A BA.2 é chamada de Omicron silenciosa por um simples motivo: é menos óbvias no teste PCR. Só isso. A Omicron clássica (BA.1) perdeu um pedaço que o teste detecta. Então se a detecção do teste é parcial, você sabe que é Omicron. A BA.2 tem esse pedaço e não é tão óbvia.
Todas elas e outras BA que podem aparecer são linhagens da Omicron. Lembra que se especulava que a Omicron surgiu em imunodeficientes ou em outros animais, pq tem muitas mutações e não tinha nada parecido? Essas são as linhagens próximas que faltavam.
O que é um forte sinal de que a Omicron surgiu da transmissão entre pessoas. Provavelmente fora da África do Sul, pq lá só tinham detectado BA.1. Essa deve ter sido a primeira Omicron que conseguiu se transmitir mais rápido. Agora outras linhagens próximas estão ficando melhores.
A BA.2 começou a se espalhar também. E quem deu o sinal primeiro foi a Dinamarca. Simplesmente pq é um país que testa muito e sequencia as amostras. Ela já deve estar dominando em outros lugares tb, pq parece ser 1,5x mais transmissíve que a Omicron BA.1. businessinsider.com/ba2-omicron-co…
O mesmo aconteceu na África do Sul. Em Gauteng, a Omicron BA.1 original dominou, começou a ser substituída pela BA.1.1 que veio dela e agora as duas são substituídas pela BA.2, ainda mais transmissível.
Isso parece uma versão mais acelerada da troca de variantes que já vimos. E é. Pq a transmissão agora é muito maior. Na Noruega, a Omicron original já cai em casos. Mas as duas linhagens mais recentes (BA.1.1 e BA.2) já estão começando a dominar
Isso tudo condiz com o que se espera do vírus evoluindo. Para escapar da imunidade, ele precisa acumular mutações. E nem sempre elas tornam o vírus mais transmissível. Algumas vezes prejudicam a transmissão entre as pessoas...
... Mas se ele explora um novo nicho, como circular entre imunizados, pode predominar nesse ambiente "protegido" o suficiente para ganhar outras mutações e recuperar a transmissão. É o que estamos vendo agora, vários "parentes" da Omicron ganhando ainda mais mutações...
... e com isso recuperando a transmissão. Só que mais transmissão + escape de imunidade = o mundo todo para infectar.
Felizmente a proteção das vacinas está segurando hospitalizações.
"Ah, mas quem pegar a Omicron vai estar protegido, o vírus é a melhor vacina"
Deixo pra vocês o resultado mais provável desse pensamento imbecil
Resumo da ópera: a imunidade robusta das vacinas indica que ainda estamos bem protegidos.
Ainda vamos ver a imunidade de vacinados que pegaram a Omicron e sublinhagens pra ver como será essa proteção combinada, pode ser boa. Pra isso ser a saída, precisaríamos vacinar todos.
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O Facebook barra milhões de vídeos com abuso de animais ou crianças, violência extrema, etc. Instagram barra mamilo. YouTube, tem detecção automática de música e filme. Se quisessem barrar desinformação, já têm as ferramentas.
A diferença é que quem exige isso são os anunciantes.
A mesma coisa aqui no Twitter. O problema, aqui, é que muitas das pessoas que tornam esta rede relevante são justamente as pessoas que usam o Twitter para desinformar. E que podem impor regulação de fora se forem caladas aqui dentro.
Ah, mas quem decide o que é desinformação ou não?
Eu não sei, mas se isso preocupa você, também vale se preocupar com o fato de um time de 10-20 engenheiros de software no Vale do Silício decidirem o que é ou não a realidade, o que pode ou não ser visto por 3 bilhões de usuários.
O Twitter é movido a indignação e mantém relevância quando alimenta a mídia com pautas e discussões negacionistas, além das legítimas. Pode não ser a rede mais popular, mas é a rede que semeia as mais populares. Por isso, não dá pra ter #TwitterApoiaFakeNews
No caso, ter o @TwitterBrasil mantendo notícia falsa de vacinas no ar. Ter a hashtag #TwitterApoiaFakeNews se autocolpletando seria bem legal.
Com a ascensão da política via redes sociais, o Twitter virou o centro de muita discussão diária até na imprensa. Eu mesmo gero refino e compartilho as pautas de COVID aqui.
Mas justamente por esse papel cada vez mais importante que não dá pro @verified apoiar fake news.
Fio fantástico do @jburnmurdoch com a situação da Omicron no Reino Unido e no mundo, com lições importantes que vou pinçar.
1º, um mesmo Nº de casos realmente gera menos internações do que ondas anteriores. Mas o volume de casos ainda põe uma pressão enorme no sistema de saúde.
Mas essa onda de Omicron começou entre os mais novos, menos vacinados e que circulam mais. Só agora os casos começam a crescer entre os mais velhos e as internações também devem crescer mais em proporção aos casos.
O aumento de casos gera outro problema: pacientes que vão pro hospital por outros problemas, mas estão com COVID. Eles podem não evoluir pra algo mais sério, mas são um risco de contágio pros profissionais e pros outros pacientes. Isso aumenta ainda mais a pressão nos hospitais.
Relatório dos primeiros 785 casos de COVID na Dinamarca, um dos países que mais testa por hab. e sequencia casos de COVID no mundo. Os números ainda são pequenos e os casos concentrados entre jovens, mas a severidade parece comparável à da Delta. eurosurveillance.org/content/10.280…
Um fio
Por conta dos testes, deve ser um dos países com a maior cobertura dos casos de Omicron. Mais de 77% da população tomou duas doses e mais de 20% já tomou a dose de reforço. Entre os casos, 76% tomaram 2 doses e 7% tomaram o reforço.
Dos 785 casos, só 9 foram hospitalizados (1,2%) e 1 precisou de UTI (0,13%). Por esses números, a Omicron parece ser leve. Mas são casos em uma pop. muito vacinada. A proporção de dinamarqueses hospitalizados e internados pela Delta no mesmo período é comparável (1,5% e 0,1%).
Também descobri que apareci no topo do @thesciencepulse (obrigado pela confiança e pela atenção)! Apesar do semestre todo fora (no IMF).
Aproveito para recomendar todos os outros nomes que vão informar vocês muito mais. E pra fazer um pequeno fio sobre minha leitura disso.
Se repararem na lista dos perfis mais acompanhados, temos poucas instituições e nenhum nome “institucional” como o Fauci lá fora, que fala em nome do governo dos EUA. É um forte sintoma da falta de presença do governo e das instituições de pesquisa brasileiras em redes sociais.
E quando falo topo, quero dizer número de seguidores, métrica que muitas vezes chama atenção 1o (por bem e por mal). Não sou tão ativo aqui quanto gostaria, certamente não posto tanta informação relevante quanto os outros perfis. E atribuo muito dos meus números a “pioneirismo”.