Há 107 anos, em 23 de março de 1915, nascia o sniper soviético Vassili Zaitsev, um dos maiores franco-atiradores da história e figura chave da Batalha de Stalingrado. A ele são creditadas as mortes de 468 soldados e oficiais nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

1/12
Zaitsev nasceu em Eliniski, na Rússia, em uma família de camponeses. Foi criado nos Montes Urais, onde aprendeu o ofício da caça e se dedicou ao pastoreio de ovelhas. Após concluir o ensino básico, frequentou a escola técnica de Magnitogorsk, passando a atuar como montador.

2/12
Graduado em contabilidade, ingressou nas Forças Armadas, onde serviu como chefe das finanças da Frota do Pacífico. Com a invasão da URSS pela Alemanha nazista durante a Operação Barbarossa, Zaitsev pediu para ser transferido para a linha de frente.

3/12
Em uma determinada ocasião, Zaitsev conseguiu acertar um soldado alemão que manejava uma metralhadora a mais de 100 metros de distância no campo de batalha. A cena foi testemunhada por um superior, que lhe arrumou um rifle com mira telescópica.

4/12
Zaitsev destacou-se como franco-atirador, alvejando 40 soldados alemães em pouco mais de uma semana. Foi então designado para a 284ª Divisão de Fuzileiros, parte do 62º Exército, atuando na Batalha de Stalingrado sob o comando do general Vassili Chuikov.

5/12
Ao todo, Zaitsev abateu 225 soldados nazistas durante a Batalha de Stalingrado, ganhando status de herói. Participou ainda de outras campanhas militares, ampliando para 468 o número de soldados nazistas abatidos, entrando para o rol dos snipers mais letais da história.

6/12
Em janeiro de 1943, Zaitsev foi atingido por estilhaços durante um ataque aéreo de morteiros, ficando com sua visão comprometida. Retornou a Moscou, onde foi atendido pelo renomado médico Vladimir Filatov, que conseguiu restaurar parcialmente sua visão.

7/12
Enquanto se recuperava, treinou outros franco-atiradores para o Exército Vermelho. Em fevereiro de 1943, foi condecorado com o título de Herói da União Soviética. Em 1945, atuou na Batalha de Seelow e filiou-se ao Partido Comunista da União Soviética.

8/12
Com a derrota da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial, Zaitsev pediu dispensa do Exército Vermelho e se estabeleceu em Kiev, na Ucrânia, onde se graduou como engenheiro e passou a trabalhar como supervisor em uma fábrica.

9/12
Publicou uma autobiografia intitulada "Pensamentos de um Sniper". Viveu em Kiev até sua morte, em 15 de dezembro de 1991, aos 76 anos de idade - onze dias antes da dissolução da União Soviética.

10/12
A participação de Zaitsev na Segunda Guerra Mundial foi retratada de forma distorcida no filme estadunidense "Círculo de Fogo", de Jean-Jacques Annaud. A obra é imbuída de um discurso fortemente anticomunista e recheada de imprecisões históricas,

11/12
vilanizando os oficiais soviéticos e retratando o Exército Vermelho como um agrupamento militar sucateado, amador e desprovido de senso humanitário. O filme foi muito criticado pelos espectadores dos países da antiga União Soviética e pela família de Zaitsev.

12/12

• • •

Missing some Tweet in this thread? You can try to force a refresh
 

Keep Current with Pensar a História

Pensar a História Profile picture

Stay in touch and get notified when new unrolls are available from this author!

Read all threads

This Thread may be Removed Anytime!

PDF

Twitter may remove this content at anytime! Save it as PDF for later use!

Try unrolling a thread yourself!

how to unroll video
  1. Follow @ThreadReaderApp to mention us!

  2. From a Twitter thread mention us with a keyword "unroll"
@threadreaderapp unroll

Practice here first or read more on our help page!

More from @historia_pensar

Mar 24
Faleceu ontem, 23/03, Madeleine Albright, primeira mulher a ocupar o cargo de Secretária de Estado dos Estados Unidos. Madeleine também foi uma das primeiras mulheres a se destacar entre os "falcões de guerra" Democratas, ganhando o epíteto de "Açougueira de Georgetown".

1/20 Image
Nascida na antiga Tchecoslováquia, Madeleine Albright imigrou para os Estados Unidos com sua família nos anos 40. Destacou-se como acadêmica e colunista de jornais nos anos 60, escrevendo uma série de textos recheados de anticomunismo virulento.

2/20 Image
Filiada ao Partido Democrata, iniciou sua carreira política angariando fundos para a campanha de Edmund Muskie ao senado. Em 1976, ingressou na equipe de Zbigniew Brzezinski, Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter.

