Afirmei em live e na @folha que, se não tivermos uma variante que anule vacinas (e não tem sinal de que teremos), essa tendência pode transformar a COVID em uma gripe.
Este gráfico do @jburnmurdoch mostra isso bem. Segue o fio.
O gráfico marca a letalidade da COVID por cada infecção, algo que pode ser mais bem estimado em um país que testa mais como a Inglaterra, do que no Brasil, onde já passou de 4%.
Antes das vacinas, a fatalidade da COVID era mais de 20x maior do que a gripe (bela gripezinha). Agora, é "só" 2x. Tb tem o fato de que a COVID causa muito mais casos. Com as duas coisas juntas, maior fatalidade e mais casos, ela ainda pesa muito mais do que a gripe na sociedade.
A diferença de letalidade entre a Delta e a Omicron em quem não se vacinou é muito pequena para explicar essa "atenuação". A proteção com a dose de reforço é 2x maior.
Muito da queda de letalidade não acontece pq o vírus ficou mais leve. E sim pq as pessoas estão mais imunizadas.
Esse último gráfico mostra a aproximação entre a letalidade da COVID-19 e da gripe. E como os mais idosos continuam mais afetados. Apesar de toda a proteção ainda morrem mais de COVID do que de gripe.
Como vamos transitar para a pandemia de COVID virar uma "gripe sazonal" depende de alguns fatores:
- Quantas ondas anuais teremos de COVID? Mais do que a gripe?
- Novos tratamentos podem reduzir mais a letalidade?
- Quanto As próximas variantes vão escapar das vacinas?
Já temos sinais de que vacinas reduzem as chances de COVID longa. Mas outra pergunta fundamental que será respondida com a onda da Omicron:
- Qual a proteção do reforço em vacinados que tiveram COVID? Quantos vão desenvolver COVID longa e outros sintomas/sequelas preocupantes?
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A BA.2 é chamada de Omicron silenciosa por um simples motivo: é menos óbvias no teste PCR. Só isso. A Omicron clássica (BA.1) perdeu um pedaço que o teste detecta. Então se a detecção do teste é parcial, você sabe que é Omicron. A BA.2 tem esse pedaço e não é tão óbvia.
Todas elas e outras BA que podem aparecer são linhagens da Omicron. Lembra que se especulava que a Omicron surgiu em imunodeficientes ou em outros animais, pq tem muitas mutações e não tinha nada parecido? Essas são as linhagens próximas que faltavam.
O Facebook barra milhões de vídeos com abuso de animais ou crianças, violência extrema, etc. Instagram barra mamilo. YouTube, tem detecção automática de música e filme. Se quisessem barrar desinformação, já têm as ferramentas.
A diferença é que quem exige isso são os anunciantes.
A mesma coisa aqui no Twitter. O problema, aqui, é que muitas das pessoas que tornam esta rede relevante são justamente as pessoas que usam o Twitter para desinformar. E que podem impor regulação de fora se forem caladas aqui dentro.
Ah, mas quem decide o que é desinformação ou não?
Eu não sei, mas se isso preocupa você, também vale se preocupar com o fato de um time de 10-20 engenheiros de software no Vale do Silício decidirem o que é ou não a realidade, o que pode ou não ser visto por 3 bilhões de usuários.
O Twitter é movido a indignação e mantém relevância quando alimenta a mídia com pautas e discussões negacionistas, além das legítimas. Pode não ser a rede mais popular, mas é a rede que semeia as mais populares. Por isso, não dá pra ter #TwitterApoiaFakeNews
No caso, ter o @TwitterBrasil mantendo notícia falsa de vacinas no ar. Ter a hashtag #TwitterApoiaFakeNews se autocolpletando seria bem legal.
Com a ascensão da política via redes sociais, o Twitter virou o centro de muita discussão diária até na imprensa. Eu mesmo gero refino e compartilho as pautas de COVID aqui.
Mas justamente por esse papel cada vez mais importante que não dá pro @verified apoiar fake news.
Fio fantástico do @jburnmurdoch com a situação da Omicron no Reino Unido e no mundo, com lições importantes que vou pinçar.
1º, um mesmo Nº de casos realmente gera menos internações do que ondas anteriores. Mas o volume de casos ainda põe uma pressão enorme no sistema de saúde.
Mas essa onda de Omicron começou entre os mais novos, menos vacinados e que circulam mais. Só agora os casos começam a crescer entre os mais velhos e as internações também devem crescer mais em proporção aos casos.
O aumento de casos gera outro problema: pacientes que vão pro hospital por outros problemas, mas estão com COVID. Eles podem não evoluir pra algo mais sério, mas são um risco de contágio pros profissionais e pros outros pacientes. Isso aumenta ainda mais a pressão nos hospitais.
Relatório dos primeiros 785 casos de COVID na Dinamarca, um dos países que mais testa por hab. e sequencia casos de COVID no mundo. Os números ainda são pequenos e os casos concentrados entre jovens, mas a severidade parece comparável à da Delta. eurosurveillance.org/content/10.280…
Um fio
Por conta dos testes, deve ser um dos países com a maior cobertura dos casos de Omicron. Mais de 77% da população tomou duas doses e mais de 20% já tomou a dose de reforço. Entre os casos, 76% tomaram 2 doses e 7% tomaram o reforço.
Dos 785 casos, só 9 foram hospitalizados (1,2%) e 1 precisou de UTI (0,13%). Por esses números, a Omicron parece ser leve. Mas são casos em uma pop. muito vacinada. A proporção de dinamarqueses hospitalizados e internados pela Delta no mesmo período é comparável (1,5% e 0,1%).