Daqui a 2 horas, faremos o tempo real de Vasco e Nacional aqui na página. Mas antes, preparamos um fio especial sobre a parte tática do jogo.
Se liga⬇️
Primeiramente, é importante explicar como o Nacional jogava, para entender um pouco do que o Vasco pretendia fazer para vencer o jogo.
Os times uruguaios utilizavam uma versão do chamado WW, criado por Pozzo, treinador italiano bicampeão do mundo em 34 e 38.
O esquema original seria um 2-3-2-3, com o centro-médio mais recuado e sendo o principal distribuidor de bola, buscando muitos lançamentos para os “halfs” e eventualmente para os meias. Os ataques são muito baseados em ligações diretas buscando contra-ataques rápidos pelas alas.
Os meias são mais recuados com o objetivo de povoar mais o meio-campo e ajudar na transição defensiva. Este modelo busca acima de tudo uma marcação (em linhas baixas) bem firme e agressiva, tentando roubar a bola e fazer a ligação direta.
No Nacional, os meias eram um pouco mais ofensivos, procurando conduzir bastante a bola e infiltrar na área para finalizar. O centroavante atraía a defesa para gerar espaços aos meias. Os ponteiros eram condutores como os meias, mas buscavam mais os cruzamentos.
O VASCO
No esquema de Fávio Costa, Jorge (half-esquerdo), é atrasado para a linha dos zagueiros, e Danilo (centro-médio) é puxado mais para esquerda, com Ely (half-direito) se posicionando mais à frente. Eles formam assim a primeira diagonal.
Ademir, mais acostumado com a meia-esquerda, dessa vez vai para a meia-direita, trocando de lugar com Maneca, originalmente meia-direita. Maneca fica mais atrasado no meio que Ademir. Os dois formam com Djalma a segunda diagonal.
FASE OFENSIVA
O primeiro objetivo é avançar pela direita, tentando usufruir da superioridade numérica por este lado. Ely vai à frente para apoiar Ademir e Djalma na criação de jogadas, e assim eles podem triangular e encontrar espaços para cruzamentos ou infiltrações.
Friaça às vezes inverte com Ademir para confundir a defesa.
Qdo o adversário percebe a ala direita vascaína mais presente no ataque, ele naturalmente focaliza sua marcação para aquele lado. Assim, a meta do ataque vascaíno passa a ser inverter a bola com rapidez para que Maneca e Chico definam as jogadas com mais liberdade pela esquerda.
Danilo é o pilar na transição para o ataque. Seu papel, a princípio, é de conduzir a bola e quebrar a linha formada pelos meias do adversário e depois armar a jogada, que pode ser pela direita (para uma jogada mais trabalhada) ou pela esquerda (para uma jogada mais objetiva).
FASE DEFENSIVA
Neste jogo, Flávio pensa que a 1ª meta do time após perder a bola é anular o centro-médio rival e interceptar os passes para as alas ainda no campo de ataque. O objetivo é obrigar o Nacional a acionar seus meias, forçando-os a finalizar de fora da área.
Caso o time uruguaio consiga escapar da pressão vascaína, Danilo recua formando quase uma linha de 4 na defesa, com Jorge e Wilson pressionando os ponteiros adversários. Ely e Maneca fazem a cobertura da linha defensiva. Chico e Djalma voltam para congestionar as alas.
Portanto, o Vasco entra em campo procurando ter a posse de bola e criar chances principalmente a partir de trocas de passes rápidas e roubadas de bola no ataque, pressionando Rodolfo Pini (centro-médio do Nacional).
Na defesa, o objetivo é forçar chutes de longe do Nacional, impedindo as infiltrações dos meias.
Hoje, às 21h, você acompanha aqui na página este jogaço entre o campeão carioca invicto e o campeão uruguaio com uma narração escrita completa baseada nas descrições dos jornais da época.
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11/02/1924 - Há 98 anos nascia José Lázaro Robles, o Pinga, ídolo do Vasco e um dos maiores nomes da história do futebol luso-brasileiro.
Mais sobre a carreira de Pinga ⬇️
Pinga teve que superar um grande obstáculo para se tornar jogador, seu pai.
O sr. José Robles não queria jogadores de futebol na família, mas sim profissionais que possuíssem carreiras mais sólidas que pudessem mudar o nível de vida dos Robles.
Contudo, mesmo com a resistência do pai, Pinga e um de seus irmãos, Arnaldo (ou Pinga II), conseguiram entrar para os times juvenis do Juventus-SP, com ambos indo depois para a Portuguesa, em momentos diferentes (Arnaldo foi antes de Pinga).
Chico começou sua carreira futebolística no Ferro Carril, time de Uruguaiana-RS, sua cidade natal. Em 1941 chegou ao Grêmio onde teve bastante destaque. No final de 1942 esteve muito perto de fechar com o Botafogo, mas acabou acertando com o Vasco.
Sua estreia pelo Gigante foi no início de 1943 contra o São Paulo. A partir de então, o ponteiro gaúcho ficaria mais 12 temporadas no Vasco, sendo o único integrante do Expresso da Vitória a ficar no Vasco de 1944 a 1953 de forma ininterrupta.
2021 marcou a pior temporada vascaína de todos os tempos. Mas para não terminar o ano só falando deste Vasco melancólico, preparamos um fio com as 20 melhores temporadas da história do Vasco.
Separamos números e feitos de times de 8 décadas diferentes. Chega mais!⬇️
20ª - 1934
⚔️38 jogos
✅22 vitórias
❌7 derrotas
📈65.7% de aproveitamento
⚽️80 gols pró
🏆Carioca
➡️1º time do Vasco campeão na era profissional
➡️1ª temporada que o Vasco venceu todos os integrantes do 'Trio de Ferro' paulistano
Time base de 1934:
Rei (Quarenta II, Marques), Domingos (Lino, Brun) e Itália; Gringo (Tinoco), Fausto (Jucá) e Mola (Calocero); Orlando (Bahianinho, Navamuel), Almir (Leônidas, Lamana), Gradim (Quarenta), Nena (Russinho) e D'Alessandro (Carreiro).
Téc: 'Harry' Welfare
22/05/1907 - Há 114 anos nascia Luiz Gervazoni, mais conhecido como "Itália", um dos maiores zagueiros da história do Vasco.
Itália era vascaíno de coração e jogou toda a sua carreira no Vasco, tendo sido o primeiro jogador a alcançar a marca de 400 partidas pelo Gigante.
Ele era o capitão dos fortes esquadrões do Vasco campeões cariocas de 1929 e 1934.
Entre 1929 e 1931, formou uma famosa dupla de zaga ao lado de Brilhante. Os dois atuaram juntos na defesa em 94 partidas, tendo quase 72% de aproveitamento.
Eles formaram a primeira dupla de zaga titular do Brasil em Copas do Mundo.