Guia de esquerda para saber qual lado apoiar em um conflito (e não pagar mico falando em "disputas interimperialistas entre OTAN e Rússia") segundo @ItsStillMaoCena
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- Fascistas: jamais apoiar
- Burguesia imperialista: apoiar somente contra fascistas
- Burguesia nacional: apoiar contra a burguesia imperialista ou fascistas
- Revolucionários/trabalhadores socialistas: apoiar contra todos os anteriores
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Exemplos:
- O conflito Ucrânia-Rússia é uma disputa entre neofascistas ucranianos (jamais apoiar) respaldados pela burguesia imperial estrangeira (EUA/OTAN) contra a burguesia nacional (Rússia) -> logo, deve-se apoiar a Rússia.
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- Estados Unidos e Reino Unido entrando na Segunda Guerra Mundial como aliados da União Soviética é um exemplo de que apoiar a burguesia imperialista (principalmente a britânica, secundariamente os EUA) foi a posição correta contra o fascismo alemão/italiano/japonês.
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- Revolucionários socialistas sempre devem ser apoiados, a menos que eles sejam tipo os anarquistas esquisitos que se juntaram ao Batalhão de Azov, transformando-se em colaboradores do fascismo.
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- Síria: burguesia nacional (gov. sírio) lutando contra ISIS (fascistas) e milícias apoiadas por estadunidenses (burguesia imperial) -> deve-se apoiar a burguesia nacional (Síria).
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- Iraque: burguesia nacional (Saddam Hussein) versus burguesia imperial estadunidense e seus lacaios. A postura correta é apoiar o Iraque na guerra, já que burguesia nacional é a força mais "progressista" nessa disputa.
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- Irlanda: uma combinação de revolucionários socialistas (IRA) e burguesia nacional irlandesa lutando contra a burguesia imperial britânica -> deve-se apoiar a Irlanda.
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Chamar essas disputas de "conflitos inter-imperialistas" ou reduzi-las a "guerras capitalistas" é omitir o fator central: a base primordial de todos esses cenários é o imperialismo. Via de regra, o imperialismo estadunidense.
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Outro ótimo exemplo de como se perfilar:
- Apoiar a Rep. da China sob o governo do Kuomintang (burguesia nacional) contra os fascistas japoneses na Segunda Guerra Mundial; o apoio depois muda para os revolucionários socialistas (Partido Comunista) contra o Kuomintang.
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Outro exemplo: China versus separatistas de Xinjiang. Os separatistas de Xinjiang são islamofascistas e, portanto, não devem ter apoio. O Partido Comunista da China deve ser apoiado, quer você os considere revolucionários ou uma burguesia nacionalista.
E, pelo amor de Deus, a Rússia não é mais uma potência. Não domina os aparelhos ideológicas ou culturais, seu poderio bélico não tem capilaridade, seu poder econômico e industrial é extremamente limitado. Falar em imperialismo russo é uma viagem lisérgica.
Existe um sistema imperialista que é controlado pelos Estados Unidos e articulado por seus lacaios da União Europeia/Japão/Coreia do Sul/países anglófonos da Oceania. A Rússia não apenas não está inserida nesse sistema imperialista como é um dos alvos preferenciais dessa galera.
A Rússia consiste justamente na pedra no sapato do sistema imperialista, pois é a única nação com capacidade de fazer frente em um cenário de guerra total. A China (ainda) não chega nem perto de tal capacidade. Por isso, não basta abandonar o socialismo. Precisam dobrar a Rússia.
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Nesse fio, vamos conhecer mais sobre os novos heróis da Globo, da Casa Branca, do George Soros, do MBL e da esquerda Quebrando o Tabu: os soldados e paramilitares da Ucrânia.
Aqui está um deles, disparando contra milícias antifascistas de Donetsk. Provavelmente é budista.
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Aqui outro soldado ucraniano atacando paramilitares pró-Russia com metralhadoras de alto calibre em uma trincheira de Donbass. Como se vê, o budismo está em alta entre os militares ucranianos.
