Um banqueiro "socialista"? Mukhtar Ablyazov, ex-proprietário do BTA Bank e autoproclamado líder dos protestos no Cazaquistão, foi apontado como possível financiador do Movimento Socialista do Cazaquistão e patrono do ativista Aynur Kurmanov pelo WikiLeaks em 2013.
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Ex-Ministro da Energia, Indústria e Comércio do Cazaquistão, o multimilionário Mukhtar Ablyazov adquiriu o BTA Bank em 1998. O banco chegou a ser a maior instituição financeira do país e concentrava 30% de todos os empréstimos concedidos às pessoas físicas.
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Em 2010, entretanto, uma auditoria revelou um déficit de 10 bilhões de dólares nos registros da instituição, derivado de um esquema de fraudes contábeis, obrigando a intervenção do fundo soberano do Cazaquistão para manter o banco solvente.
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Processado por gestão fraudulenta e desvio de recursos, Ablyazov fugiu do país, refugiando-se em Londres e depois em Paris.
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Durante seu exílio na Europa, Ablyazov vislumbrou a possibilidade de manter sua influência política e seu poderio econômico substituindo o governo cazaque por um gabinete favorável aos seus interesses na exploração dos recursos naturais do Cazaquistão.
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Assim, o banqueiro começou a financiar veículos de mídia e partidos políticos de oposição. Conforme noticiado pela imprensa em 2011, o banqueiro teria repassado grandes somas de dinheiro para a rede de televisão K+ e para os jornais Vzglyad e Golos Respubliko.
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Ablyazov também se tornou financiador do Partido Comunista do Cazaquistão e do Alga e Escolha Democrática, dois partidos de direita liberal. Os 3 partidos se uniram em uma coligação em 2005, lançando como candidato à presidência um aliado do banqueiro, Vladimir Kozlov.
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Kozlov seria preso por corrupção posteriormente. A greve dos petroleiros de Zhanaozen, ocorrida em dezembro de 2011, teria sido incitada pelos líderes políticos e meios de comunicação financiados por Ablyazov para desestabilizar o governo cazaque.
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Os partidos de oposição e veículos de mídia financiados por Ablyazov foram fechados por ordem judicial, em função de seu envolvimento em tentativas de desestabilização do país.
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Teria sido esse o motivo pelo qual o banqueiro se aproximou de outra agremiação política da oposição cazaque recém-fundada — a chamada "Associação Cazaquistão 2012", liderada pelo ativista de direitos humanos Aynur Kurmanov.
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A associação, a princípio ligada a uma plataforma de sustentabilidade e ao ideário liberal progressista, foi fundida com a organização trotskista Resistência Socialista, convertendo-se no Movimento Socialista do Cazaquistão.
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Em março de 2013, o WikiLeaks divulgou um documento produzido pela Stratfor, consultoria contratada pelo governo dos EUA para produzir análises geopolíticas, com especulações acerca da aproximação entre o banqueiro Ablyazov e a recém fundada organização socialista.
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O relatório apontou que Aynur Kurmanov estaria "recebendo apoio financeiro do oligarca foragido" e que o Movimento Socialista do Cazaquistão serviria de fachada para que o banqueiro pudesse controlar a oposição. Documento no link:
Como um indício do respaldo financeiro de Ablyazov aos socialistas, o relatório cita a rápida ascensão política de Kurmanov, que em poucos meses se tornou uma das lideranças políticas mais conhecidas do país.
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Em janeiro de 2022, em meio aos grandes protestos que levaram à queda do governo cazaque, Mukhtar Ablyazov ressurgiu como figura pública de relevo, autodeclarando-se, diretamente de seu refúgio na França, como o verdadeiro cérebro do movimento.
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"Eu me vejo como líder da oposição. Todos os dias manifestantes me ligam perguntando: 'O que a gente deve fazer? Nós estamos aqui: o que fazemos?'", afirmou o banqueiro.
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Coincidentemente ou não, são justamente os seus alegados patrocinados — o Movimento Socialista do Cazaquistão e seu dirigente, Aynur Kurmanov — que estão emprestando a face progressista e sindical aos protestos.
