Em outubro de 2011, Orlando Silva, Ministro do Esporte dos governos petistas, pediu demissão do cargo, capitulando diante da pressão da mídia, que há anos exigia sua cabeça. Ele havia sido acusado de gastar R$ 8,30 no cartão corporativo para comprar uma tapioca.
1/18
Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Orlando Silva é baiano, mas fez carreira política em SP, onde foi eleito deputado. Foi o primeiro negro a assumir a presidência da UNE e organizou a luta estudantil contra o sucateamento das universidades no governo FHC.
2/18
Em 2006, aceitou o convite de Lula para assumir o Ministério do Esporte. Durante sua gestão, Orlando Silva realizou mais de 6.000 obras de infraestrutura esportiva e coordenou a realização dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2007.
3/18
Foi responsável por instituir o Bolsa Atleta, maior programa de apoio direto a atletas de alto rendimento do mundo. Também criou programas como o "Esporte e Lazer das Cidades" e implementou a Lei de Incentivo ao Esporte, uma reivindicação de 40 anos do setor.
4/18
Em 2008, Orlando Silva tornou-se alvo de acusações após a imprensa identificar uso irregular de seu cartão corporativo. O ministro utilizou o cartão para pagar R$ 8,30 na compra de uma tapioca em um estabelecimento de Brasília.
5/18
O gasto é considerado irregular, pois os cartões só podem ser utilizados para bancar despesas fora de Brasília. O ministro atribuiu o gasto a um equívoco na hora de pagar e já havia ressarcido o valor antes mesmo da informação vazar para a imprensa. De nada adiantou.
6/18
Orlando Silva foi alvo de diversas reportagens em tom alarmista no Jornal Nacional, que chamou o caso de "escândalo da farra dos cartões corporativos". Pit bulls dos jornalões exigiam a cabeça do ministro e até o PSTU engrossou o caldo do denuncismo.
7/18
Por vários meses, comentaristas dos jornais, revistas e telejornais insistiram no "escândalo", insuflando uma verdadeira devassa nos gastos do cartão corporativo do ministro na esperança de encontrar alguma outra irregularidade - em vão.
8/18
A histeria foi tanta que, mesmo sem indícios de irregularidades, Orlando Silva decidiu arcar com a despesa integral do cartão corporativo, pagando do seu bolso 31 mil reais.
9/18
Com a persistência da mídia em abordar o assunto, o ministro decidiu pedir demissão da pasta para preservar o governo. Montou-se até mesmo uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o "escândalo". O relatório final da CPI isentou o ministro de culpa.
10/18
O ministério público sequer abriu investigação, por falta de materialidade da denúncia. Em 2012, Orlando Silva foi inocentado pela Comissão de Ética por falta de provas.
11/18
Por sua vez, o policial João Dias, que havia ganhado amplo espaço na imprensa após acusar o ex-ministro de cobrar propina, reconheceu que não possuía quaisquer provas contra Orlando Silva.
12/18
A suposta "farra dos cartões corporativos", entretanto, tornou-se argumento usual nos ataques da imprensa que alegavam existir um completo descontrole dos gastos no governo petista.
13/18
Quando Michel Temer assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a revista IstoÉ saudou o novo governo em uma matéria intitulada "A Farra Acabou", apostando que ele "disciplinaria o uso dos cartões corporativos".
14/18
Desde então, os gastos com cartões corporativos tem crescido de forma desenfreada ano a ano. Os gastos dispararam sobretudo durante o governo Bolsonaro.
15/18
Em 2019, Bolsonaro gastou 41 mil reais por dia no cartão corporativo, totalizando 14 milhões de reais no ano. Diante dos questionamentos, o presidente utilizou-se de um decreto de segurança nacional de 1967, instituído na ditadura, para impor sigilo sobre os gastos.
16/18
Em janeiro de 2021, um levantamento de dados feito pelo jornal Metrópole mostrou que o governo federal gastou 15,6 milhões de reais apenas com leite condensado. É dinheiro suficiente para comprar 1,9 milhões de tapiocas como a que derrubou o ministro Orlando Silva.
17/18
Dessa vez, entretanto, a julgar pelo comportamento condescendente da imprensa, os gastos parecem aceitáveis.
18/18
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Ludwig von Mises (1881-1973), expoente do liberalismo e da Escola Austríaca de pensamento econômico, elucubrando sobre os méritos do fascismo. O excerto é do livro "Liberalismo" (publicado em 1927), cap. 10, "O argumento do fascismo".
