O Jogo fez hoje capa sobre a necessidade de o Sporting ter de arranjar 65M para Janeiro. Tenho muitas dúvidas de que esse valor corresponda à realidade, por quatro motivos que passo a explicar. (1/6) 
1º: O artigo baseia-se no R&C de junho e limita-se a somar rubricas do passivo corrente. Ora, a parcela Outros Credores (18,9M) corresponde na maioria a operações contabilísticas entre o grupo Sporting que não envolvem necessariamente pagamentos. (2/6)
2º: Passivo corrente são valores que vencem no prazo máximo de um ano. O R&C, sendo um espelho da situação da SAD a 30 de junho de 2019, significa que o passivo corrente inclui os valores que terão de ser pagos até 30 de junho de 2020 e não apenas até janeiro. (3/6)
3º: O artigo de O Jogo não está a considerar os valores a receber de clientes no prazo de um ano (23,4M), que reduzem as necessidades de tesouraria. Mas também não fala nas obrigações a curto prazo que a SAD tem com a banca. Assim se vê o rigor jornalístico deste artigo. (4/6)
4º De 30 de junho para cá, a atividade da SAD prosseguiu. Por um lado, houve mais encaixes com venda de jogadores (Dost, Thierry, Raphinha) do que despesas com compras; por outro, o défice operacional continuará a gerar mais encargos enquanto não for resolvido em definitivo.(5/6)
Concluindo: o número de 65M lançado por O Jogo é altamente improvável. É possível que exista um buraco que terá de ser tapado até ao final do próximo mercado (as notícias insistentes das vendas dos melhores jogadores assim o dão a entender), mas será seguramente mais baixo. (6/6)
