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Lugares assustadores de Belém do Pará - Modesta Thread

Resolvi fazer uma lista de alguns dos locais mais assustadores de Belém, seja pela sua história de assombração, seja pelos fatos estranhos que os rodeiam.

A lista ficará em constante atualização.
1. O antigo necrotério da Feira do Açaí

Na Feira do Açaí, no ângulo da feira com o cais, tem um prédio bonitinho, que durante anos abrigou um necrotério – um dos primeiros da cidade – e dos mais movimentados. Era ali que depositavam os afogados que vinham de todas as partes.
Antigamente, não era incomum ir fazer compras cedinho na feira e se deparar com um corpo estendido na pedra, aguardando as autoridades chegarem para os procedimentos necessários. Os curiosos paravam para admirar a morte, enquanto se abasteciam de comida.
Muitos feirantes dizem que, ainda hoje, anos após sua desativação, podem ser vistos vultos dos antigos afogados que circulam para feira, principalmente nas primeiras horas da madrugada, quando o local ainda está vazio de clientes.
2. Bairro da Campina/Theatro da Paz e o cemitério esquecido

O bairro da Campina - justamente onde moro - foi erguido por cima de um antigo cemitério, criado durante um violento surto de varíola que vitimou milhares de belenenses, em 1756.
Talvez superdimensionado no início, dado o trágico de tantas mortes, o cemitério foi caindo em desuso até virar um descampado quase esquecido.

Por cima dele foi erguida a praça da República e o Theatro da Paz.
Por conta do antigo cemitério, era comum que ossadas fossem achadas durante reforma de imóveis nas redondezas. Inclusive, se acredita que o nome do Theatro seja uma homenagem ao nome do antigo cemitério, que se chamava Cemitério da Paz.
Talvez isso explique as inúmeras histórias de vultos e presenças estranhas que sempre são relatadas pelos frequentadores do Theatro da Paz, uma mais assustadora do que a outra.

Verdade que poucos têm coragem de ficar nos bastidores do Theatro depois de determina hora.
3. Ed. Manoel Pinto da Silva

Definitivamente, o Ed. Manoel Pinto da Silva tem energias inexplicáveis. Pela sua localização, é fácil perceber que o edifício, inaugurado em 1951, foi construído por cima do antigo cemitério da Campina, o que talvez explique muita coisa.
Na década de 70 funcionava um bar no seu 26º andar, que hoje está desativado. Da mesma forma, há um andar inteiro desocupado, mas nada disso impede que sejam escutados barulhos, vozes e música vindos de lá. Obviamente, quando se vai investigar, nada se encontra.
4. Casa das Onze Janelas

A casa já foi morada de um senhor de engenho, hospital e prisão. Seguindo sua sina, a Casa serviu de prisão a presos políticos durante a Ditadura Militar. Os frequentadores mais assíduos dizem que a energia do local é péssima.
Por vezes, ainda é possível escutar os gemidos e gritos de dor vindo das grossas paredes, talvez ecos perturbadores de um passado nada distante. Há também muitos relatos de vultos que vagam angustiados pelos corredores, como se querendo fugir de algum sofrimento.
5. Espaço São José Liberto / Antiga Prisão

O Espaço São José Liberto, ou Polo Joalheiro, funciona no que já foi uma tenebrosa prisão, lugar de violentas rebeliões e mortes. O espaço foi erguido em 1749, para servir de capela aos frades capuchinhos.
Acabou abandonado quando da expulsão dos jesuítas do Brasil, mas não demorou a ser rapidamente ocupado pelo governo brasileiro. e passou a ter vários usos: olaria, quartel militar, depósito de pólvora, hospital e, por fim, cadeia pública.
Foram 150 anos como prisão, geradora de desconforto à população das cercanias, que não aceitava a prisão encravada bem no centro urbano. A cadeia foi desativada somente em 1998, após sequentes ondas de rebeliões violentíssimas que abalaram Belém.
Em 2002 ressurgiu o atual espaço. Dizem que o projeto paisagístico, com diversos cristais espalhados, pretendia abrandar a sina dos que aqui padeceram. Basta ler os relatos do Memorial da Cela para entender quão cruel era viver atrás dessas grades.
Mesmo com os gigantescos cristais que adornam o Jardim da Liberdade, há quem jure ouvir, tarde da noite, vozes dos antigos aprisionados implorando por um gole de água, pelo amor de Deus, ou clamores por libertação dos tantos homens que morreram ali sem nunca terem sido livres.
6. O quartel do 1º BPM

Também no bairro da Campina, o prédio foi local de diversas atrocidades. São famosos os relatos de tortura a prostitutas, criminosos e presos políticos em seu interior, principalmente durante a Ditadura Militar.
Prostitutas que ainda frequentam a área relatam que as mulheres do entorno eram submetidas a lavagens íntimas com produtos de limpeza fortíssimos, causando horrendas queimaduras. Presos comuns e políticos eram obrigados a respirar fumaça de escapamento de veículos.
Diversos fatos assombram o prédio. Em 2011, no CasaCor Belém instalado no local, um elevador panorâmico despencou com diversas pessoas dentro – felizmente, sem vítimas fatais.

