1. Quando geral notar que o Bolsonaro não é uma ameaça por si só, mas porque age como reflexo da sociedade e suas tendências violentas, opressoras, e com cada vez menos escrúpulos, aí vamos entender que derrotar Bolsonaro é trabalho pra muito além de primeiro e segundo turno.
2. Voltando ao conceito de ultra-política, a singularização do ápice conservador na figura do Bolsonaro confunde o símbolo e liderança com o fenômeno em si. Isso, claro, na ultra-política se reflete em pensarmos que derrotar o candidato é derrotar o projeto. Mas nem é.
3. É preciso retomar táticas de politização do conflito. Assim, veremos cada ponto de divergência e de ameaça violenta como sintomáticos do problema maior da crise de hegemonia atual. A ordem se renova, mas responde à despolitização geral optando pela roupagem bolsonarista.
4. Se focarmos apenas na construção de um messias de cá contra o Messias de lá, caímos na armadilha ultra-política que não apresenta meio de superação real do bolsonarismo a longo prazo. Aí pode ter certeza que em 2022 o mal pior vai tá bem pior e o mal menor cada vez mal maior.
5. É isso que eu tentei explicar no meu primeiro vídeo de 2018. Podemos estar vivendo um momento em que mal pior x mal menor faz sentido, mas como escapar dessa lógica a longo prazo?
