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Mar 9 27 tweets 9 min read
“Aquela mulher era realmente doce.”

A serial killer que fazia bolinhos com o sangue de suas vítimas e dava para as pessoas comerem:
Leonarda Cianciulli nasceu a 14 de abril de 1894 em Montella, na região de Irpina (Itália). Filha de Mariano Cianciulli e de Serafina Marano, Leonarda passou por uma infância conturbada.
Os seus pais eram extremamente autoritários. Segundo fontes, o repúdio que a sua mãe nutria por sua filha se devia ao fato de ela ter sido fruto de um estupro.
“Eu tentei me enforcar duas vezes; uma vez, alguém chegou a tempo de me salvar e, na outra, a corda arrebentou. Mamãe me fez perceber que ela estava triste por me ver viva. Uma vez comi vidro moído com a intenção de morrer. Nada aconteceu", relatou.
Seus pais queriam se afastar dela, procurando alguém com quem se casar para que fosse viver longe, porém sem sucesso. Até que, em 1917, Leonarda se casou com Raffaele Pansardi,mas o matrimónio não foi aprovado por seus pais.
Essa reprovação resultou numa praga rogada por sua mãe na véspera do seu casamento com Raffaele. As brigas familiares constantes levaram o jovem casal a se mudar para Lauria, província de Potenza, até se mudarem em definitivo para Correggio, onde viria a cometer os assassinatos.
A suposta maldição, condenando a filha a uma vida cheia de sofrimentos, se juntou a uma profecia de uma cigana que dizia que ela teria filhos, mas que todos morreriam, previsão que se provou verdadeira.
Leonarda perdeu seus 13 primeiros filhos, somando um total de três abortos espontâneos e 10 crianças que morreram ainda no berço. Com o passar dos tempos, a maldição de sua mãe e a profecia da cigana a assombravam dia após dia.
Em desespero, ela decidiu procurar bruxas e feiticeiros para reverter a praga. Após a intervenção de uma “bruxa”, Leonarda, finalmente, teve o seu primeiro filho saudável, Giuseppe, que logo viria a ganhar mais três irmãos: Bernardo, Biagio, e Norma.
Em 1930, Leonarda torna a consultar uma outra cigana e recebe novamente uma notícia trágica. “Em sua mão direita vejo a prisão e na esquerda o manicômio judiciário.”
Durante todos esses anos, Leonarda teria sido assombrada por pesadelos terríveis que envolviam a morte dos seus filhos, mas um sonho específico teria despertado a assassina. A Virgem Maria com um bebê negro em seus braços, dando ordens a Leonarda.
Em 1939, com a eclosão da II Guerra, o seu filho mais velho já tinha idade para defender o país. Com medo dessa possibilidade e pensando na antiga profecia de que todos os seus filhos morreriam, Leonarda decide realizar sacrifícios humanos para salvar o seu filho.
“Eu não podia suportar a perda de mais um filho. Quase toda noite eu sonhava com os pequenos caixões brancos engolidos um após o outro pela terra negra; foi por isso que eu estudei magia, li livros sobre quiromancia, astronomia, feitiços, espiritismo…", contou.
"Eu queria aprender tudo sobre bruxaria a fim de neutralizar”, concluiu. A sua primeira vítima foi Faustina Setti, uma de suas clientes. A senhora de 73 anos terá sido convidada para beber um chá na casa de Leonarda. Ela envenenava a bebida, atordoando as vítimas.
Em seguida, munida de um machado assassinava e esquartejava os corpos em nove partes e recolhia o seu sangue para uma bacia. Leonarda explicou o procedimento:
“Joguei os pedaços em uma panela, acrescentei sete quilos de soda cáustica, que havia comprado para fazer sabão, e misturei tudo até dissolver os pedaços, formando uma pasta espessa que despejei em vários baldes e joguei em um tanque séptico próximo".
“Quanto ao sangue na bacia, esperei coagular, sequei no forno, desidratei e misturei com farinha, açúcar, chocolate, leite e ovos, e também um pouco de margarina, formando uma massa. Fiz muitos bolos que servi às mulheres que iam me visitar, e Giuseppe e eu também os comemos".
A assassina procurava sempre pessoas que fossem solitárias, para que ninguém notasse a falta delas. As suas duas vítimas seguintes, Framcesca Suavi e Virginia Cacioppo, confirmavam as preferências da criminosa: mulheres solitárias, solteiras e de meia idade.
Foi então que, a cunhada de Virgínia deu pela sua falta, denunciando o seu desaparecimento às autoridades, conseguindo um mandato em Março de 1941. Com as suspeitas recaindo sobre o seu filho mais velho, Leonarda confessa todos os seus crimes.
Na fossa de sua casa foram encontrados um pedaço de crânio, dentes e uma dentadura, que, mais tarde, foram identificados como de Faustina Setti. Dois machados, um cutelo, um martelo, uma serra e uma página de jornal Gazzeta dello Sport manchada de sangue também foram coletados.
Enquanto aguardava julgamento, Leonarda ficou retida na prisão de San Tommaso durante cinco anos, época em que escreveu o seu livro Confissões de uma alma amargurada. Em 1946, mãe e filho foram indiciados, embora Leonarda ter assumido na totalidade os seus crimes.
“Meu filho é inocente! Repetirei até à morte que eu fiz tudo sozinha, porque a verdade é essa! Giuseppe é inocente! Eu sou o monstro, a saponificadora, a bruxa. Ponha-me na cruz se você acha que isso irá restabelecer a justiça! Fiz tudo isso para salvar uma criança inocente!”.
Questionada sobre como se livrava dos corpos, ela disse ter colocado num caldeirão, cozinhando durante toda a noite com soda cáustica e água fervente. O sabão resultante era usado na casa para banhos e lavagem de roupa num córrego nas proximidades.
O sangue era misturado com chocolate, baunilha, cravo, canela e salpicado com um pó obtido a partir dos ossos das vítimas. As massas eram transformadas em bolos que, por sua, vez eram oferecidos às visitas.
Leonarda viria a ser condenada a 30 anos de prisão e a 3 no manicómio. Geoseppe foi absolvido por falta de provas, apesar de assumir que era ele quem escrevia os cartões postais supostamente enviados pelas vítimas às suas famílias para que não fossem procuradas.
Leonarda Cianciulli deu entrada no hospital psiquiátrico de Aversa e nunca mais saiu, falecemdo 24 anos depois, aos 78 anos, devido a uma hemorragia cerebral.
Hoje em dia as ferramentas utilizadas pela serial killer, Um martelo, um cutelo, uma faca, dois machados e um tripé para caldeirão estão expostos no Museu de Criminologia de Roma.

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