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hoje vivi algo inusitado e gostaria de compartilhar aqui, EMBORA N PRECISE DA APROVAÇÃO DE NINGUÉM N
mentira to pensando em quem lê quando escrevo n da pô
mentira to pensando em quem lê quando escrevo n da pô
Depois de organizar meus estudos e preparar a leitura, segui no mesmo espírito de providência rumo ao bandeco central para carregar meu cartão já que mais tarde teria que participar de uma reunião de seminário e gostaria de não ter que abrir mão do meu buxim chei por filas. mas..
a altivez do homem que anda de cabeça erguida e pensa ter o destino em suas mãos pode ser também o motivo de sua queda, ou, mais apropriado ao caso, de sua cegueira.
as indomáveis moiras provaram o seu ponto, me condenando à encarar a morte com meus próprios olhos.
as indomáveis moiras provaram o seu ponto, me condenando à encarar a morte com meus próprios olhos.
Ou olho, e não a minha morte mas a de um também desgraçado e (também) minúsculo ser voador que em seu impulso errático e trajetória acidental veio de encontro com a minha visão orgulhosa e determinada.
É isso mesmo. Um mosquitozinho mixuruca entrou no meu olho. A perdição.
É isso mesmo. Um mosquitozinho mixuruca entrou no meu olho. A perdição.
Por reflexo (mais um vacilo da natureza humana) comecei a piscar e logo estava coçando o olho na esperança de me livrar do agora cadáver que era esmigalhado por minhas pálpebras deixando a situação ainda pior. Não houve dúvida em momento algum, não poderia ser um cílio. Sofria.
Dividi com o maldito sua agonia ao encontrar o que de seu ponto de vista deve ter parecido com uma grande e grotesca gelatina, orvalhada por redes vermelhas. E quando digo vermelho quero dizer V E R M E L H O, do jeitinho que meu olho ficaria pelas próximas horas. Desesperador.
Tal encontro, tão imprevisível, em uma fração de segundo legou ao fracasso todos os planos da noite. E no mesmo impulso me arremessou em uma espécie de abismo proustiano projetado para o futuro. Não um, mas inúmeros que seriam conjecturados sem cessar por uma cabeça quebrada e
cujo conteúdo agora me escapa. Mas o mais importante, e que permanece, é a certeza de estar vivendo agora e para sempre um deles, e a impossível desassociação daquele ponto de qualquer acontecimento da minha fortuita vida daqui pra frente.
