Uma vez, moderando um grupo em que eu geralmente deixava o pau comer sem interferir, uma mulher reclamou do comportamento extremamente babaca de um cara com ela. Não havia ameaça, não tinha como saber se era algo sistemático (eu mal entrava), mas era, de fato, extremamente rude.
Olhei a interação, ouvi as queixas dela, que parecia afetada por aquilo. Então, decidi fazer um tratamento desigual. Suspendi o mal educado por um tempo, e eu disse que estava fazendo isso por causa do sexo da pessoa que foi alvo dele. Entrei em contradição com o que prego?
Meu raciocínio foi este: há uma diferença nas propensão a emoções negativas entre homens e mulheres. Elas sofrem mais com esse tipo de coisa. Dado o grau virulento do ataque que ele fez, decidi que o grupo ganhava mais com ela não sendo ofendida do que com ele livre para ofender.
O que estou dizendo é que há uma vantagem natural masculina, no agregado, com exceções é claro, a resistir ao ser submetido a grosserias. Assim como há vantagem delas em habilidades linguísticas. Fosse a disputa algo dependente das últimas, eu consideraria tratamento desigual.
Moral da história, quando se ensinava a meninos que não se bate em meninas, isso tinha base em diferenças naturais entre sexos que hoje são negadas por ideologia. Todo ser humano é racional, mas as formas de ser gente são diferentes e isso pode ser levado em conta em decisões.
Não acho que minha decisão neste caso deveria virar base para leis — sou contra a nova lei da "violência psicológica". Uma razão para isso é justamente que o poder preditivo do conhecimento sobre as diferenças é limitado e tem exceções.
Essa nuance não significa que o princípio de tratamento igual é ruim, mas que não tem como premissa que indivíduos são idênticos. Só que podemos presumir que são racionais e capazes de assumir responsabilidades de cidadão. E que a forma como são tolhidos por outros também varia.
Obviamente, o que vale prum grupo privado fundado para debater política e fazer piadas contra autoritários não necessariamente vale como diretriz a ser seguida por autoridades que têm o monopólio da força e vivem de impostos.
Também estava pensando na qualidade dos debatedores.
O que fiz foi meramente reconhecer uma diferença real. Já identitários, negam que haja padrões naturais de diferença psicológica entre grupos, elegem um deles para proteger (o que ignora que as vantagens nem sempre são unidirecionais) porque ele é alvo de uma conspiração social.
O que é "-ismo/-fobia estrutural" além de uma forma limpinha e cheirosa de pregar que existe uma conspiração contra grupos específicos e a favor de outros? Troquem "privilegiados" por "Sábios de Sião" que dá na mesma. Mesma retórica, mesma desigualdade moral presumida, etc.
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Vi há meses documentário da BBC sobre a quase-extinção de pessoas com síndrome de Down na Finlândia pela via do aborto. Não me convenceu totalmente, mas a autora, jornalista e mãe de um menino Down, deu um argumento muito bom, que vou parafrasear (na versão mais forte possível):
A inteligência é sobrevalorizada. Alguns a vêem como a medida do valor de uma pessoa: tanto os eugenistas, quanto os críticos dos eugenistas que querem eliminar mensuração da inteligência pois PARTILHAM desse preconceito. Uma sociedade saudável deve moderar esse preconceito.
Uma das formas de moderar esse preconceito é valorizar pessoas com problemas congênitos como Down. Sua participação na sociedade é um argumento contra a redução do ser humano a um fator único como a inteligência, pois todos concordam que há dificuldades de aprendizado ali.
"A existência de um partido nazista fere a existência da comunidade judaica."
Típica afirmação falsa da @tabataamaralsp que todo mundo aceita porque aceitar é propaganda de bom-mocismo. Falsidade usada como adorno, para exibicionismo moral.
Não concordo com @monark em permitir partido nazista porque partido aqui é regado a impostos. Mas concordo com a ideia de que devem ser livres para ter suas crenças repugnantes e expressá-las.
É um bom teste de real adesão à ideia de liberdade de expressão. Tenho feito há anos.
A expectativa é que aceitemos que a mera existência de neonazistas é como um CFC na camada de ozônio da comunidade judaica. É o tipo de hipérbole contra a verdade que é incentivada no progressismo, como quando dizem que palavras são "violência" (justamente para censurar).
Entre em grupo, instituição, organização ou hobby. Reclame de problemas abstratos "estruturais" que haveria ali: "-ismo/-fobia estrutural", "ambiente hostil". Acuse de -fóbico e -ista quem duvidar disso ou questionar seu comprometimento com as metas locais.
O objetivo é tomar o poder, e disfarçar esse objetivo como preocupação com a justiça.
Para o golpe ser bem-sucedido, é preciso haver uma minoria identitária barulhenta e uma liderança fraca, obsequiosa, não vacinada contra o ataque, com pavor de as acusações "colarem" no grupo.
Agora, como se defender de infiltração identitária:
Questione os reclamantes, um a um individualmente, se há fatos que ocorreram que sirvam de exemplo para o tal problema abstrato levantado ("ambiente hostil para mulheres", "homofobia sistêmica", "racismo estrutural").
ZERO fontes nesta coluna irritada do Reinaldo. Quem é ele? Amiguinho do Átila que o entrevistou na Folha, e, quando o Átila errou falando em "imunização local", apagou o trecho sem pôr erratum, o que é antiético. Mas o pior é ele traduzir Tolkien e inventar "GOBELIM" para goblin.
Dois dias antes da coluninha irritadinha do autoritário necessário, saiu este artigo aumentando a duração da imunidade natural para até 20 meses e relatando que a quantidade de anticorpos anti-SARS2 no sangue não dependia da data de infecção. jamanetwork.com/journals/jama/…
Quanto a ser *melhor* que vacina ou não, eu não vou afirmar nada pois está em investigação. Mas não vou xingar quem discorda de mim de desonesto, isso é coisa de exibicionista moral leigo sem vergonha na cara.
Queridos colegas jornalistas (infelizmente sou colega agora), no interesse de evitar futuros atritos, gostaria de informar que suas afirmações de que só a vacina e não infecção prévia protege contra covid etc. são ideologia e não ciência. Confiem em mim. Não sou *só* jornalista.
Quando eu escrevo sobre esses assuntos, eu vou às fontes primárias. Eu não estou formando opinião com base em grupo político, seja lá qual for ele. Tanto que não vão achar eu concordando com gente que respeito, mas considero equivocada quando alegam que vacina de mRNA é placebo.
Não gostaria de ter que falar coisas que aparentam ser uma minicarteirada, mas a empáfia de absolutos LEIGOS em biologia que falaram comigo está demais!
Eu vou morder essa isca e te fazer um desafio: sem olhar no Google, diga-me por que a declaração sobre fetos abortados e a Pepsi está errada. Vamos ver se você sabe do que está falando mesmo, ou só está fazendo exibicionismo moral em cima das opiniões erradas do falecido.