1. Um marcador importante da virada direitista (conservadora, liberal, cristã) da Guerra Cultural é a comparação de épocas. Na década de 1990 os discursos esquerdistas anti-capitalistas, anti-imperialistas, estatistas, coitadistas, socialistas, paternalistas colavam facilmente.
2. Qualquer reforma de previdência, privatização, mudança trabalhista, acordo comercial era um parto, e os discursos e gritarias de "entreguista", "neoliberal", "privataria", "imperialista", "explorador", "elitista" eram o suficiente para minar, adiar ou extinguir o debate.
3. Vimos isso na dificuldade das privatizações da Vale, das Telecomunicações e de inúmeras estatais (anos para vender), em quaisquer mini-reformas da previdência, ou incentivo à iniciativa privada. Lá, os discursinhos marxistas pão-com-ovo banais colavam e repercutiam rápido.
4. Rolavam inúmeras pressões na imprensa, academias e manifestações (as sindicais eram gigantescas) que matavam ou mitigavam rapidamente estas iniciativas. Mas em 2019, passados três décadas, a intelectualidade, os discursos, as consciências e imaginações mudaram profundamente.
5. O povo em massa foi às ruas em 2019 para pedir Reforma da Previdência (que piora suas condições mas que confiam no seu governo e têm responsabilidade para com as gerações futuras do país) e as Esquerdas não conseguem mais mobilizar fácil e grande como antes. E nem pagando!
6. As narrativas e discursos deles convencem cada vez menos. Vêm maciços pacotes de privatizações e basicamente não há debate contrário estatista que confronte isso (o "não passarão", "entreguista", "nenhum direito a menos" hoje, são motivos de piada e dum "Cala a boca, burro!").
7. A capacidade de convencimento esquerdista caiu muito, no confronto direto perdem sempre, e só conseguem manter (e perdendo) os meios e poderes que seus antepassados legaram a eles, algumas de suas técnicas de caos e guerra psicológica manjadas, mentiras e artimanhas batidas.
8. Estas idéias, sentimentos, linguagens, consciências, imaginações, discursos e cosmovisões direitistas conservadoras, liberais, anti-esquerdistas, anti-estatistas, anti-globalistas já adentraram nos vários tecidos, nichos e camadas sociais, e continuam avançando; e sem parar.
