Thread by @historia_pensar

O mandatário chinês Xi Jinping, Secretário-Geral do Partido Comunista da China, criticou hoje a interferência externa nos protestos que eclodiram no Cazaquistão, denunciando a tentativa de insuflar uma revolução colorida no país.

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No comunicado direcionado ao presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, Xi Jinping afirma que a China "se opõe às forças externas que desencadeiam agitação e incitam a uma 'revolução colorida' no Cazaquistão".

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O governo chinês também se comprometeu a "oferecer toda a ajuda que o Cazaquistão precisar para superar as dificuldades atuais" e reforçou a continuidade da parceria amistosa entre as duas nações, "não importando quais desafios e riscos sejam enfrentados".

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Dono da 5ª maior reserva de petróleo e maior produtor de urânio do mundo, a ex-república soviética do Cazaquistão está enfrentando uma onda de protestos massivos desde 2 de janeiro, quando o governo anunciou um reajuste nos preços dos combustíveis.

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As manifestações tiveram início em Zhanaozen, mas logo se estenderam por todo o país e passaram a abranger uma série de pautas paralelas, de pedidos de reforma política e reivindicações sindicais.

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O governo cazaque recuou do aumento e anunciou o congelamento dos preços na tentativa de conter os protestos, mas as manifestações continuarem e se tornaram mais intensas. O primeiro-ministro, Askar Mamin, ofereceu seu pedido de renúncia na última quarta-feira, 5/1.

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Rico em recursos naturais e estrategicamente localizado entre a China e a Rússia, o Cazaquistão é um dos principais aliados diplomáticos e parceiros comerciais dessas duas potências.

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O país é signatário da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC, aliança militar das ex-repúblicas soviéticas), integra uma união aduaneira com a Rússia e mantém diversos projetos em conjunto com a China.

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A substituição do governo cazaque por um gabinete mais alinhado ao Ocidente teria, portanto, grande serventia à disputa geopolítica travada por Estados Unidos e seus aliados europeus contra Rússia e China.

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As manifestações no Cazaquistão apresentam indícios óbvios de manipulação externa, caracterizando-se como uma revolução colorida. Entre as principais lideranças dos protestos está o ativista Daniyar Khassenov, radicado em Kiev.

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Khassenov é ligado a organizações ativas no chamado "Euromaidan", que serviram de esteio à ascensão da extrema-direita na Ucrânia. Os protestos estão sendo incitados pelo canal Nexta, mídia ligada à OTAN, que ajudou a promover a tentativa de golpe na Bielorrússia em 2020.

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Entre os diretores do Nexta está Raman Pratasevich, egresso do Batalhão de Azov, uma organização paramilitar neonazista. Outra organização midiática que está ajudando a promover e apoiando abertamente os protestos é a Radio Free Europe / Radio Liberty.

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A rádio é um veículo de mídia financiado pelo governo dos Estados Unidos, instrumentalizado para a difusão do anticomunismo e das estratégias geopolíticas imperialistas desde a década de quarenta.

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Por fim, as manifestações estão recebendo o apoio da ONG NetBlocks, que se apresenta como uma organização que promove a "liberdade digital", mas é financiada diretamente pelo Open Technology Fund, mantido pelo governo do governo dos Estados Unidos.

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A ONG também é ligada à Radio Free Asia, mídia fundada pela CIA. Apesar das evidências óbvias de interferência estrangeira, os protestos ganharam o apoio de algumas organizações de esquerda no Brasil, incluindo o PCB e tendências do PSOL.

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