Paper recém SUBMETIDO (04/04) sobre os efeitos da Hidroxicloroquina para o New England Journal of Medicine (top journal da área).
Resultados: Não houve benefícios da hidroxicloroquina na melhora da mortalidade (p=0.196) e na reconstituição de Linfócitos (0.413). Segue.
Resultados: Não houve benefícios da hidroxicloroquina na melhora da mortalidade (p=0.196) e na reconstituição de Linfócitos (0.413). Segue.
Os pesquisadores fizeram um quasi-experimento aleatório. Pegaram 63 pacientes de Detroit que já estavam hospitalizados.
Dividiram esse total de 63 pacientes pacientes em dois grupos: 32 usando HidroxiClororquina e 31 com cuidados padrões.
Dividiram esse total de 63 pacientes pacientes em dois grupos: 32 usando HidroxiClororquina e 31 com cuidados padrões.
Os grupos eram bastante similares. Tinham pré-condições (comorbidades) semelhantes, mesma faixa etária etc. A única diferença era que mais mulheres no grupo do tratamento.
Grosso modo, a Tabela 1 mostra isso (p-valor acima de 0.1, significa que não há diferença entre os grupos).
Grosso modo, a Tabela 1 mostra isso (p-valor acima de 0.1, significa que não há diferença entre os grupos).
Comparando esses grupos eis os resultados.
Resultados 1: a hidroxicloroquina, na melhor das hipóteses, não pareceu ter um efeito benéfico nas medidas clínicas significativas de mortalidade (p=0.196) e na reconstituição de Linfócitos (0.413).
Resultados 1: a hidroxicloroquina, na melhor das hipóteses, não pareceu ter um efeito benéfico nas medidas clínicas significativas de mortalidade (p=0.196) e na reconstituição de Linfócitos (0.413).
Além disso, a administração de hidroxicloroquina foi associada à necessidade de aumento do nível de suporte respiratório em comparação com aqueles que não receberam hidroxicloroquina em 5 dias (p = 0,013).
A table 2 mostra esses resultados.
A table 2 mostra esses resultados.
Por fim, os pesquisadores finalizam. "Recomendamos uma prescrição mais criteriosa da hidroxicloroquina no cenário da SARS-CoV-2 antes que uma análise maior possa ser concluída."
Como os autores mesmo mencionam, a falta de verdadeira randomização é a fragilidade deste estudo.
Mas eles utilizam uma subamostra pra mitigar essa possível fragilidade e chegam em resultados semelhantes.
Mas eles utilizam uma subamostra pra mitigar essa possível fragilidade e chegam em resultados semelhantes.
Como, obviamente, não sei as peculiaridades das pesquisas médicas, nem dizer com facilidade o porquê esse experimento seria inválido, posso ter perdido algum ponto.
Espero ter ajudado. E se eu deixei algo importante de lado, let me know! :)
Espero ter ajudado. E se eu deixei algo importante de lado, let me know! :)
Também dizer que não há torcida. Pelo contrário, se há torcida é pra que haja um remédio.
Mas temos que ser fiéis aos dados e à ciência, antes de tudo.
Mas temos que ser fiéis aos dados e à ciência, antes de tudo.