Ainda no mesmo evento, houve o desabamento de uma caixa d´água, o que quase acabou com a instalação.
Além de diversos avistamentos e relatos escabrosos sobre sons, sensações e sumiço de materiais. Os relatos que circularam entre os trabalhadores eram de profundo pavor, e muita gente ficou doente nessa época, se afastando do CasaCor.
7. Palacete Bibi Costa

Construído entre 1904-1906, o Palacete Bibi Costa está localizado na esquina da Avenida Governador José Malcher com rua Joaquim Nabuco, sendo um dos prédios mais bonitos da cidade. Contudo, em época anterior, o local era de guarda e tortura de escravos.
Aqui, os relatos são tenebrosos: são escutadas vozes, gritos e pedidos de socorro; as portas batem, móveis de movem sozinhos, objetos são derrubados. Muitos dos avistamentos se referem a negros que clamam por água e liberdade.
Um dos pontos altos do Bibi Costa é seu elevador, inovação inimaginável para a época. Acontece que o elevador só se movimenta se houver demanda manual, e, mesmo assim, é comum que ela suba e desça sem qualquer chamado, principalmente tarde da noite.
Fato curioso: em 1989, o Bibi Costa abrigada a Secretaria de Planejamento do Estado.

O secretário era meu tio, Amilcar Tupiassu, que morreu de forma repentina e sem qualquer aviso, logo após breves meses de trabalho no local.
Em seguida, no mesmo ano, e da mesma forma repentina, morreu o seu chefe de gabinete, um senhor chamado Hesketh.

E, para completar a tríade de mortes inexplicáveis do Bibi Costa, no ano seguinte faleceu Odineia Caminha, que substituiu meu tio na secretaria.
As três mortes, apesar de terem sido por causas naturais, só reforçaram o aspecto macabro do Palacete. Ainda mais porque os três ficavam até tarde trabalhando e tinham relatos terríveis. Ainda lembro dos relatos de meu tio acerca das diversas coisas que presenciou no local.
9. Palacete Bolonha

O Palacete Bolonha foi projetado como prova de amor pelo engenheiro Francisco Bolonha para sua amada esposa, Alice Tem-Brink.

Erguido em 1095, o prédio tinha tudo de mais moderno que poderia haver em uma construção da época, inclusive uma luxuosa banheira.
Após a morte dos donos, o Palacete vagou sem novos proprietários até ser ocupado pelo Município – que, contudo, não consegue emplacar nenhum uso para o local.
Os relatos de assombração são terríveis.
Há relatos envolvendo avistamentos, principalmente a esposa de Bolonha, quase sempre se banhando no banheiro principal do Palacete, que tinha água quente e a tal banheira. Não são raros os casos de marmanjos que saem correndo do local, com medo, após verem a mulher.
10. A casa Bolo de Confeitar

Este antigo sobrado ficava na esquina da Padre Eutíquio com Mundurucus. Ganhou o apelido por suas características arquitetônicas, cheia de rococós, que chamava a atenção pela beleza, quase em frente à Praça Batista Campos.
A história do local é triste: os proprietários sofreram um terrível naufrágio, em um dia de lazer, sendo que diversas pessoas da família morreram. Destroçados, venderam a casa e sumiram no mundo. Acontece que a casa nunca mais foi a mesma.
A casa foi comprada pela família Rôla.

No último andar da casa havia uma piscina instalada. Um dia, todos estavam no térreo quando a filha bebê da família sumiu. Foi encontrada afogada na banheira, sem qualquer explicação de como conseguiu subir, pois ela mal andava.
Nunca houve paz naquela esquina.

A casa bonita gradativamente foi descaracterizada, virou loja, repartição pública, shopping popular, mas nada dava certo. Pessoas adoeciam, se acidentavam, e até um incêndio ocorreu no local. Hoje há uma faculdade, mas ainda há relatos de vultos.
11. Cemitério de Santa Isabel

O Cemitério de Santa Isabel é o maior da cidade, no bairro do Guamá. É praticamente um mar de mármore, com cruzes e estátuas se projetando na vista.

Seus túmulos refletem histórias terríveis de mortes e vida após túmulo, como a mulher do táxi.
Josefina Conte, morta muito cedo, que acorda nas noites de seu aniversário e passeia por Belém reconhecendo a cidade. Depois, pede que o pagamento seja recebido na casa de sua família.

Somente aí o motorista descobre que a passageira está morte, numa mítica que é marca de Belém
Andar pelas alamedas do cemitério é descobrir histórias fascinantes. Conversar com os coveiros leva a gente por mortes e avistamentos que não deixam ninguém em paz.
12. Cotijuba

Cotijuba é uma das 42 ilhas que integram o arquipélago de Belém. A ilha abrigou durante anos o afamado Educandário Nogueira de Farias, uma Colônia Reformatória para meninos e meninas abandonados ou delinquentes.
Em tempos pré-ECA, a solução mais simples para o ‘problema’ da delinquência infantil era enviar os pequenos para uma ilha isolada, onde ficavam à mercê de guardas e cuidadores violentos e, não raro, abusadores.
Os relatos de crueldades no Educandário são de fazer regelar os ossos, de crianças espancadas a quase morrer, ou vítimas dos piores maus tratos. Muitas delas eram largadas para passar o dia nas matas, eis que não podiam fugir. Muitas se afogaram tentando fugir.
As ruínas do antigo prédio permanecem firmes, logo em frente ao porto. É fácil imaginar os refeitórios e dormitórios, assim como a dor de crianças jogadas à própria sorte no que chamavam inferno verde.
Gente, por hora é só.

Ainda falta pesquisar alguns locais, e assim que tiver tempo de atualizar a thread, vou fazendo.

Quem quiser ajudar também com dicas, manda aí nos comentários e saio atrás dos fatos e informações.
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