Este é um filme clichê para entender o perigo do livre discurso nazifascista: A Onda.
Nada obscuro - mas se você não viu, veja.
Há inúmeros motivos para o nazifascismo ser perigoso: incluem a promoção de uma ansiedade social, irracionalidade, paranóia e negação da realidade.
Um livro que analisa a psicologia do autoritarismo é "Os Anjos Bons da Nossa Natureza", do psicólogo Steven Pinker.
Para ele, uma utopia é perigosa porque "permite que qualquer número de ovos seja quebrado para fazer a omelete utópica". Ou seja, os fins justificam os meios.
Além disso, ideologias só são reproduzidas em grupo.
O problema, para Pinker, é que "grupos assumem uma identidade própria na mente das pessoas, e os indivíduos desejam ser aceitos dentro do grupo, promovê-lo em relação aos outros, e isso pode sobrepujar seu melhor julgamento".
Grupos também têm o péssimo hábito de diminuir o nosso senso de empatia. Como somos altamente sugestionáveis a repetir comportamentos de pessoas parecidas conosco, se esperamos uma ação de nosso colega para reagir a um caso de emergência, corremos o risco de replicar apatia.
É a soma do desejo de ser aceito pelo grupo, com o risco que o próprio grupo causa de desestimular empatia, que pode levar soldados, por exemplo, num genocídio, a serem violentos: para evitar "negligenciar suas responsabilidades ou desapontar seus camaradas de armas".
Além disso, nós superestimamos nossa capacidade de sermos independentes quando agimos em grupo. Mas grupos estimulam espiral do silêncio.
É dessa forma que "pessoas podem endossar uma opinião que lhes desagrade, por acreditarem erroneamente que todos os demais são a favor".
Uma espiral do silêncio pode nos amedrontar e sufocar. É o grupo sobrepondo o indivíduo.
"Durante caças às bruxas e expurgos, as pessoas se veem levadas por ciclos de denúncia preventiva" porque, nesse ambiente, "sinais de convicção sincera tornam-se uma mercadoria preciosa".
Em resumo, o discurso nazifascista é como um vírus, que não atua dentro de uma utopia da livre expressão e da individualidade, mas pressionado por poderosos componentes sociais - muitas vezes subestimados pelos liberais - que provocam dissonância cognitiva e comportamento tribal.
O nazifascismo não dialoga com o neocortex, a parte mais complexa do cérebro, que nos difere de qualquer outro animal. Dialoga com o sistema límbico, o pedaço primitivo da massa cinzenta.
A ideia de que somos altamente racionais em nossas ações e percepções, nesse caso, é falha.
Como o nazifascismo é apenas uma maneira de politizar a violência, sua livre manifestação - especialmente em cenários de convulsão social - serve, portanto, como um veneno, disposto a corroer a própria liberdade de pensamento e a individualidade.
É, em resumo, a barbárie.
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Conhece essa foto aqui? Foi tirada no campo de concentração nazista de Buchenwald, liberto pelos EUA em 1945.
Buchenwald virou campo de concentração soviético.
Quase 30 mil pessoas passaram por ele depois da queda do nazismo. Mais de 7 mil morreram nas mãos da União Soviética.
Essa foto aqui foi tirada em Sachsenhausen.
Também foi utilizado pelos soviéticos como campo de concentração.
Por 5 anos, Moscou preservou sua câmara de gás e enviou mais de 60 mil pessoas para o mesmo espaço em que os nazistas aniquilavam seus adversários.
Com a queda da Alemanha Oriental, escavações encontraram os corpos de mais de 12 mil vítimas assassinadas pelos soviéticos em Sachsenhausen - a maioria de crianças, adolescentes e idosos.
Aqui embaixo preparei um pequeno resumo contando por que esses são os Jogos mais orwellianos da História.
Acredite: os Jogos deste Big Brother são bem diferentes daquilo que você está acostumado a ver na televisão.
Em primeiro lugar: 243 organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch e a Repórteres sem Fronteiras, fizeram um chamado às democracias de boicote diplomático contra as Olimpíadas de Pequim, chamando o evento de "Jogos do Genocídio".
Esses são os países que declararam boicote diplomático às Olimpíadas: Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, EUA, Estônia, Kosovo, Lituânia, Reino Unido e Taiwan.
Todos enviaram atletas, mas nenhum membro dos governos desses países comparecerá ao evento.
Não, não estou falando da participante do Big Brother.
Estou falando da Eslovênia, o país - aquele que no fim da Segunda Guerra Mundial, junto com Bósnia e Herzegovina, Croácia, Macedônia, Montenegro e Sérvia, formava a República Socialista Federativa da Iugoslávia.
Nesse tempo, este sujeito aqui era o dono do pedaço: o Marechal Tito.
Embora as repúblicas iugoslavas até gozassem de certa autonomia, Tito detinha o poder supremo e governava ditatorialmente, sem oposição.
Em 1963, numa canetada, ele virou presidente vitalício da Iugoslávia.
Sempre que você criticar uma ditadura abraçada pela esquerda, o comportamento de seus ideólogos será o mesmo:
- E os EUA?
Hordas de propagandistas comungando do fetiche por velhos sisudos de farda e coturno, repetindo o mesmo mantra.
Imagine o quão inteligentes eles se sentem.
A tática se chama Whataboutism.
Whataboutism é uma falácia.
Falácia é um raciocínio logicamente incorreto. Vem do latim "fallere", que significa enganar.
Exemplo: atacar o argumentador no lugar do argumento é um tipo de falácia chamada Ad hominem. Whataboutism é um outro tipo.
Whataboutism é uma manobra retórica frequentemente utilizada na política por aqueles que procuram evitar um assunto.
A estratégia consiste em desviar a atenção para outro tema, acusando o argumentador de hipocrisia. O objetivo é minar a legitimidade da própria crítica.
Sou bloqueado no Twitter: 1) pelo embaixador da China no Brasil, 2) pelo próprio perfil da embaixada chinesa.
Como a China enxerga o Twitter?
É perigoso criticar o Partido por aqui?
Há bots e influenciadores pagos para elogiar o governo chinês e seus diplomatas?
Conto aqui:
O Twitter é oficialmente bloqueado na China.
Ainda assim, muitos chineses acessam este espaço através de uma VPN - uma rede privada, criptografada, capaz de burlar sites bloqueados.