Descendente de uma aristocrática família judaica do Império Austríaco, Mises estudou na Universidade de Viena, onde foi influenciado pelas obras de Böhm-Bawerk e Carl Menger.
2/10
Após servir ao monarquista Otto von Habsburg, príncipe-herdeiro da Áustria, Mises atuou como conselheiro econômico do regime fascista de Engelbert Dollfuss, responsável pela forte repressão aos movimentos socialistas e de esquerda durante a Guerra Civil Austríaca.
Jornalismo de qualidade exige mais do que recursos. E o Grupo Folha, que tem um faturamento anual de mais de 2,7 bilhões de reais, é prova disso. Em 5 de abril de 2009, a Folha de S. Paulo estampou em sua capa uma ficha policial falsa atribuída a Dilma Rousseff.
1/16
Apresentado como autêntico, o documento forjado foi publicado na íntegra na página A10 do jornal, ilustrando uma matéria que implicava Dilma Rousseff em um suposto plano para sequestrar Delfim Netto, ministro da fazenda da ditadura militar.
2/16
Segunda a Folha, a reportagem foi baseada em um depoimento de Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) — grupo da esquerda radical que participou da luta armada contra a ditadura militar.
Uma ideia inovadora baseada no cooperativismo tem melhorado a vida dos motoristas de aplicativo de Araraquara, no interior de São Paulo. Um aplicativo idealizado pelo prefeito Edinho Silva, do PT, garante o repasse de até 95% do valor da corrida aos motoristas.
1/7
Intitulado "Bibi Mob", o aplicativo é resultado de uma parceria entre a prefeitura e a Cooperativa de Transporte de Araraquara (Coomappa). O serviço está disponível em Araraquara e cidades vizinhas como Américo Brasiliense, Santa Lúcia e Rincão.
2/7
O diferencial do app é que ele não é administrado por uma empresa, mas sim por uma cooperativa de trabalho, onde os próprios motoristas são os sócios. O app, portanto, não visa o lucro. O aplicativo fica com apenas 5% do valor da viagem para cobrir os custos operacionais.
Os apreciadores de arte moderna certamente se surpreenderam com a matéria ilustrada na capa da Folha de S. Paulo em 7 de março de 2004. O jornal assegurava que uma obra do mestre espanhol Pablo Picasso teria sido descoberto por acaso em uma repartição do INSS em Brasília.
1/17
Ilustrando a matéria de capa, uma foto com ângulo cuidadosamente selecionado para abranger o retrato oficial do presidente Lula no segundo plano. O ex-metalúrgico havia acabado de completar um ano e dois meses no cargo.
2/17
Sob a chamada "Decoração burocrata", a matéria deixava clara a intenção de ressaltar o amadorismo, a ignorância, a falta de cultura do novo governo, suficientemente obtuso para deixar uma obra que valeria milhões de dólares largada em uma repartição pública qualquer.
"Devolve, Lula": como a grande imprensa validou um boato de internet para acusar Lula de roubar um crucifixo que era seu — e como a Operação Lava Jato tentou tirar proveito disso.
1/21
Dentre os mais de 8.500 presentes pessoais que Lula ganhou durante seus mandatos, destaca-se um Cristo crucificado esculpido em madeira por um artista europeu do século XVI. O crucifixo pertencia ao bispo Mauro Morelli, de Duque de Caxias, que o pôs à venda em 2002.
2/21
O crucifixo foi comprado por José Alberto de Camargo, conselheiro do Instituto da Cidadania e presidente da CBMM. Por sugestão de Frei Betto, Camargo presenteou Lula com a obra. O sacerdote convenceu Lula a instalar a peça em sua sala e posteriormente abençoou o gabinete.
O momento mais propício para uma revolução popular no Brasil ocorreu em agosto de 1954, logo após o suicídio de Getúlio Vargas. A notícia da morte de Getúlio desencadeou uma verdadeira onda de fúria popular que se espalhou por todo o Brasil.
1/8
Os trabalhadores saíram às ruas aos gritos de "mataram Getúlio", buscando vingança contra as forças oposicionistas a quem atribuíam a responsabilidade pelo ocorrido. Incendiaram os carros dos jornais O Globo e Tribuna da Imprensa e depredaram as sedes dos jornais.
2/8
Populares depredaram as sedes de empresas estadunidenses como a Standard Oil. Caçado pelas ruas do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda quase foi linchado e teve de se esconder na embaixada dos Estados Unidos. O povo então invadiu a embaixada. Lacerda fugiu de helicóptero.