3/20 Image
Read 20 tweets
Mar 23
"Quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados, criminosos. Quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos. Era um outro perfil de colono."

1/25 Image
Essas palavras foram proferidas por Deltan Dallagnol, Procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, durante uma palestra realizada em uma Igreja Batista, em fevereiro de 2016.

2/25 Image
A afirmação é um excelente exemplo da mentalidade colonizada que impera em amplos segmentos da sociedade brasileira, forjada a partir da mistura do complexo de vira-lata com a americanofilia inflamada e doses cavalares de puritanismo e crença no excepcionalismo americano.

3/25 Image
Read 25 tweets
Mar 22
Um ucraniano agride mulheres de etnia romani ("ciganas") nas ruas de Kiev. A presença dos romani na Ucrânia é documentada desde o início do século XIV, mas a etnia segue até hoje como um dos grupos mais reprimidos, discriminados e perseguidos do país.
+
Estima-se que existam cerca de 400 mil romanis vivendo na Ucrânia, a maioria concentrada em acampamentos na região de Kiev. O grupo é alvo frequente de neonazistas, que os acusam de cometer crimes e "sujar" as cidades. Os ataques têm se intensificado desde o Euromaidan.
+ Image
Os romani são estigmatizados há séculos na Europa e foram brutalmente perseguidos pelos nazistas. Em termos proporcionais, é o grupo que mais sofreu com o Holocausto. Estima-se que 75% dos romani europeus tenham sido exterminados pela Alemanha nazista.
+ Image
Read 9 tweets
Mar 21
O navio-patrulha russo "Vasily Bykov" reapareceu intacto nesse domingo navegando nas águas do Mar Negro, a caminho do Porto de Sebastopol na Crimeia. As Forças Armadas da Ucrânia alegaram ter destruído a embarcação no dia 7 de março.

1/7
Em um comunicado oficial, a Ucrânia disse ter realizado "uma operação brilhante e única na história militar mundial", ressaltando o "pioneirismo" do uso de lançadores de foguetes para "afundar" a embarcação. A imprensa estadunidense repercutiu a informação com euforia.

2/7
Replicando acriticamente e sem qualquer checagem as informações oriundas das agências ocidentais, a mídia brasileira também contribuiu para espalhar a "fake news". Em portais militares, especialistas formados no Youtube ressaltavam a genialidade da emboscada e da artilharia.

3/7
Read 7 tweets
Mar 21
A jornalista e correspondente de guerra Anne-Laure Bonnel (@al_bonnel) surpreende os âncoras do canal de televisão francês CNews ao revelar que os ataques aos civis no leste da Ucrânia estão sendo perpetrados pelo exército ucraniano.

1/3
@al_bonnel Anne-Laure Bonnel produziu o documentário "Donbass", de 2016, registrando o massacre perpetrado pelo regime ucraniano contra as minorias russófonas do leste do país. O documentário pode ser visto no Youtube com legendas em espanhol e inglês.

2/3
@al_bonnel A jornalista francesa viralizou recentemente com um desabafo sobre a campanha de desqualificação que sofreu na mídia francesa, a invisibilização dos ataques ucranianos aos civis de Donbass e à parcialidade da cobertura midiática.

3/3
Read 5 tweets
Mar 20
Militares ucranianos continuam impedindo a saída de civis de Mariupol, visando usá-los como escudos humanos. Nesse vídeo, gravado em uma estrada vicinal nos arredores da cidade, soldados ucranianos bloqueiam a saída de veículos e alvejam um civil que tenta resistir à agressão.
+
O Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Rússia estima que 130 mil civis ucranianos e ao menos 184 estrangeiros estejam sendo mantidos reféns por militares ucranianos. Diariamente, c. 235 civis são executados por tentarem deixar a cidade.
+
As Forças Armadas da Rússia estabeleceram corredores humanitários e ajudaram a evacuar mais de 300 mil civis na região. Somente nos últimos três dias, quase 60 mil civis foram removidos de Mariupol por militares russos.
+
Read 6 tweets

Did Thread Reader help you today?

Support us! We are indie developers!


This site is made by just two indie developers on a laptop doing marketing, support and development! Read more about the story.

Become a Premium Member ($3/month or $30/year) and get exclusive features!

Become Premium

Don't want to be a Premium member but still want to support us?

Make a small donation by buying us coffee ($5) or help with server cost ($10)

Donate via Paypal

Or Donate anonymously using crypto!

Ethereum

0xfe58350B80634f60Fa6Dc149a72b4DFbc17D341E copy

Bitcoin

3ATGMxNzCUFzxpMCHL5sWSt4DVtS8UqXpi copy

Thank you for your support!

Follow Us on Twitter!

:(