"Flurona": importante esclarecer sobre esse termo (inadequado) usado para designar coinfecções pelos vírus Influenza e SARS-CoV-2
1⃣ Não, não existe um vírus híbrido da gripe/COVID
2⃣ Infecções simultâneas por vírus que se disseminam juntos acontecem: é normal, porém indesejável
É importante ter muito cuidado ao inventar termos não-oficiais para designar doenças ou patógenos. Termos como "flurona", "Delta plus" só geram confusão e ansiedade desnecessárias: "vírus híbrido", "super doença", "vírus mais agressivo".
Usem conceitos, não termos "criativos".
Deixemos os neologismos para a Literatura. Funcionam bem por lá. Em saúde pública, quanto mais nos atermos aos conceitos e termos oficiais, menos ruídos e interpretações equivocadas geramos.
Co-infecções por SARS-CoV-2 e outros patógenos respiratórios não são tão raras. Este estudo achou uma taxa de ~20%. Para detectar casos de co-infecção é preciso testar, diagnosticar as infecções simultâneas. Como no Brasil mal testamos para um vírus... jamanetwork.com/journals/jama/…
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O cenário atual da pandemia na Europa, revelado com dados do @ECDC_EU, serve de alerta:
→ A desigualdade da cobertura vacinal é um problema global. Países com baixa cobertura têm sido duramente afetados com aumento de casos E óbitos.👇🏾🧵
A baixa cobertura vacinal em alguns países da Ásia, América Latina, Leste Europeu e em especial no continente africano tem que ser vista como um problema de todos nós.
Enquanto tivermos populações não vacinadas, o SARS-CoV-2 seguirá se disseminando mundialmente e causando danos.
Alguns países no leste europeu tem menos de 50% da população totalmente vacinada. Somada à baixa cobertura vacinal, medidas como uso de máscara e distanciamento foram negligenciadas.
Resultado: aumento nos casos, hospitais saturados, e aumento nos óbitos.
Nos painéis abaixo, vemos as proporções de cada sublinhagem das principais variantes em circulação no Brasil. Tais proporções devem ser avaliadas com cautela, pois não sabemos ao certo quais estratégias de amostragem foram usadas. Logo, existem vieses.
Proporções (%) das variantes detectadas no Brasil em cada semana (datas = último dia das semanas). No mapa, o tamanho dos círculos (pizzas) denotam a quantidade de genomas amostrados nos estados, e as cores indicam as variantes.
Gente maluca de verde e amarelo na Paulista sempre me lembra as artes de @vitorcartum. Retratam bem como o Brasil chegou nesse nível de insanidade de 2013 para cá.
Uma portaria da @anvisa_oficial impõe restrições a viajantes que vêm de Reino Unido, África do Sul e Índia.
Por que esses países?
R: São os países de origem das variantes Alpha 🇬🇧, Beta 🇿🇦, Delta 🇮🇳
Mas essa medida é ilógica, já que as variantes estão em mais de 100 países.
Por semanas eu não queria crer que a @anvisa_oficial escolheu países alvo de restrições com base em locais de origem das variantes, e não com base em parâmetros de incidência da COVID-19 ou distribuição geográfica das variantes
Mas é isso mesmo. É uma regra ilógica, quase inócua
A portaria da ANVISA impõe quarentena apenas a viajantes com origem ou passagem pelos países que primeiro identificaram as variantes Alpha 🇬🇧, Beta 🇿🇦, Delta 🇮🇳
A medida deveria ter como alvo países com alta incidência de COVID e alta prevalência das variantes. Vejam os EUA.