As cachalotes (Physeter macrocephalus) são os maiores predadores com dentes dos mares e já foram o segundo maior animal do planeta. Antes da era da caça às baleias, indivíduos podiam chegar aos 25 metros de comprimento, embora hoje os maiores não ultrapassem os 18 metros
Seu principal alimento são lulas, incluindo a lula-gigante e a lula-colossal, animais que podem ultrapassar os 10 metros e, em teoria, podem ser muito maiores (baseado em ferimentos encontrados em cachalotes)
Lulas são um alimento difícil de obter, não só devido à profundidade em que vivem, mas por possuírem um bico córneo e tentáculos com ganchos capazes de ferir seriamente as cachalotes. Mesmo assim, capturam esses cefalópodes com sua boca e os engolem praticamente inteiros
O maior problema, entretanto, ainda está por vir. As cachalotes não são capazes de digerir os bicos e ganchos das lulas que comem! Com o tempo, se acumulam no seu estômago e se solidificam em uma estranha massa, que pode ser vomitada pelo animal (já voltamos para esse detalhe)
Em outros casos (os mais relevantes economicamente), a massa pode crescer tanto após anos acumulando bicos que pode ir parar no intestino, gerar uma obstrução e matar a cachalote de constipação! Após meses (ou anos!) de decomposição da baleia, essa massa sai do corpo e flutua
Para isso, a cachalote morta deve afundar no oceano e não ir parar em terra (o que é facilitado uma vez que o animal costuma viver longe da costa).
Nesse momento, a massa de bicos solidificada irá ficar flutuando e maturando ao sol. Quanto mais velha, mais cara ela é
Nesse momento, chamada de ambergris, âmbar cinzento ou âmbar de baleia, a substância tem enorme valor econômico. Raramente encontrado, é utilizado como afrodisíaco e, mais comumente, pela indústria de perfumes, como um excelente fixador
Uma vez que as cachalotes são protegidas, sua utilização é complexa e proibida em muitos países (uma vez que elas eram mortas para que o produto fosse extraído de seus estômagos)
Entretanto, não é exagero falar que o produto é mais valioso que ouro em certas situações
A substância já foi encontrada no Brasil e vendida e, no ano passado, um morador de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, supostamente encontrou esse material na praia das Cabeçudas. Quem diria que os brasileiros poderiam ficar tão felizes por uma obstrução intestinal!
Espero que tenham gostado dessa minithread e de saber mais sobre fezes, vômito e obstrução intestinal de cachalotes!
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Inclusive, pouca gente sabe mas existem três espécies de cachalotes, todas da superfamília Physeteroidea.
O cachalote (que acabei de descobrir que é um substantivo masculino, finge que era elipse e que eu só omiti a palavra baleia) pertence à família Physeteridae
Mas a superfamília também conta com duas outras espécies na família Kogiidae, o cachalote-anão (Kogia sima, B) e o cachalote-pigmeu (Kogia breviceps, A)
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Você sabe como surgiu a #Caatinga? Sabia que ela é o único bioma endêmico do Brasil? Sabia que ela pode virar um deserto? Se liga nessa #BioThreadBR para conhecer um dos biomas com uma das histórias mais únicas do planeta!
A Caatinga (do Tupi ka’a [mata] + tinga [branca] = mata branca) é um "bioma" encontrado no nordeste do Brasil, presente nos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e ao norte do estado de Minas Gerais
Ph: Eraldo Peres
Estendendo-se por uma área de 1.037.000 km² segundo alguns autores, ocupa mais de 12% do território nacional e é lar de 12% da população brasileira e de 63% da população nordestina, o que, por si só, já demonstraria a importância do estudo desse bioma.
Um fato da paleontologia que faz as pessoas pirarem é que mamutes, preguiças gigantes, tigres-dentes-de-sabre e gliptodontes não são animais pré-históricos.
A pré-história acaba há 6.000 anos. Esses animais sobreviveram até tempos históricos, alguns por milhares de anos.
Já que estou atoa, vamos de mini thread
Último registro confirmado de um Megaloceros é de 6852 anos atrás, mas evidências recentes apontam que ele pode ter sobrevivido até 2521 anos atrás, no início da democracia da Grécia Antiga
Megaloceros por @JuliotheArtist
Doedicurus clavicaudatus foi um dos gliptodontes mais famosos. Seu último registro confirmado é de entre 4765-4445 BCE, embora um artigo recente (que precisa de mais investigação) aponte que ele pode ter existido até 4.830 anos atrás, após a criação da escrita pelos Maias
Os mamutes estão voltando!
Embora pareça coisa de ficção-científica, nunca estivemos tão perto de ter espécies extintas andando pelo planeta, e o mamute deve ser o primeiro!
Sege o fio
Arte por @JuliotheArtist #paleontology#paleonto#BioThreadBR
A chamada desextinção consiste no processo de clonar um organismo extinto. Ao gerar um embrião viável, ele é implantado em uma espécie geneticamente próxima daquela a ser clonada, e, em teoria, isso poderia trazer uma espécie de volta.
Surpreendentemente, isso foi realizado em 2009, quando o íbex-dos-pirineus foi clonado. A espécie, extinta em 2000, foi clonada com sucesso uma única vez, mas, infelizmente, o filhote morreu apenas 10 minutos após seu nascimento. Essa é a única espécie extinta duas vezes.
O que perdemos em 12 mil anos? #BioThreadBR sobre a megafauna de Lagoa Santa - MG.
Lagoa Santa é considerada o berço da paleontologia Neotropical, tendo uma importância incrível no cenário científico mundial.
O famoso cientista dinamarquês Peter Lund alterou completamente o mundo que conhecíamos após se mudar para o Brasil em 1833.
Foi em Lagoa Santa que esse pesquisador descreveu pela primeira vez tigres-dentes-de-sabre, toxodontes e preguiças-gigantes, e comprovou, de forma incontestável, que essa megafauna coexistiu com seres humanos.