que aquelas dos grupos menos privilegiados e menos escolarizados.
A escola, de modo geral e tradicionalmente, tem desconsiderado a questão da variação linguística e dos usos das variedades pela comunidade falante, o que é bastante grave, ...
... já que muito do que é classificado como problema de fala e escrita, principalmente na alfabetização, está diretamente relacionado ao fenômeno.
O professor alfabetizador, geralmente imbuído dos conceitos da gramática tradicional, atribui valores de certo e errado aos textos de seus alunos, desconsiderando que as crianças, ...
...nesta fase, além de não possuir o domínio do sistema gráfico e das complexidades que lhe são características, tende a escrever conforme o seu dialeto regional e/ou social.
Boa tarde!
Bom fim de semana.
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O artigo no Twitter discute algumas relações entre dinâmica demográfica e nível educacional da população a partir do indicador taxa de analfabetismo.
O recorte entre alfabetizados e analfabetos fornece informações muito elementares sobre uma população.
Reconhecendo a complexidade das demandas da sociedade contemporânea sobre as habilidades de leitura e escrita, pesquisadores têm, nas últimas duas décadas, desviado seu o interesse pelo fenômeno do analfabetismo absoluto, ...
Prêmio: José Paulo de Andrade de Crônica: 'Cidade de São Paulo'. A ideia é que as pessoas escrevam sobre a cidade de São Paulo do seu jeito e participem da primeira edição que já está com inscrições abertas.
O júri vai escolher o texto que, com originalidade, saiba dosar informação, erudição, humor, características da crônica da 'cidade de São Paulo'.
O (A) vencedor(a) será anunciado em 18 de maio de 2022 – data de aniversário de José Paulo de Andrade – e receberá um troféu da @RBandeirantes
O futuro já aconteceu. E o livre-arbítrio não existe
Não é misticismo. É a última fronteira da ciência – e ela diz que o futuro, de certa forma, já está escrito.
A distinção entre passado, presente e futuro é só uma ilusão, ainda que persistente.
Mas por que ilusão?
Poucas coisas são mais concretas que a passagem do tempo. A gente nasce sabendo que as horas passam no mesmo ritmo pra mim e pra você, que corremos para o futuro juntos.
A mitologia grega conta a história de homens e mulheres que entrelaçaram suas vidas ao Labirinto de Creta, local em que estava preso um perigoso monstro - o Minotauro.
O labirinto foi construído pelo arquiteto Dédalo, a pedido do poderoso Rei Minas da ilha de Creta . Era uma construção repleta de caminhos e passagens dispostos da maneira mais confusa possível, para impedir que qualquer pessoa pudesse sair de suas entranhas.
Como o filho do Rei Minas havia sido morto ajudando o Rei Egeu da cidade de Atenas, todos os anos, o Rei Egeu era obrigado a sacrificar sete moças e sete rapazes atenienses ao Minotauro.
@MEC_Comunicacao Livros Cara sorridente com óculos de sol O Podcast Novo Ensino Médio foi criado para esclarecer as principais dúvidas, de forma simples e direta, sobre a nova etapa da educação básica no país. Sonhador Cara festeira open.spotify.com/show/05LB1cNTK…
Com a suspensão das aulas por causa da pandemia do Coronavírus (com autorização do @Twitter)
Quando Jânio da Silva Quadros, o maior fenômeno eleitoral surgido na política brasileira do momento, assumiu a Presidência em janeiro de 1961, o Brasil estava submerso numa profunda crise econômica, o que propiciava o surgimento do janismo.
Considerado um precursor do marketing político, falava à mídia e ao eleitorado por meio de imagens, símbolos e emoções.