O #mentinistro do @mmeioambiente ontem fez críticas ao sistema #DeterB, do @dsrinpe, usando seu trivial variado de distorções e falácias. Neste fio, explicaremos por que seus argumentos são falsos usando um recurso que até o @jairbolsonaro entende: GIFs! 
Salles disse três coisas importantes ontem: 1) q o Deter não serve para computar área desmatada; 2) q há "lapsos temporais e duplicações" nos seus dados; e 3) q "supostos especialistas" fazem leitura errada deles para "causar impacto". O sujeito oculto desta frase somos nós.
Se não tivesse bloqueado o OC no Twitter e se escutasse alguém além do Evaristo Miranda, Salles saberia desde maio que o Deter não serve para estimar área desmatada. Mas serve para apontar tendências. Se o Deter diz q o desmate explodiu, a taxa oficial mostrará a mesma coisa.
Uma acusação grave feita por Salles ao sistema do Inpe é a suposta detecção de "500 casos em que a mensuração está equivocada", por "reparos no lapso temporal ou duplicidade de alertas passados". Essa alegação é...
O que Salles fez para construir esse argumento foi comparar alertas do Deter com imagens de alta resolução da empresa americana Planet, que ele quer comprar). Mas são metodologias distintas e, a rigor, não comparáveis.
A "blitz" nos dados do Deter com imagens Planet foi apresentada pelo major Olivaldi Alves, diretor de fiscalização do Ibama, cujo ato mais ilustre até agora foi demitir o fiscal q multou Bolsonaro em 2012 (Salles diz que foi um "remanejamento normal" de pessoal). Fecha parênteses
O suposto tira-teima encontrou áreas que apareciam como desmatamento pelo Deter em junho, mas que já estavam presentes nas imagens Planet antes. Daí o "erro temporal" apontado pelo ministro. Só que na metodologia do Deter isso é normal.
Por exemplo: entre janeiro e março choveu muito e vastas áreas ficaram cobertas por nuvens. Isso fez com que o Deter apontasse desmatamento muito baixo nesse período. Em maio, quando o céu limpou, o malfeito apareceu. Daí os dados mostrarem o desmate explodindo naquele mês.
Na real, naquele trimestre, esse "lapso temporal" beneficiou o governo. Não se tem notícia de o ministro ter convocado coletiva para reclamar.
Em resumo, o que o ministro e seus acólitos fazem é Flávio Bolsonaro que nos perdoe, comparar bananas com laranjas.
Para uma comparação honesta entre Planet e Deter, Salles precisaria de uma série histórica de dados da Planet, ano a ano, mês a mês. A gambiarra que ele apresentou na quarta-feira não passa de seleção de observações.
(Em tempo, o @mapbiomas já compra imagens Planet para validar alertas de três sistemas de monitoramento, o Deter inclusive. As imagens estão disponíveis de graça para o governo, numa parceria com o Ibama)
O que importa MESMO nisso tudo não é o dia exato do crime ambiental, e sim o fato de que, quando os dados do Deter indicam que o desmatamento subiu ou caiu num mês, é porque ele subiu ou caiu mesmo. A precisão do sistema é de 90%.
A alta nos alertas em julho passa de 200%, e o agregado de alertas é 40% maior do que no ano passado. A taxa oficial, a ser dada pelo Prodes, deve mostrar aumento proporcional semelhante.
sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral…
sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral…
Salles não é o primeiro ministro a ter dificuldades com o Deter. Todos eles, desde 2004, sempre bateram bumbo quando o Deter mostrava o desmate em queda e se calavam ou jogavam a carta do "não faz cálculo de área!" quando o sistema mostrava alta. Jogo jogado.
O governo Bolsonaro, porém, é o primeiro a desqualificar a instituição que produz os dados e a tentar culpar o termômetro pela febre. Sabe quem mais gostava de agir assim?
A escalada do desmatamento na Amazônia é óbvia e chocante. Se Salles gastasse combatendo o crime metade da energia que gasta combatendo os dados, as ONGs e a imprensa, talvez o problema fosse menor. O ministro precisa seguir o conselho dado por Paulo Guedes e ir trabalhar.
BREAKING: Salles e @jairbolsonaro apresentarão no Palácio do Planaldo agora à tarde a tal "análise" que mostra as "inconsistências" no Deter. Não podem ver uma vergonha que já querem passar.
