1/19 Há um ano,em #Vigo, dava-se início a uma invasão que não fez capas de jornais nem abriu noticiários, protagonizada por guerrilheiros indígenas que sonham um mundo onde caibam muitos mundos,e ao sonhar o tornam realidade #LaGiraZapatistaVa
2/19 500 anos depois da queda de Technochtitlan, o esquadrão marítimo zapatista concluiu a travessia transatlântica e desembarcou na #Galiza, que foi a sua porta de entrada para o Velho Continente. Dois dias antes, La Montaña, a embarcação a bordo da qual cumpriram este feito...
3/19 ...havia fundeado na baía de Baiona, onde em 1493 chegou a primeira caravela espanhola vinda das Américas, carregada com alguns “espécimes” indígenas que viriam a ser expostos para satisfazer as curiosidades europeias.
4/19 Há um ano, o #Escuadron421, a primeira delegação zapatista, iniciava o 1º capítulo da Viagem pela Vida. As primeiras palavras de Marijose, uma outroa (designação zapatista para as pessoas que não se identificam como homens nem como mulheres), foram dedicadas a rebaptizar...
5/19 ...o Velho Continente,que se passou a chamar SLUMIL K´AJXEMK´OP, ou “Terra Insubmissa”. «E assim será conhecida pelos próprios e por estranhos enquanto houver aqui alguém que não se renda,que não se venda e que não capitule» #NuestraLuchaEsPorLaVida
6/19 Os e as zapatistas concretizaram algo que os intelectuais ocidentais jamais imaginariam possível. Um feito histórico, fruto da auto-organização e da determinação colectiva de um grupo de povos indígenas que decidiu fazer a viagem inversa à dos colonizadores espanhóis.
7/19 Os zapatistas venceram todos os obstáculos impostos pelo racismo do estado mexicano e pelo securitarismo da Fortaleza Europa e cumpriram a sua promessa – invadir a Europa 500 anos depois da queda de Technochtitlan para dizer "Não nos conquistaram!" guilhotina.info/2021/06/15/mex…
8/19 Um exemplo de como a organização popular e a acção colectiva podem tornar realidade coisas que à primeira vista parecem impossíveis. E, com esta viagem, os zapatistas não nos deram só o exemplo de como a organização colectiva tudo pode... jornalmapa.pt/2021/11/09/nao…#EZLNaEuropa
9/19 Também nos obrigaram a experimentá-lo na prática, ao desencadear um processo que envolveu mais de 1500 colectivos de toda a Europa Insubmissa.
Nos meses seguintes, delegações zapatistas e do @CNI_Mexico contaram-nos as suas experiências de resistência colectiva...
10/19 ...e de construção de estruturas de auto-governo, chamaram-nos a atenção para a catástrofe climática que já sentimos todos os dias, mas cuja verdadeira dimensão ainda estamos longe de poder imaginar. Deixaram também um forte apelo à organização desde baixo,
11/19 ... aqui no centro do Império, para resistir. Para resistir ao capitalismo que está a matar a Mãe Terra. Para resistir às guerras entre os povos. Para defender a nossa água e a nossa terra. Pela Vida. Por um mundo onde caibam muitos mundos.
12/19 Um ano depois, boa parte da Europa acaba de viver ondas de calor inéditas para esta altura do ano e, com o Verão ainda no início, muitas regiões encontram-se já em seca severa. Vemos agora, com os nossos próprios olhos, aquilo que...
13/19 ...os companheiros e companheiras zapatistas e do CNI nos vieram dizer – que «[a] Mãe Terra nos pede, aos gritos, que nos levantemos de uma vez e travemos a destruição que a vai matar, e que vai levar-nos a todos com ela.»
14/19 Há um ano, vieram para curar as feridas entre os povos. Hoje, uma onda de ódio varre o continente europeu, e todas as nações estão (aparentemente) unidas no ódio ao inimigo comum – de um lado, um inimigo a leste, do outro, a ocidente.
15/19 A Ocidente e a Oriente, as elites não parecem estar preocupadas com a possibilidade de uma guerra aberta entre potências nucleares, que arrastaria a Humanidade para a ruína e depois da qual não haverá paisagem.
16/19 O nosso inimigo, como nos vieram lembrar os zapatistas, é só um – o capitalismo. É ele que mata, que viola, que destrói, que nos arrasta rumo ao abismo, ao colapso climático, à guerra devastadora, ao extractivismo desenfreado, à destruição da Natureza – e de nós próprios
17/19 Hoje, um ano depois, talvez pareça que as sementes tardam a germinar. Mas, por muito longa que seja a noite, o sol sempre nasce. As sementes foram-nos deixadas pelas zapatistas, foram espalhadas pelos vales, montes e planícies desta Europa Insubmissa, e germinarão, ...
18/19 ...cada uma da sua forma e ao seu ritmo, de acordo com o chão que as recebeu. Poderá demorar, e talvez as nossas mentes e os nossos hábitos europeus nos façam demorar um pouco mais no processo, mas quem sabe não estão já a brotar nos recantos mais improváveis #SomosSemilla
O que importa é que não nos rendamos, que não nos vendamos e que não capitulemos. E, sobretudo, que não nos esqueçamos de quem é o inimigo.
1/11 A propósito da recente decisão tomada pelo governo britânico de extraditar #JulianAssange para os #EUA, recuperamos um artigo que publicámos em 2019: «As reais razões pelas quais Assange tem a cabeça a Prémio» #FreeAssangeNOW#AssangeFree
2/11 Há exactamente dez anos, Assange acabava de passar a 1ª noite na embaixada equatoriana em #Londres, onde permaneceu durante 7 anos até, em 2019, ser traído pelo novo presidente do #Equador e detido pelas autoridades britânicas. Assange enfrenta a extradição para os #EUA...
3/11 ...onde o espera um julgamento burlesco com graves implicações para o jornalismo livre. Independentemente da forma que as acusações tomem, o que está em causa é se publicar segredos embaraçosos de governos ocidentais deve ou não ser considerado um crime digno de prisão.