1/Ministro mais longevo da história democrática, Mantega assinou o texto publicado hoje (www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/0…) por um motivo prosaico, de todos os economistas vinculados direta ou indiretamente a Lula, ele é dos poucos não está na lista dos eventuais ministros.
2/Mantega foi o rosto econômico do PT no seu auge (quando o País saiu da crise de 2008 com poucos arranhões) e na decadência do PT (quando as maquiagens destroçaram a credibilidade fiscal) Compreensivelmente, ele fala no artigo mais da primeira experiência do que da segunda.
3/Líder folgado em todas as pesquisas, Lula tem zero motivos para antecipar o debate sobre que pretende fazer se for eleito. Primeiro porque se fizer isso agora tira o foco sobre a gestão de Bolsonaro, rejeitada por mais de 70% dos brasileiros segundo as pesquisas+
4/Segundo, e mais importante, o ex-presidente ainda não deu a atenção devida para a economia. A sua prioridade nos últimos meses é a de montar palanques nos Estados. Também trouxe o ex-adversário Geraldo Alckmin para ser o seu vice e prepara uma aliança eleitoral de 8 partidos+
5/Escolher Mantega como autor de um texto quase formal da sua campanha permite a Lula impedir a costumeira cizânia entre os vbex-ministro Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa. Só depois do Carnaval, Lula vai apresentar um esboço de programa com as linhas mestras+
6/Até março, vale tudo nas apostas sobre o programa eleitoral de Lula. Tem gente no mercado financeiro que, sem nenhuma base na realidade, espera um ministro da Fazenda nos moldes de Antonio Palocci, ortodoxo no fiscal e liberal no gasto social+
7/Do outro lado, dirigentes do PT acreditam em jogar no lixo a reforma trabalhista e rever privatizações. Particularmente, acho que os dois lados vão se desapontar.
8/Num gesto para a esquerda, um eventual governo Lula vai propor mudanças trabalhistas p/ formalização dos milhões de trabalhadores informais. E quantas privatizações... bem, é preciso que Paulo Guedes privatize alguma coisa para ela ser resstatizada depois.
9/Lula não terá um superministro seja da Fazenda porque, se vencer a vitória será dele, não de nenhum assessor. Se for eleito, tomar posse e começar a governar (sequência de atos que sob Bolsonaro deixaram de ser óbvios), Lula vai ser ele mesmo o seu ministro da Fazenda+
1/O chile viveu em dois anos o maremoto político que o Brasil atravessa desde 2013. Protestos estudantis, decadência dos partidos tradicionais, quase impeachment do presidente, polarização. A eleição de Gabriel Boric traz algumas algumas lições:
2/A. Quem se move para o centro, leva vantagem No 2.o, Boric que se moveu mais, atraindo para si os centro-esquerdistas do Partido Socialista (“Tenho uma boa opinião do 2.o governo de Bachelet") e pedido desculpas as Democratas Cristãos (“minhas críticas eram imaturas”) +
3/B.O discurso radical levanta a torcida, mas não ganha o jogo – Como mostrou Maurício Moura( exame.com/blog/ideia-pub…) o discurso de “se não votar em mim o país vira a Venezuela” agita os militantes da direita, mas não basta para vencer a eleição. Fica a lição para Bolsonaro+
1.O ex-presidente Lula não irá escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro, o documento de 2022 para sinalizar permanência do tripé econômico. Essa é decisão final de Lula, que considera ofensivo que investidores considerem os 8 anos do seu governo não serem garantias suficientes+
2/O PT não tem ainda um programa para a hipótese de vencer as eleições, mas se fosse preciso comparar, a plataforma será mais parecida com a do 2.o governo (de forte intervenção estatal na economia) e menos do 1.o governo (de austeridade fiscal e forte política monetária)+
3/É lógico que essa é uma visão otimista. O Brasil que será herdado a partir de 2023 estará em frangalhos, comparando com o começo do segundo governo Lula, em 2007.
Pistas das intenções de Lula foram dadas na entrevista à Rádio Gaúcha. Pontos que chamam a atenção:
1/Lula volta da Europa nessa semana e bate o martelo do núcleo do seu time de campanha. A coordenação será da Pres do PT, Gleisi Hoffmann. Para evitar especulações sobre possíveis ministros, não haverá economistas no grupo+
2/Além de Gleisi Hoffmann, estão no núcleo os deputados federais José Guimarães e Rui Falcão, os ex-ministros Franklin Martins e Luiz Dulci e o pres do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
3/Como comparou um ex-ministro, “Lula não pretende ter um Posto Ipiranga, mas vários postos BR” (que significa não indicar um único porta-voz que seja o seu fiador, como foi Paulo Guedes para Jair Bolsonaro, mas falar com economistas de várias tendências)+
1/@quaestpesquisa divulgada hoje mostra que a candidatura Moro arrasa com as chances do PSDB e de outros pré-candidatos da chamada terceira via, tira votos do presidente Bolsonaro e, indiretamente, amplia o favoritismo do ex-presidente Lula+
2/Com Moro, Doria marca 2% e Leite apenas 1%. Rodrigo Pacheco tem 1% e o D'Ávila zero. As simulações mostram Lula entre 47% e 48% dos votos votais (o que daria 54% dos votos válidos), Bolsonaro 21%, Moro 8% e Ciro Gomes com 6% ou 7% dependendo do cenário+
3/Todas as pesquisas presidenciais até agora mostram que existe espaço para três ou, no máximo, quatro candidatos viáveis: Lula e Bolsonaro já asseguraram seu lugar e Ciro Gomes tem um público fiel. O último candidato deve vir da centro-direita e Moro largou na frente+
1/O anúncio da filiação do presidente Bolsonaro ao Partido Liberal do líder do Centrão Valdemar da Costa Neto muda a configuração da campanha da reeleição. O vice-presidente Hamilton Mourão está descartado na sucessão e terá dificuldades para se candidatar até ao Senado+
2/O companheiro de chapa do presidente pode ser os ministros das Comunicações, Fábio Faria, ou da Casa Civil, Ciro Nogueira. Principal voz do bolsonarismo entre as denominações pentecostais, o pastor da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia corre por fora+
3/Pelo acordo de Bolsonaro com Valdemar, o candidato a vice será indicado pelo PP. Se quiser, Ciro Nogueira será o candidato a vice, mas não está animado. Fabio Faria surge como opção mais forte hoje+