POR QUE MOTORISTA DE UBER NÃO PODE PEGAR FAIXA DE TÁXI?
65% dos brasileiros preferem utilizar aplicativos de transporte em vez de táxi, segundo pesquisa do SPC.
Ainda assim, é proibido utilizar faixas de táxis.
VIVEMOS UMA SÍNDROME DA FAIXA DE TÁXI e isso tem custos. Segue.
Sim, a preferência por aplicativos tem suas razões:
- O preço em geral é menor.
- O aplicativo gera incentivos para o motorista ter um "bom comportamento".
- É mais seguro para o passageiro que tem registrada todas as corridas
- É mais fácil pagar.
Apesar disso, o motorista de aplicativo NÃO tem direito a usar a faixa de táxi.
Isso, porque essas faixas exclusivas permitem apenas táxis e ônibus.
O resultado é que uma viagem que duraria 20 minutos pelo corredor de táxis, duraria - digamos - 40 minutos nas faixas comuns.
Pode parecer besteira mas tem consequências.
Gastamos 2x mais tempo para nos deslocarmos simplesmente porque escolhemos um Uber do que um Carro Branco licenciado pelo Estado.
Algo que do ponto de vista do usuário, não faz sentido algum, aliás ambos são transportes.
Contudo, para cada taxista que tem seu próprio mercado, as restrições aos motoristas de aplicativos fazem sentido e são importantes.
Aliás, o taxista pagou caro pela licença (algo que não deveria existir, mas ok), e não quer a concorrência do Uber na faixa de táxi.
Sem essa distorção, seria possível prestar os mesmos serviços às pessoas, utilizando um tempo muito menor.
Menos tempo de deslocamento, significa ao final do dia mais tempo em coisas produtivas para o usuário. E os motoristas de aplicativos poderiam fazer mais viagens.
"Ah, mas se liberasse para o motorista de Uber os corredores ficariam mais cheios...."
Sim, é verdade, mas ainda assim seria melhor que a faixa comum. E tá vendo como esse argumento é corporativista? O motorista de táxi não pode ficar no trânsito, mas o do Uber tudo bem?
VIVEMOS NO BRASIL HOJE UMA SÍNDROME DA FAIXA DE TÁXI.
Cada um tem e busca um privilégio que exclui os outros da possibilidade de competir.
Um crédito barato, uma isenção fiscal ou alguma outra forma de subsídio que implica - NECESSARIAMENTE - taxar mais os outros.
Para um indivíduo, as restrições à concorrência e os subsídios são valiosos e lucrativos.
Para o país como um todo, O RESULTADO É QUE ENQUANTO UNS CHEGAM MAIS RÁPIDO, OUTROS DEMORAM MUITO MAIS POR UM PRIVILEGIO DE UM GRUPO.
Assim, somos menos produtivos e mais pobres.
Enquanto ficarmos discutindo Lei Rouanet, cloroquina, voto impresso e outras políticas irrelevantes, a verdadeira agenda fica de lado.
Temos que acabar com a síndrome da faixa de táxi e de parar de achar que desenvolvimento econômico é dar benesses para grupos específicos.
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FATO 1: NOS ÚLTIMOS 35 ANOS, O SETOR PÚBLICO TEVE AUMENTO DE RENDA ENQUANTO O SETOR PRIVADO TEVE QUEDA.
De 1986 a 2017:
- A renda do setor público saiu de R$ 3,4 mil para R$ 4,2 mil (aumento de 24%).
- A renda do SETOR PRIVADO saiu de R$ 2,5 mil para R$ 2,4 mil (queda de 4%).
Mas Lula ignora as evidências de reformas trabalhistas e aposta num experimento sem resultados ainda.
Como diria Malan: "No Brasil, o futuro é duvidoso e o passado é incerto." Segue 🧶
O Mercado de trabalho do Brasil é um dos mais ineficientes do mundo. Por diversas medidas.
Olhando o Labor Market Efficiency, do Banco Mundial, de 140 países, o Brasil está em 117.
Ou seja, apenas 23 países são mais ineficiente que o Brasil nisso. Há diversos motivos.
Um deles é (era mais ainda) uma legislação trabalhista obsoleta.
- Antes não havia regulamentação de Homeoffice ou contratos temporários.
- Você não podia negociar nada com seu chefe sem consentimento do Sindicado.
- Você era obrigado a pagar o sindicato.
- Etc, Etc...