Há 113 anos, em 17 de fevereiro de 1909, falecia Gerônimo, célebre líder dos guerreiros apaches.
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Gerônimo (dito "Goyaalé", ou "O Que Boceja" na língua apache) nasceu em 16 de junho de 1829 nos arredores de Turkey Creek, Novo México. O território ainda fazia parte do México, mas seria incorporado aos Estados Unidos em 1848, após a Guerra Mexicano-Americana.
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Gerônimo era descendente de Mahko, respeitado líder nativo, e pertencia à tribo dos Bedonkohe, de apaches chiricahua, famosos pela resistência aguerrida contra os invasores desde a era colonial.
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Em 1851, um grupo de milicianos atacou o acampamento de Gerônimo, motivado pelas recompensas que o governo mexicano oferecia por escalpos de apaches. No ataque, a mãe, a esposa e os três filhos de Gerônimo foram mortos.
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Furioso, Gerônimo jurou vingança. Buscou orientação do guerreiro apache Mangas Coloradas, que há décadas liderava a resistência dos nativos contra as incursões mexicanas. Foi aconselhado a se juntar ao grupo dos guerreiros do chefe Cochise.
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Gerônimo se destacaria pela coragem, destreza e inteligência nas batalhas contra os mexicanos. Foi durante uma dessas batalhas que ganhou a alcunha evocando São Jerônimo — uma referência à capacidade "milagrosa" do nativo de se desvencilhar dos disparos de armas de fogo.
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Ao guerreiro apache também se atribuía a capacidade sobrenatural de se locomover sem deixar rastros e de retardar ou adiantar o pôr do sol. Gerônimo tornou-se chefe do seu próprio exército e se firmou como o mais célebre dos líderes militares dos povos nativos.
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Além dos mexicanos, Gerônimo viu-se obrigado a combater as tropas estadunidenses. Quando os EUA declararam guerra ao México, os apaches prometeram passagem segura para as tropas, em troca da assinatura de um tratado que reconhecia o direito dos nativos sobre as terras.
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Com o fim da guerra e o avanço da Marcha para o Oeste, entretanto, os EUA romperam o acordo e passaram a reivindicar a posse dos territórios apaches, ricos em recursos naturais e propícios para a exploração agrícola comercial.
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Em 1872, o governo dos EUA criou a Reserva de San Carlos, no Arizona, e adotou uma política de remoção forçada dos apache. A resistência indígena levou ao recrudescimento da repressão e uma série de massacres contra os nativos, reavivando as chamadas "Guerras Apaches".
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Espoliados de seus recursos, os indígenas realocados passaram a viver em condições precárias na reserva. Eram submetidos à brutalidade dos guardas e não tinham liberdade para exercer suas crenças, manter seus costumes ou plantar seus alimentos.
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A fome era generalizada e epidemias de doenças como a malária também afligiam a comunidade. Reagindo ao tratamento desumano do governo, Gerônimo tornou-se líder dos chamados "índios renegados" — isso é, os apaches que se recusavam a ficar confinados na reserva.
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Gerônimo conduziu sucessivos ataques contra postos militares da reserva, facilitando a fuga dos cativos. Também empreendeu escaramuças e ataques contra as aldeias de colonos, fazendas, composições ferroviárias e acampamentos de garimpeiros do Arizona e Novo México.
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Privados do uso da terra, os apaches "renegados" também se viam obrigados a recorrer a roubos e assaltos, provocando apelos cada vez mais enérgicos dos colonos, que exigiam a neutralização urgente do grupo.
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A exemplo do que tinham feito com os mexicanos, entretanto, os apaches conseguiram impor uma impressionante resistência às investidas do Exército dos Estados Unidos, prolongando o conflito por muitos anos.
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Em 1883, o general George Crook liderou uma gigantesca expedição, com soldados bem armados, para combater os guerreiros apaches. Divididos em duas colunas, os militares estadunidenses conseguiram cercar e eliminar parte substancial das tropas nativas.
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Gerônimo logrou evitar a captura, conduzindo um grupo de combatentes a um recuo estratégico rumo às montanhas e cânions do Arizona. Em 1886, o general Nelson Miles lançou uma nova campanha massiva, aniquilando quase todos os guerreiros do exército de Gerônimo.
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Em 4 de setembro de 1886, com seu exército reduzido a um total de 38 nativos, grande parte dos quais mulheres e crianças, Gerônimo se rendeu. Os guerreiros sobreviventes foram presos e detidos em Fort Pickens, na Flórida.
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Foram posteriormente transferidos para o Alabama até a realocação definitiva em Fort Sill, Oklahoma. Gerônimo tornou-se prisioneiro de guerra pelo resto da vida e passou mais de duas décadas sob custódia do governo dos EUA, sem nunca mais retornar à sua terra natal.
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Foi forçado a abandonar seus costumes, convertido ao cristianismo e exibido como troféu de guerra em paradas militares em Washington. Morreu de pneumonia em Fort Sill, em 17 de fevereiro de 1909, lamentando a decisão tomada 23 anos antes. "Nunca devia ter me rendido."