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As manifestações no Cazaquistão já foram rotuladas como uma revolução colorida pelos governos de Rússia, China e Cuba. Kurmanov e o Movimento Socialista, entretanto, negam enfaticamente. Ablyazov, diretamente de sua mansão na França, diz o mesmo.
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Quem diria? Jones Manoel, militante do PCB, e Radio Free Europe, veículo de mídia anticomunista mantido pelo governo dos Estados Unidos, divulgam matérias sobre Aynur Kurmanov, um dos líderes dos protestos no Cazaquistão.
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Fundada pelo governos dos Estados Unidos em 1949, a Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL) surgiu como um aparelho ideológico e órgão auxiliar da Agência Central de Inteligência (CIA).
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De forma semelhante à Radio Free Asia, a RFE/RL tinha como foco a difusão de propaganda anticomunista e a promoção dos interesses comerciais, militares e estratégicos dos Estados Unidos.
O mandatário chinês Xi Jinping, Secretário-Geral do Partido Comunista da China, criticou hoje a interferência externa nos protestos que eclodiram no Cazaquistão, denunciando a tentativa de insuflar uma revolução colorida no país.
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No comunicado direcionado ao presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, Xi Jinping afirma que a China "se opõe às forças externas que desencadeiam agitação e incitam a uma 'revolução colorida' no Cazaquistão".
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O governo chinês também se comprometeu a "oferecer toda a ajuda que o Cazaquistão precisar para superar as dificuldades atuais" e reforçou a continuidade da parceria amistosa entre as duas nações, "não importando quais desafios e riscos sejam enfrentados".
"Não é por dois pesos. É pelo país!". Esse era o grito de guerra dos manifestantes do movimento "Pos Me Salto" ("Então Eu Pulo") que eclodiu na Cidade do México em 2013. Os manifestantes protestavam contra o aumento de dois pesos na passagem do metrô da Cidade do México.
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Inicialmente, o protesto consistia em incentivar os passageiros a pularem as catracas do metrô. A maioria dos manifestantes eram estudantes e o protesto logo tomou ares de "flashmob", com pessoas caprichando na performance dos saltos para postar nas redes sociais.
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Em uma matéria publicada em 19 de dezembro de 2013, o jornal "El Universal" acusou sete ativistas brasileiros do Movimento Passe Livre, que estavam na Cidade do México na ocasião, de estarem assessorando organizações interessadas em articular mobilizações populares massivas.
Há 187 anos, em 6 de janeiro de 1835, um grupo de indígenas, negros e mestiços liderados por Antonio Vinagre, invadia o palácio do governo de Belém e destituía o presidente da província do Grão-Pará, dando início à Cabanagem.
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A revolta popular, motivada pela insatisfação das massas com a pobreza generalizada e pelo descontentamento das elites locais com a negligência do governo imperial, arrastou-se por cinco anos e meio e tornou-se a guerra civil mais sangrenta da história do Brasil.
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A Cabanagem logrou a constituição de um governo revolucionário, mas foi violentamente debelada pelas forças imperiais. O conflito deixou c. de 40 mil mortos, dizimando um terço da população do Grão-Pará, incluindo o extermínio de nações indígenas inteiras.
Nas ruas de Havana, cubanos respondem se passaram fome durante a quarentena.
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Mesmo sentindo os efeitos devastadores do embargo comercial mantido pelos EUA há 60 anos — que já causou prejuízos de mais de 750 bilhões de dólares à sua economia — e apesar de todas as limitações advindas de suas condições geográficas...
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Cuba segue possuindo a menor taxa de subnutrição do continente. Indicadores sociais como mortalidade infantil e expectativa de vida também são superiores aos de muitas nações desenvolvidas, incluindo os Estados Unidos.
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Madames francesas se divertem atirando esmolas para crianças vietnamitas no "Pagode das Senhoras", em Hanói.
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As mulheres são Blanche e Hélène, respectivamente esposa e filha de Paul Doumer, então Governador Geral da Indochina, responsável por administrar as possessões coloniais francesas no Sudeste Asiático — incluindo o Vietnã.
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Paul Domer era Co-Príncipe de Andorra e assumiu a presidência da França em 1931, mas foi assassinado antes de completar um ano no cargo.
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