Já que recebemos indiretas da conta que anda espalhando teorias da conspiração agradáveis aos ouvidos da esquerda com relação ao nosso posicionamento político e no caso da Vaza Jato e do "Hacker de Araraquara", vamos explicitar nossa visão nesse fio: (+)
Nós acreditamos que as ações de Delgatti Neto e a publicação da série de matérias sobre o vazamento pelo @TheInterceptBr mudaram os rumos da política no Brasil. É bem possível que Lula não estivesse em liberdade se não fosse pelas ações de Delgatti. (+)
Os vazamentos serviram para explicitar as motivações políticas e a utilização do lawfare para interferir nas eleições representativas por uma corja de vermes que podem representar qualquer coisa, menos um sistema de justiça imparcial. (+)
E a presença de um desses vermes nas eleições deste ano e que assumiu um cargo chave no desgoverno de Bolsonaro só reforça ainda mais que a utilização das instituições de justiça como manobra política fizeram parte de um projeto de poder, tanto do juiz quanto do MP. (+)
Essa visão, pautada na realidade, não exime o próprio Delgatti de críticas. Ele mesmo já deixou claro que suas ações não tiveram inicio com um ideal ativista - e era ele próprio um apoiador da Lava Jato até se deparar com o conteúdo das mensagens. (+)
O que não é cabível é o salto que se dá entre a crítica à natureza das ações e interesses individuais de Delgatti nas ações para um "apoio a Moro" ou "lavajatismo". Assim como não é cabível o salto entre criticar certas ações de Lula e do PT e nos taxar como far-right. (+)
Nossas críticas a Lula partem justamente de sua postura conciliadora, ao dialogar com os interesses do mercado e a centro-direita. Porém, reconhecemos que essa posição faz parte do jogo viciado que todo político se propõe a jogar. (+)
Na democracia burguesa, ou se joga o jogo atendendo minimamente os interesses da elite, ou não se ganha eleição. Não se governa sem "governabilidade", como escancarou o golpe que derrubou Dilma Rousseff. (+)
Nós lutamos tendo como horizonte a democracia direta, a autogestão e o fim da ilusão dos governos representativos. Ainda assim, acreditamos no voto nesse ano, como ferramenta de controle de danos. Não podemos permitir mais 4 anos de carta branca a um fascistoide. (+)
Nossa luta é por um sistema no qual o diálogo com uma classe dominante não seja um limitador da expressão democrática. Mas não existe como criar consciência de classe em uma população que está de volta no mapa da fome. É esse tipo de dano que deve ser controlado. (+)
Acreditamos que Moro seja o retrato da justiça no Brasil: Corrompida e movida por seus próprios interesses de poder. E qualquer apoio nosso a Lula deve ser apenas como controle de danos, sem a fé de que essa será a solução última para a situação do Brasil. (+)
Afinal, sempre podem surgir novos Moros e novos Bolsonaros em uma década. Como bem disse o companheiro @galodeluta, Lula é importante. Superar Lula é ainda mais importante. Para nós, a saída de emergência está muito mais à esquerda. Ela se chama Anarquia.
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