1.O ex-presidente Lula não irá escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro, o documento de 2022 para sinalizar permanência do tripé econômico. Essa é decisão final de Lula, que considera ofensivo que investidores considerem os 8 anos do seu governo não serem garantias suficientes+
2/O PT não tem ainda um programa para a hipótese de vencer as eleições, mas se fosse preciso comparar, a plataforma será mais parecida com a do 2.o governo (de forte intervenção estatal na economia) e menos do 1.o governo (de austeridade fiscal e forte política monetária)+
3/É lógico que essa é uma visão otimista. O Brasil que será herdado a partir de 2023 estará em frangalhos, comparando com o começo do segundo governo Lula, em 2007.
Pistas das intenções de Lula foram dadas na entrevista à Rádio Gaúcha. Pontos que chamam a atenção:
4/“Não há explicação econômica, cientifica, filosófica ou sociológica para a Petrobras manter um preço internacional em um país que é autossuficiente (na produção de petróleo). Qualquer pessoa séria que ganhar não vai manter essa política de paridade do preço de petróleo”+
5/Perguntado diretamente como seria a política de reajuste de preços no seu eventual governo, Lula foi sucinto: “como era no meu governo” +
6/"A lei do Teto de Gastos só pode ser aprovada num pais onde o presidente não tem autoridade moral para decidir o que fazer, o que gastar, o que investir.Não pode ter uma lei que impede investimento num país que precisa de investimento"+
7/Se Lula desse essas mesmas declarações faltando 2 meses para as eleições haveria um fuzuê no mercado. Foi esse clima de pânico que obrigou Palocci a convencer Lula a assinar a famosa Carta em 2002. Vinte anos depois, acredita Lula, a Carta foi um sinal de fraqueza+
1/Lula volta da Europa nessa semana e bate o martelo do núcleo do seu time de campanha. A coordenação será da Pres do PT, Gleisi Hoffmann. Para evitar especulações sobre possíveis ministros, não haverá economistas no grupo+
2/Além de Gleisi Hoffmann, estão no núcleo os deputados federais José Guimarães e Rui Falcão, os ex-ministros Franklin Martins e Luiz Dulci e o pres do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
3/Como comparou um ex-ministro, “Lula não pretende ter um Posto Ipiranga, mas vários postos BR” (que significa não indicar um único porta-voz que seja o seu fiador, como foi Paulo Guedes para Jair Bolsonaro, mas falar com economistas de várias tendências)+
1/@quaestpesquisa divulgada hoje mostra que a candidatura Moro arrasa com as chances do PSDB e de outros pré-candidatos da chamada terceira via, tira votos do presidente Bolsonaro e, indiretamente, amplia o favoritismo do ex-presidente Lula+
2/Com Moro, Doria marca 2% e Leite apenas 1%. Rodrigo Pacheco tem 1% e o D'Ávila zero. As simulações mostram Lula entre 47% e 48% dos votos votais (o que daria 54% dos votos válidos), Bolsonaro 21%, Moro 8% e Ciro Gomes com 6% ou 7% dependendo do cenário+
3/Todas as pesquisas presidenciais até agora mostram que existe espaço para três ou, no máximo, quatro candidatos viáveis: Lula e Bolsonaro já asseguraram seu lugar e Ciro Gomes tem um público fiel. O último candidato deve vir da centro-direita e Moro largou na frente+
1/O anúncio da filiação do presidente Bolsonaro ao Partido Liberal do líder do Centrão Valdemar da Costa Neto muda a configuração da campanha da reeleição. O vice-presidente Hamilton Mourão está descartado na sucessão e terá dificuldades para se candidatar até ao Senado+
2/O companheiro de chapa do presidente pode ser os ministros das Comunicações, Fábio Faria, ou da Casa Civil, Ciro Nogueira. Principal voz do bolsonarismo entre as denominações pentecostais, o pastor da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia corre por fora+
3/Pelo acordo de Bolsonaro com Valdemar, o candidato a vice será indicado pelo PP. Se quiser, Ciro Nogueira será o candidato a vice, mas não está animado. Fabio Faria surge como opção mais forte hoje+
1/Não perca as contas. Já são dez os candidatos da turma nem Bolsonaro, nem Lula: João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio, pelo PSDB; Sergio Moro, Rodrigo Pacheco, Mandetta e Datena (União Brasil);Luiz Felipe D’Ávila (Novo); Alessandro Vieira (Cidadania); e Simone Tebet (MDB)
2/A maioria desses pré-candidatos pontua entre 1% e 3% nas pesquisas e se lançou apenas por vaidade, mas o fato é que quem tem dez, não tem nada. A candidatura de centro direita hoje é uma ficção.+
3/Embora seja inútil estimar os resultados das previas do PSDB, a cúpula do partido trabalha p/ Eduardo Leite. A rejeição a Doria fora do PSDB paulista é tão intensa que se ele vencer, fará campanha sozinho. Se for o escolhido, Leite sofrerá pressão para ser vice+
1/Pesquisa da @quaestpesquisa mostra que o episódio Maurício Souza rendeu 15 milhões de posts no Instagram, Twitter, Facebook em uma semana. 70% condenavam as declarações homofóbicas do jogador e defendiam sua punição.
2/O episódio envolvendo Maurício Souza é significativo porque as opiniões do jogador sobre um personagem bissexual fictício não têm a menor importância, mas este foi o caso mais comentado na semana que o que o presidente da República afirmou que vacinas contra Covid causam Aids.
3/ O 70% a 30% foi a maior derrota do bolsonarismo ns redes desde 2018. Um dos efeitos do surgimento de Bolsonaro foi tirar do armário e naturalizar uma série de opiniões misóginas, homofóbicas, racistas e xenófobas.
1/A última pesquisa @poderdata_ indica duas tendências e uma terceira possibilidade. Por partes: Bolsonaro parece ter saído do poço. Desde o fracasso do ensaio foi golpe de Sete de Setembro e a trégua de Temer, o presidente vem recuperando terreno+
2/A diferença da derrota de Bolsonaro para Lula num 2.o turno era de 55%X30% e agora está em 52% a 37%, o que ainda é uma diferença brutal pró-PT de 15 milhões de votos. Desde setembro, a desaprovação do governo também ficou um pouco menor ruim.
3/A candidatura Sergio Moro embaralha as opções da turma do nem-Bolsonaro-nem-Lula, mas não altera a tendência da polarização. Moro pontua entre 7% e 8%, empatado com Ciro. Neste momento, a busca de um candidato viável para a direita liberal é um exercício de canibalismo+