Thread by @FelipePedri

A facada no Presidente @jairbolsonaro foi um produto do processo de desumanização de um grupo político, ao qual ele é o símbolo máximo. Muitas ditaduras sanguinárias do mundo tiveram nesse subterfúgio uma ferramenta importante. É a linguagem a serviço da ação politica assassina.

Acompanho esse movimento desde 2017, quando pais de alunos de um colégio de Porto Alegre ficaram estarrecidos com cartazes nos corredores onde “fascistas de verde amarelo” estampavam desenhos, onde se “ensinava” como “tratá-los” de forma “adequada”.

Então aos poucos foi se normatizando com gatilhos emocionais, a “ideia” de um “combate” a aquele grupo, em nome de um “mundo plural” e “mais humano”, que culminaria no atentado à democracia brasileira no pleito de 2018.

Portando a facada foi “do bem”, por que ela visava eliminar o “mal”, o “fascismo”, a idéia de que temos vida fora do “progresso”, “das fake news”. Segundo a autora petista de um livro sobre o assunto, o fascista é descrito assim:

“O fascista é o sujeito ativo do mal banal, um ativista do mal cotidiano, aquele que distorce as falas alheias, que vive de fazer fake news, de fomentar o racismo e o machismo e se orgulha disso.”

Logo após a desumanização dos “fascistas”, ela diz que é o próprio fascista que enxerga pessoas como não humanas. Ou seja, cria um cenário de expurgo, lança chaves agressivas geradoras de ódio, para na sequência dizer que ela luta contra as mesmas rotinas.

A eleição do Presidente gera uma aceleração do “expurgo”, meios de ação políticas em salas de aulas e midia main stream partem a desumanização completa, agora, com uma ferramenta mais poderosa ainda: o pânico sanitário. A agressividade aumenta em níveis preocupantes.

Logo, os atuais “não humanos” no Brasil são os “genocidas”,”negacionistas”,”anti-vax”, que não obedecem “regras sanitárias”.Este grupo não merece liberdade, não tem o direito de ir e vir, que dirá ter atendimento pelo SUS, em muitos comentários, o gatilho de morte está presente.

Vamos caminhar p/ mais um processo eleitoral dentro deste padrão psicológico, onde a sanidade do povo será testada pelas bestas feras do ódio de classes, raças e gênero. O imaginário violento ambienta a facada na democracia brasileira mais uma vez, mas nós resistiremos.

Importante dizer tb que o ambiente psicológico que fez com que o atentado, muito provavelmente planejado, não tivesse a sua dimensão real abordada e tampouco escrutinada pela opinião pública, como deveria ser, um ataque a democracia brasileira sem precedentes.