Também descobri que apareci no topo do @thesciencepulse (obrigado pela confiança e pela atenção)! Apesar do semestre todo fora (no IMF).
Aproveito para recomendar todos os outros nomes que vão informar vocês muito mais. E pra fazer um pequeno fio sobre minha leitura disso.
Se repararem na lista dos perfis mais acompanhados, temos poucas instituições e nenhum nome “institucional” como o Fauci lá fora, que fala em nome do governo dos EUA. É um forte sintoma da falta de presença do governo e das instituições de pesquisa brasileiras em redes sociais.
E quando falo topo, quero dizer número de seguidores, métrica que muitas vezes chama atenção 1o (por bem e por mal). Não sou tão ativo aqui quanto gostaria, certamente não posto tanta informação relevante quanto os outros perfis. E atribuo muito dos meus números a “pioneirismo”.
Já faço divulgação desde 2007, falo de pandemia desde 2009 e já participei de muitas iniciativas populares como o @scienceblogsbr (no @BlogsUnicamp agora) e do @Nerdologia. Como diz o ditado, “na tempestade, até porco voa” e este porco aqui já tinha atenção desde antes.
O que ajudou muito a canalizar atenção desde o começo da pandemia. Foi o que me fez subir de 100-200k seguidores pra mais de 1 milhão.
Chamo a atenção pra isso pq as universidades e centros de pesquisa estão perdendo uma oportunidade importantíssima de ocupar esse espaço.
Deveriam estar fazendo agora o papel de conquistar o público que vão informar na próxima pandemia. As pessoas nunca tiveram tanto o nome do Butantan e da Fiocruz na boca e na mídia. Poderiam ter mais nomes. E entender melhor o desastre que são os cortes de $ da ciência Br.
Lá fora, alguns órgãos como o @FieldMuseum perceberam que as pessoas seguem pessoas e trouxeram influenciadores como a @Ehmee pra representar o que fazem. Universidades deveriam estar de olho na @mellziland e nos outros nomes para aproveitarem esse público já conquistado.
Quem já percebeu isso é foi muito mais ágil em apoiar esse tipo de iniciativa foi o @iserrapilheira. Que, ironicamente, é quem não vai sofrer com os cortes de verba do governo federal e que menos “dependeria” de ter acesso ao público por estes meios.
A atenção que tenho recebido é fruto desse vácuo de informação do governo federal, de universidades e outros centros. Já passou da hora de reconhecerem a importância de redes sociais e pararem de contar com sorte e nossa boa vontade em falar da importância da pesquisa no Brasil.
Eu devo minha graduação e pós-graduação à universidade pública e sempre vou defender sua importância. Divulgação pra mim é uma forma de devolver essa formação. Mas poderiam aproveitar muito mais divulgadores que despontam por aqui pra conversarem com quem os financia.
A @luizacaires3 já deve ter mais alcance sozinha do que o Jornal da USP inteiro. Pra dar um exemplo do alcance que essas pessoa têm por aqui. Muitas das quais trabalham em universidades e instituições públicas. Deveriam ser muito mais reconhecidas e celebradas.
Enquanto não fomentarem isso, estão fadados a verem muito mais seus nomes na mídia na boca de picaretas, que precisam de um nome institucional para passar credibilidade, ou em escândalos como assédio sexual, do que por conta de descobertas e da pesquisa relevante que fazem.
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Fio bem importante discutindo os resultados preliminares da redução de imunidade contra a Omicron e como isso poderia ser transposto para proteção vacinal e hospitalização. Seguem tuítes sobre o que podemos interpretar desses resultados PRELIMINARES que carecem de confirmação.
Os 3 estudos em questão estimaram de formas diferentes o quanto anticorpos presentes no sangue de pessoas vacinadas barram o vírus em laboratório. Ou seja, não são dados da vida real. Para estimar o que isso significa, rola uma extrapolação que, por natureza, não vai ser exata.