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Aqui, mais soldados ucranianos desfraldando uma bandeira ucranazi em uma trincheira durante a guerra civil de Donetsk. Quem diria que o budismo está tão em alta no Leste Europeu, né?
A Rússia está avisando com antecedência os locais que serão submetidos a ataques, informando inclusive o nome das instalações que serão atacadas, dando tempo hábil para evacuação e garantindo estradas seguras para o deslocamento de civis.
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Quase não fez campanhas de bombardeios, priorizando as incursões por terra, que são mais arriscadas para suas tropas, mas trazem mais segurança aos civis. Disponibilizou também suas equipes médicas para resgatar e atender civis ucranianos.
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A Rússia tem capacidade militar suficiente para devastar a Ucrânia em um dia. Optou por fazer uma intervenção que reduza os riscos à população ucraniana. Ao contrário dos EUA que bombardeiam um país até não existir mais um prédio em pé para então mandar tropas terrestres.
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Não é fácil a vida do empresário ucraniano. Vocês lembram do caso do Shopping Gorodok, em Kiev? O coitadinho do proprietário sofreu um ataque hacker e algum malvado projetou uma suástica na escadaria de led bem na véspera de uma passeata de neonazistas com tochas na cidade!
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Teve tb o caso do Café Essco, em Tchernivtsi, oeste da Ucrânia. O café, situado em uma antiga sinagoga, lançou um novo logotipo pra lembrar o efeito energizante da bebida, mas por pura coincidência o símbolo ficou idêntico à insígnia rúnica da SS - a tropa paramilitar nazista!
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Somente depois que tinham estampado o logotipo da SS no menu, nas sacolas, na porcelana, na fachada, nas embalagens os proprietários notaram que era inadequado e foram cancelados, tadinhos.
Nazismo com glamour: pouco tempo após o início dos conflitos armados entre ultranacionalistas ucranianos e minorias russas pós-Euromaidan, a revista francesa de moda Elle publicou uma matéria especial sobre Victoria Zaverukha, uma miliciana ucraniana.
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A miliciana de 19 anos foi apresentada pela Elle como a "Joana d'Arc da Ucrânia" e enaltecida como uma guerreira dos "comitês de auto-defesa" contra o "autoritarismo russófilo". Victoria, na verdade, integrava o Batalhão de Aidar.
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O Batalhão de Aidar é uma organização paramilitar neonazista financiada e armada pela CIA e posteriormente integrada ao Ministério da Defesa da Ucrânia. O grupo é acusado de cometer diversas atrocidades e crimes de guerra contra a minoria russa de Donbass.
Nenhuma outra região do planeta tem um histórico tão longo de intervenções operadas pelos Estados Unidos quanto a América Latina.
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Desde o século XIX, os países latino-americanos foram submetidos a uma série de guerras, invasões, desmembramentos territoriais, colonização, operações de mudança de regime, imposição de ditaduras, massacres, genocídios, ações de espionagem, sabotagem,...
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desestabilização de governos e corrupção das instituições. Os Estados Unidos nunca esconderam o fato de que se atribuem um direito natural de explorar e intervir na América Latina para assegurar seus interesses sempre que necessário.
Quem vê o noticiário da imprensa brasileira, carregado de apelo à emoção e loas à "democracia soberana" da Ucrânia, dificilmente associaria a nação do leste europeu ao mesmo país que se tornou referência máxima da extrema-direita bolsonarista.
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Em meio à tentativa de inflamar a extrema-direita para sair às ruas em apoio ao governo de Jair Bolsonaro e intimidar o Supremo Tribunal Federal, os ativistas utilizaram a Ucrânia como modelo de radicalização ideal a ser seguido pela extrema-direita no Brasil.
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Até mesmo bandeiras do Pravyi Sektor (Setor Direito) começaram a aparecer nas manifestações bolsonaristas. O Pravyi Sektor é uma organização paramilitar neonazista que ajudou a perpetrar o golpe de Estado de 2014 na Ucrânia.