Eletricidade
A privatização da Eletrobras é um erro ou pior. Ela não deve ser vendida, se for vendida agora, a operação deve ser desfeita. E Lula anunciou que não acha prudente alguém comprar no final da feira a mercadoria mais importante que o povo brasileiro tem, na baciada. +
"Ah, mas o setor privado é mais..."
Deixe de bobagem. Se quer renda fácil compre título. Para o grande capital, as usinas são títulos. Se quer empreender, se é bom de verdade, se é melhor do que o setor público, então vá lá e faça a sua usina - de preferência, eólica. +
Os EUA tiveram dois grandes presidentes (em 42 ou 43). E o mais recente foi FD Roosevelt. Antes de ser presidente foi governador de NY. O estado tem rios e tinha pessoas no frio - algo que ele aprendeu com a mulher, Eleonora (diga-se, que ele não mereceu), a cujo trabalho de +
de base ele devia o conhecimento das realidades das famílias pobres e uma sensibilidade social que a sua origem aristocrática não facilitava. Pois bem: NY fez as suas usinas e gerou a energia que melhorou as condições de vida dos pobres e a produção das empresas. Essa política +
política pavimentou o caminho da presidencial de 1932, quando se elegeu e nacionalizou a política de NY. Até hoje as usinas são federais. O que vale para os EUA vale com mais forte razão para o Brasil, por causa das taxas de juros. Eletricidade é investimento, por isso +
por isso, quanto maior for a taxa de juros mais a tarifa terá que ser cara. Taxas de juros são mais elevadas no Brasil... Além disso, o capital privado demanda uma remuneração do "seu capital" (às vezes, é do BNDES) maior do que precisa demandar o Estado. Resultado: tarifas caras
1/ Reconhecer os limites do desenvolvimento brasileiro não é o mesmo que ser contra o desenvolvimento. Por que, então, apontar os limites - insuficiências e deficiências - da industrialização brasileira faz do crítico um "inimigo da indústria"?
2/ A industrialização brasileira não fez uma transformação profunda e ampla nas relações sociais. Reafirmou a primazia do parasitismo sobre o trabalho e a produção. Criou oligopólios poderosos, capazes de extrair rendas. Poder importou mais do que tecnologia.
3/ A agenda da tecnologia nunca foi das empresas, foi de uma elite ilustrada do Estado, mas só a partir dos anos 1970, com grandes anúncios e realizações modestas, porque os grandes grupos estavam satisfeitos com o seu poder.
1/ Uma das teses amplamente aceitas sobre o "desenvolvimento brasileiro" é que tudo ia bem até +- 1980, quando veio a crise. Externa, claro. É o raio em céu azul. Petróleo, juros, moratória mexicana... tem variação, mas é isso. (são mais 12)
2/ Petróleo, juros e México afetaram só o Brasil? Ou só a América Latina? Então... não vamos deixar de lado esses fatores externos de impacto, mas o problema é anterior e é mais profundo.
3/ Por que tínhamos dívida? Por que ficamos reféns de juros dessa dívida a partir de 1979? (Aliás, os juros começaram a subir antes de Tatcher e Reagan). Começa aí o reconhecimento das nossas fragilidades. Mas o mais importante vem a seguir.
Sílvio Almeida @silviolual escreve um artigo devastador, uma flecha certeira no coração de @SERGIO_DAVILA
Jornalismo suicidário
Em matéria publicada na quarta-feira (19), Suzana Singer trouxe a posição da Direção da Folha acerca das repercussões negativas de textos recentemente
publicados e que foram por muitas pessoas —inclusive por este colunista— considerados racistas. Porém, as declarações do diretor do jornal, Sérgio Dávila, revelaram, mais do que falta de autocrítica, uma surpreendente tendência ao autoaniquilamento por parte um jornal
quase centenário.
Posso estar enganado, mas a matéria parece ter sido usada pela direção desta Folha para advertir os quase 200 jornalistas que assinaram um corajoso manifesto que cobra do jornal um mínimo de respeito à população negra e aos mais de 100 anos de debate cientifico