A Omicron parece precisar de 7 a 40 vezes mais anticorpos para ser barrada em testes tanto quanto o Sars-CoV-2 original. Com mais chances de estar mais próximo de 40x. É uma redução brutal, a maior vista em uma variante até agora. Mas ela não escapa completamente.
Nós temos um mês, talvez dois para nos prepararmos para a Omicron. No mínimo deveríamos ter uma campanha massiva para todos os estados passarem de 70% de vacinados. Só temos a ganhar com isso. E vai poupar leito e oxigênio.
Campanha de uso de máscara, campanha de dose de reforço, cobrança de passaporte vacinal, investir de verdade nos testes que o ministro da saúde anunciou e não cumpriu... ainda dá tempo.
Fevereiro de 2020: "a China escondeu casos, a letalidade não é 1%"
Março: "foram 3 mil mortes entre +de 1 bi de chineses, tranquilo"
Dezembro: "2021 tem vacina, vai ser tranquilo"
...
Dezembro de 2021: "casos de Omicron são leves"
Sempre contando com a sorte.
A Omicron parece ser tão mais transmissível que os primeiros dados já aparecem. Ela se espalha bem mais do que a delta na África do Sul, onde se estima que a maioria das pessoas já teve COVID. Ou é tão mais transmissível que parece implausível, ou infecta muitos curados. Um fio.
Para crescer com a velocidade que ela tem crescido – ela já predominou em outras comunidades – ou ela se espalha mais do que o sarampo entre quem não teve COVID, a doença respiratória mais transmissível que conhecemos. Ou se espalha entre quem já está imune.
Menos de 1/4 do país foi vacinado com duas doses, o que não explicaria esse espalhamento. E por dados de outros países, ela não parece infectar tanto os vacinados – o que ainda precisa ser confirmado nas próximas semanas.
O @minsaude corrigiu minha info e respondeu à requisição de quem alterou meus dados no CadSUS. A alteração foi feita com a credencial (agora bloqueada) de um médico de Porto Velho/RO, que também me marcou como morto, fez apologia nazista e outras ofensas. Agradeço pela resposta.
Quem fez isso usou um serviço de VPN com saída em Brasília, mas os dados de acesso ficam no sistema. Ainda estamos vendo os próximos passos. E ainda quero saber se todo mundo que tem CNES tem acesso a todos os dados do CadSUS e pode alterar dessa forma.
Tenho martelado muito que não adianta fechar fronteiras para países africanos para parar a Omicron. Segue um fio sobre os motivos para não fechar e o que queremos incentivar para detectar as próximas variantes e descobrir se são perigosas.
O @Tuliodna, que liderou esse achado, tem sido muito explícito sobre o que detectou, em quais grupos, como é a Omicron, quais mutações tem e como isso não implica em todos os casos serem da África do Sul. Qual foi a “recompensa” por esse trabalho? O isolamento do país.
Mesmo se a África do Sul fosse a origem e o único local com a Omicron, fechar fronteiras no máximo adia a circulação dela. Testar quem chega, fazer isolamento e exigir vacinação pode funcionar tanto quanto ou melhor, com uma grande diferença: não pune quem fez o trabalho certo.
Fio sobre a nova variante encontrada por pesquisadores na África do Sul. Parece ser bastante transmissível, mas ainda é cedo pra confirmar. Ela pode ter dado a “sorte” de embarcar em um momento de maior transmissão. Já estão testando se ela tem ou não escape de imunidade.
Conforme saírem testes e mais info, compartilho. Mas ainda acho bem cedo para ficar preocupado. Precisaríamos ver essa transmissão maior dela sobre a delta por mais tempo ou em mais locais para realmente ficar em alerta.
De qualquer forma, o fato de ser encontrada na África do Sul pode mostrar algo mais. O vírus não né necessariamente surgiu lá, ele foi detectado lá primeiro. Mas ele circula no continente que tem a menor vacinação. Ou seja, onde ainda tem muita gente vulnerável.