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Nove anos após seu falecimento, o túmulo de Gerônimo foi profanado por alunos da Yale. O crânio foi roubado por membros da sociedade secreta Skull and Bones, à qual pertencia Prescott Bush, filho do magnata Samuel Bush e avô do futuro presidente dos EUA George W. Bush.
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Grupos isolados de guerreiros apaches seguiram lutando contra as tropas estadunidenses mesmo após a prisão e morte de Gerônimo, mas foram quase dizimados pelos regimentos de James Watson, James Daniels e William McBryar. As últimas investidas ocorreram em 1924.
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As guerras indígenas travadas pelo Exército dos Estados Unidos estão entre os piores genocídios da história. Em um intervalo de dois séculos, a população indígena norte-americana foi reduzida de 25 milhões para menos de 2 milhões de indivíduos.
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Há 68 anos, em 19 de fevereiro de 1954, nascia Sócrates. Ídolo da torcida corintiana, Sócrates é considerado um dos maiores jogadores de futebol da década de 80. Foi também militante do PT e expoente do movimento Democracia Corinthiana.
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Sócrates nasceu em Belém do Pará, primogênito dos 6 filhos de seu Raimundo e dona Guiomar. Seu irmão caçula, Raí, também destacaria como jogador de futebol, atuando pelo São Paulo, onde ganhou o epíteto de "Terror do Morumbi".
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Mudou-se ainda criança para Ribeirão Preto, no interior paulista, onde estudou no Colégio Marista e onde desenvolveu seu interesse por esportes. Iniciou sua carreira no futebol no time juvenil do Botafogo de Ribeirão Preto.
Há 28 anos, em 19 de fevereiro de 1994, falecia o pintor e franco-atirador soviético Ivan Sidorenko. Considerado o sniper mais letal do Exército Vermelho, Sidorenko foi responsável por matar mais de 500 soldados nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
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Sidorenko nasceu em 12/09/1919, em uma família de camponeses de Smolensk. Interessado por pintura desde pequeno, matriculou-se na Escola de Arte de Penza, nos arredores de Moscou. Antes que pudesse concluir sua graduação teve início a Segunda Guerra Mundial.
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Convocado pelo Exército Vermelho, partiu para treinamento em uma escola de infantaria na Crimeia. Em 1941, Sidorenko lutou na Batalha de Moscou, destacando-se pela precisão dos tiros e chamando a atenção dos superiores, que o incumbiram de treinar outros snipers.
Há 80 anos, em 17 de fevereiro de 1942, nascia o revolucionário estadunidense Huey Newton, líder dos Panteras Negras.
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Huey Percy Newton nasceu em Monroe, na Luisiana, uma cidade marcada por um longo histórico de linchamentos e violência contra negros. Mudou-se com sua família para Oakland, na Califórnia, onde concluiu o estudo básico em uma escola pública.
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Cursou direito na Universidade da Califórnia, transferindo depois para o Merritt College, onde iniciou sua militância. Filiou-se à Associação Afro-Americana e liderou uma campanha pela introdução do primeiro curso de história afro-americana no currículo do Merritt College.
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço: nos Estados Unidos, centro difusor do pensamento neoliberal e da defesa do laissez-faire, a privatização do sistema elétrico não é sequer cogitada.
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Os Estados Unidos são o 3º maior gerador de energia hidrelétrica do mundo, atrás apenas da China e do Brasil. As hidrelétricas estadunidenses tem um potencial instalado de 102,8 GW e contribuem com 6,6% de toda a energia consumida nos Estados Unidos.
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Há usinas hidrelétricas em 36 dos 50 estados do país. A maioria, entretanto, está concentradas na bacia hidrográfica do Rio Columbia (44%). O sistema hidrelétrico estadunidense é administrado diretamente pelo governo dos Estados Unidos.
Você já deve ter se deparado com um comentário desse tipo na sua TL. De um tempinho pra cá, a militância do PCB resolveu ressuscitar Ferreira Gullar, em especial o seu poema sobre o aniversário do partido.
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As páginas do PCB, e em especial sua ala juvenil (UJC), foram ainda mais longe no esforço de reabilitação da figura do poeta, exaltando sua memória...
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...apresentando-o como um verdadeiro militante valoroso da causa comunista, vinculando-o ao esforço da "construção do poder popular no rumo do socialismo". Muitos "militantes" formados por "agitação revolucionária" de YouTube e TikTok embarcaram na onda e copiaram a UJC.
Há 117 anos, em 15 de fevereiro de 1905, nascia a psiquiatra Nise da Silveira. Pioneira da psicoterapia ocupacional, Nise se destacou por promover a humanização do tratamento psiquiátrico, ajudando a abolir práticas como o confinamento, o eletrochoque e a lobotomia.
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Nascida em Maceió, Alagoas, Nise era filha da pianista Maria Lídia e de Faustino Magalhães, diretor do Jornal de Alagoas. Após cursar o ensino básico no Colégio Santíssimo Sacramento, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, tornando-se a única mulher de sua turma.
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Graduou-se em 1926, entrando para o seleto rol das primeiras mulheres formadas em medicina no Brasil. Casou-se posteriormente com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, que seria seu companheiro pelo resto da vida.