Pessoal: continuamos sem os dados do @minsaude para poder fazer um monitoramento da pandemia de covid-19 no Brasil e também da epidemia de influenza que está, pelo visto, se espalhando entre os estados.
Como suspeitamos disso? Sigam o fio para entender: 🧶 //1
Temos a pesquisa CTIS, feita pela Univ. de Maryland em conjunto com o Facebook Health, que acompanha diversos indicadores sobre a pandemia de covid-19. Um desses indicadores é o de "sintomas".
Quem for escolhido para responder marca numa lista quais sintomas está sentindo. //2
Quando marcamos febre+tosse+falta de ar ou dificuldade ao respirar, marcamos "sintomas estilo covid-19".
Quando marcamos febre+tosse ou dor de garganta, marcamos "sintomas estilo gripe".
Dito isso, vejam o que está acontecendo com alguns estados do Brasil:
//3
Amazonas:
//4
Bahia:
//5
Minas Gerais:
//6
Pernambuco:
//7
Rio de Janeiro (aqui aparentemente foi o início dessa onda, pois foi o estado onde o aumento começou antes):
//8
São Paulo:
//9
Peguei apenas os estados com aumentos bem explícitos de sintomas "estilo covid".
É importante lembrar que isso é uma porcentagem dos respondentes totais da pesquisa, ou seja, se muita gente desistir de responder a pesquisa, o valor pode aumentar artificialmente. //10
Por isso incluí o tamanho da amostra diária, para vermos se houve uma queda abrupta, e pelo que vemos, não houve.
Como estamos sem os dados de vigilância, não temos como ter certeza se é a epidemia de influenza ou se é uma nova onda de covid-19. //11
Para responder isso, poderíamos usar os dados de hospitalização por SRAG, mas também estão fora do ar. A última atualização que temos é de 01/12/21, ou seja, há 20 dias atrás (muito tempo). //12
Quando olhamos os dados de hospitalização do estado de SP, notamos que os casos confirmados de covid-19 em UTI tiveram uma desaceleração na queda (linha branca são os pacientes internados e barras azuis são os leitos disponíveis). //13
Inclusive notamos que a velocidade de desativação dos leitos diminuiu: //14
Aí quando olhamos todas as internações juntas, de suspeitos + confirmados, já vemos um aumento que vem ocorrendo desde o dia 08/12/21, ficando maior e mais aparente agora nos últimos 5 dias: //15
Aqui o dia 08/12 marcado no gráfico para facilitar (obrigado @MiW1900 por me marcar em um tweet mostrando esse gráfico de suspeitos + confirmados): //16
Inclusive o professor @PauloLotufo vem dizendo semana após semana que está identificando casos e mais casos de Influenza e que já estamos em uma epidemia:
E, o mais importante: como está a velocidade da nossa cobertura vacinal contra a covid-19? Está mantida, ou está estagnando? Não sabemos, pois não temos os dados.
Contra a gripe e outras doenças sabemos que a cobertura vem caindo desde 2015:
Vejam a velocidade de aumento da cobertura vacinal contra covid-19 no Brasil, e nos estados mais vacinados como SP, RJ e RS. Percebam que começa a aparecer uma estagnação, e todos com 60 a 70% de cobertura de duas doses, o que é pouco! //19
Vejam só a importância da vacinação das crianças para voltarmos a acelerar a cobertura vacinal e também adquirir homogeneidade! Precisamos avançar nisso o quanto antes.
- Painel de internações totais em SP (confirmados+suspeitos):seade.gov.br/coronavirus/# (clicar em "Dep. Regional de Saúde e Municípios") //22
Cuidem-se! Pensem bastante em como irão curtir as férias e quais os riscos que pretendem correr. Usem máscaras PFF2 bem ajustadas, prefiram locais ao ar livre ou muito bem ventilados, e percebam que estamos no escuro em relação ao monitoramento, o que inspira MUITA CAUTELA! //fim
A nota traz luz ao fato da desigualdade na cobertura vacinal dentro do Brasil. Vejam só como há uma discrepância muito grande entre a região Norte e a região Sul: //2
Neste destaque, a nota mostra como estamos diferentes:
"No Sul do país 30% dos municípios apresentam mais de 80% da população com esquema de vacinação completo, na região Sudeste 27,2%, no Centro-Oeste 11,8%, no Nordeste 2,7% dos municípios e na região norte apenas 1,1%." //3
Uma coisa sobre a qual temos de ter plena consciência: a dúvida, o questionamento e o ceticismo são partes integrantes da ciência e da evolução do aprendizado.
Isso enquanto ainda estamos estudando e não temos o fato. 🧶
No momento em que temos o fato, como a segurança+eficácia das vacinas em adultos E CRIANÇAS, nosso papel não pode ser de questionamento!
Por que, Isaac? Pois nos transformamos em mercadores da dúvida! Nosso produto passa a ser a desconfiança na ciência. Fazemos mais mal que bem.+
Agora que temos:
- muitos estudos de segurança+eficácia;
- mais de 8 bilhões de doses aplicadas no mundo e;
- mais de 8 milhões de doses aplicadas em crianças só nos EUA;
Entendemos como é seguro e importante!
Temos é de organizar como vacinar todo mundo o quanto antes! +
Oi, pessoal! Um mini-fio sobre alguns fatores que devemos ficar de olho!
Estão aparecendo mais estados com aumentos de pessoas reportando sintomas estilo covid-19 na pesquisa CTIS. Vejam SP: 🧶//1
O estado do RJ é absurdo, provavelmente resultado da confusão entre os sintomas "estilo covid" (febre+tosse+falta de ar/dificuldade para respirar) e sintomas "estilo gripe" (febre+tosse/dor de garganta): //2
Oi, pessoal! Temos uma nova versão do painel da @analise_covid19, com foco na vacinação dos países.
Vejam aqui o exemplo da Dinamarca, onde podemos ver o percentual de pessoas com uma dose, duas doses e dose de reforço.
Também podemos ver, além do percentual, a curva que mostra a velocidade de aplicação das doses.
Foquei na segunda dose e na dose de reforço. Neste caso conseguimos ver uma estagnação na segunda dose e uma aceleração no reforço:
No Brasil a vacinação com doses de reforço recém começou, então temos um percentual baixo da população (9,49%), mas não temos estagnação ainda (o que é ótimo):
Esse tipo de coisa vem acontecendo cada vez mais seguida (ataques/problemas em servidores e bases de dados públicas), o que aumenta a chance de ocorrer.
Agora é (como sempre) torcer pra que tenham feito o dever de casa.
Se tiver backup completo semanal e incremental diário feito em máquinas/fitas fora da rede (melhor até fora do prédio, em local com pouco conhecimento de todos), aí é “só” (é um trabalhão) reconstruir a rede.
Se o backup era feito na mesma rede, pode ter sido criptografado/apagado junto (se realmente foi um ataque de ransomware).
Além disso, tomara que tenham prática constante de “disaster recovery”, que é simular situações como essa para ver se acontecem mais imprevistos.