Thread by @mellziland

Em 2020:
🔹Observou-se quedas chegando a 65% na aplicação de algumas vacinas em alguns estados brasileiros
🔹No mundo, reduções de ~30% foram vistas nos primeiros meses de 2020

O texto é da @PesquisaFapesp de Ricardo Zorzetto, e vou comentar um pouco abaixo os riscos disso 🧶👇

Nós já estávamos vendo uma tendência de queda nessas coberturas em anos anteriores. Na tabela do fio abaixo, em vermelho, a gente já vê coberturas baixas, em vermelho, sinalizando que a meta para aplicações daquele imunizante não foram atingidas

https://twitter.com/mellziland/status/1319343928945029121

Altas coberturas vacinais tem salvado vidas e evitado prejuízos a saúde ao longo dos anos, não só no Brasil, mas no mundo. Nesse fio, comento a partir de dados do Our World in Data sobre o benefício dessa proteção para o indivíduo e para a sociedade

https://twitter.com/mellziland/status/1311002765695635463

O EPICOVID já tinha sinalizado que a pandemia também trouxe impactos sobre as coberturas. O texto da @PesquisaFapesp também destaca que a restrição do deslocamento das pessoas para reduzir a circulação do vírus também pode ter influenciado nesse aspecto

https://twitter.com/mellziland/status/1334555406622990338

Segundo o texto, "de 15 vacinas que deveriam ser aplicadas até o quarto ano de vida e sobre as quais há mais informações disponíveis publicamente, pelo menos nove alcançaram índices inferiores aos recomendados pelas autoridades da saúde"

Ainda: "Esses imunizantes protegem contra pelo menos 17 doenças infecciosas graves, algumas delas altamente transmissíveis, como o sarampo e a coqueluche, ou incapacitantes, como a meningite e a infecção pelo vírus da poliomielite, que causa paralisia infantil e pode matar."

O texto destaca também dados preocupantes para 2021: “Ao menos 900 mil crianças não foram vacinadas no país em 2021. Voltamos a apresentar índices de cobertura próximos aos da década de 1980”,- Carla Domingues, socióloga que coordenou o PNI de Jun/11 a jul/19.

Nosso sucesso em campanhas de vacinação está marcado na história. A vacinação somada a grandes campanhas de vacinação em massa controlou a circulação do vírus selvagem da pólio, que, nos anos 80, provocou cerca de 10 mil casos da doença por ano

Além da pólio, vimos algo parecido para a rubéola, e chegamos muito perto disso para outros agentes infecciosos, como sarampo, difteria e coqueluche. Hoje, o PNI oferece 29 imunizantes de forma gratuita para crianças e adultos, sendo uma referência global em acesso a vacinas.

Às vezes, pode ser difícil visualizar o quão grande é essa diminuição. No texto da @PesquisaFapesp a gente observa claramente isso. Peguem o exemplo da BCG. Essa redução chega a quase 40% de 2015 a 2021!!!

Além da BCG, outras 8 vacinas também tiveram níveis abaixos do esperado. Quando as coberturas vacinais baixam, podemos correr o risco de ver uma circulação desses agentes infecciosos que, por sua vez, trazem riscos à saúde e a vida, principalmente pensando nas crianças.

Para um comparativo, observem no texto: "A OMS preconiza que essas vacinas sejam administradas a pelo menos 90% da população infantil, caso da BCG e do imunizante contra o rotavírus, que reduz o risco de diarreias severas. Para as demais, a cobertura recomendada é de 95%."

No início do fio, comenta-se a questão de que há quedas maiores em alguns estados ou regiões: A queda "variou de 48% a 65% – em 7 estados: 3 da região Norte (Acre, Amazonas e Roraima), 2 do NE (Paraíba e Sergipe), 1 do SE (Rio de Janeiro) e 1 do Sul (Santa Catarina)"

Segundo o texto, o risco dessa desigualdade pode formar "bolsões de pessoas vulneráveis à infecção pelo vírus do sarampo, da caxumba e da rubéola", trazendo o risco da recirculação de agentes infecciosos, com o sarampo, nessas regiões

Inclusive, fiz um fio comentando sobre esse registro de casos de Sarampo no Brasil, em 2021:

https://twitter.com/mellziland/status/1351645921688346624

Em 2020, tivemos o maior numero de crianças que não receberam a dose 1 da vacina contra sarampo, ⅔ desse valor vem de 10 países, e um deles é o Brasil

https://twitter.com/mellziland/status/1458533902478417920

Com o aumento do número de aplicações das vacinas nas populações-alvo (atingindo, assim, boas coberturas), vemos essa proteção imensa, especialmente olhando os óbitos. Vejam entre os anos 90 até 2017, os óbitos em crianças diminuiram muito nos quesitos abaixo:

Precisamos trabalhar muito em cima disso. O texto finaliza comentando justamente o ponto de entender onde o problema está. Detectar esses bolsões, realizar campanhas efetivas de vacinação em massa e trazer à tona a conscientização para esse amplo benefício da vacinação, p. ex.

Recomendo FORTEMENTE a leitura, e gostaria de parabenizar o autor e a @PesquisaFapesp por um texto tão relevante, sintetizando informações sobre as coberturas no país e no mundo para nos dar a dimensão do que estamos vendo e do que podemos (ainda) lidar revistapesquisa.fapesp.br/o-tombo-na-vac…

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