Thread by @guerra

Ontem, na calada da noite, a ALESP aprovou a Lei 1512/15 que regulamenta os esports no estado de São Paulo. O texto em si não é de todo ruim, porém tem um artigo que preocupa, pois ele permite que existam confederações esports e dá muito poder para essas orgs.

Segue o Fio:

Em 2016, uma dessas confederações organizou um torneio em paralelo com as Olimpíadas do Rio. Os vencedores iriam representar o país em um campeonato internacional que aconteceria em Jacarta.

Porém, a entidade se "descuidou" e não honrou com sua palavra

espn.com.br/noticia/653246…

Meses depois, essa mesma confederação perdeu o reconhecimento do Ministério dos Esportes do governo Temer.

Segundo o ministério, a entidade não atendia a todos os requisitos da Lei Pelé

espn.com.br/noticia/656682…

E essa mesma entidade também não é reconhecida por empresas que desenvolvem jogos e organizadores de torneios.

espn.com.br/esports/artigo…

Por falar em falta de apoio, as federações de esports que faziam parte da grande confederação, pediram o desligamento e deixaram de apoiar a "entidade máxima" por ingerência e monopólio.

espn.com.br/esports/artigo…

Mas não é só essa entidade que mete os pés pelas mãos.

Nesse ano o @gabrielpumba apurou que um dos principaos eventos do mundo chegaria ao Rio de Janeiro por intermédio da FERJEE.

O resultado?

espn.com.br/esports/artigo…

Temos inúmeros exemplos de que, nos esports, as federações e confederações estão trazendo mais prejuízo para o cenário do que benefícios.

Recentemente publicamos uma entrevista com especialistas falando de problemas com confederações.

espn.com.br/esports/artigo…

Aqui vai minha especulação baseada apenas em coisas que ouvi ao decorrer dos anos: Não existe motivo para que existam Confederações nos Esports, a não ser pela corrupção. Já vimos coisas assim na CBF, lembra?

Se a CBF, gigante como é, tem corrupção interna, imagina uma pequena?

Além disso, sendo mais honesto possível, mas os esports são, no fim das contas, uma gigantesca ação de marketing para as desenvolvedoras de jogos ou organizadoras de torneios. Isso não é um problema. O problema é usar a Lei de Incentivo ao Esporte para pagar essas ações.

Sei que os esports poderiam ser mais incentivados em regiões mais distantes do país, mas para isso acontecer, não precisa passar necessariamente pelas mãos de confederações. Existem outros gatilhos pela própria Lei Pelé para estimular os esports de outras formas.

Acho que o Brasil não precisa de mais gente querendo tirar o dinheiro de uma área que já é capenga. Os esports não precisam da Lei de Incentivo ao Esporte.

O esport precisa de um cenário econômico forte o suficiente para seguir forte e autossustentável para fomentar sonhos.