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Com a crise política, a agenda pró mercado e liberal perde espaço.

Fica em 2° plano a reforma tributária e administrativa, ganha força o "Pró-Brasil", um programa desenvolvimentista.

Vamos lembrar a última vez que o Brasil tentou isso. O Programa de Aceleração do Crescimento.
O PAC foi lançado em 2007, no segundo governo de Lula.

A ideia era acelerar o crescimento médio de 3,5% nos 4 anos anteriores.

A fórmula tinha o estado como motor do desenvolvimento. Seriam investimentos R$ 500 bilhões até 2010 em infraestrutura para estimular investimento.
A ideia parecia ter sentido. O investimento no Brasil era baixo, comparado inclusive com países emergentes.

Enquanto investíamos, em média 19% do PIB, Chile, Colômbia, México e Peru investiam, em média, 24%.

Aumentar o investimento, aumentaria a produtividade e o crescimento.
Fonte: Penn World Table, IBGE
Para saber se o programa foi um sucesso, basta ver o que foi entregue dentre o que foi prometido.

Até 2016, apenas 17% das 29 mil obras anunciadas foram concluídas no período previsto.

O TCU apontou irregularidades em 30 das 99 obras fiscalizadas e 13 deviam ser paralisadas.
A maior obra do programa, a Refinaria Premium 1, no Maranhão, é um exemplo.

A Premium I seria a maior refinaria de petróleo do mundo. Orçada em R$ 41 bilhões, o projeto consumiu R$ 2 bilhões, mas fez-se pouco mais que a delimitação do terreno e foi abandonado pela Petrobrás...
E claro, a taxa de investimento não aumentou. Em 2007, a taxa de investimento estava perto de 19%, aumentou para 21% entre 2010 e 2012 , mas despencou em seguida para 16,4% em 2016.

Quem investe em um país sem segurança jurídica e com o sistema tributário mais complexo do mundo?
Mas o programa não deu todo errado.

Ao anunciar a iniciativa, Lula atribuiu à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o papel de mãe do PAC.

Em 2010, ela foi eleita. E continuou apostando nessa ideia e lançou o PAC II para continuar nessa estratégia desenvolvimentista.
As políticas do PAC I e depois do PAC II, junto com os subsídios custaram caro.

A inflação atingiu 10,6% em 2015 assim como a Selic que voltou para 14,25% no mesmo ano.

Tudo isso porque a a principal agenda foi deixada de lado. As reformas que o Brasil precisava.
Mas vale lembrar que a culpa não é exclusiva do governo. A resistência ao PAC foi quase nula, principalmente entre os líderes empresariais.

O presidente da FIESP, Paulo Skaf, do Conselho Nacional das Indústrias, Armando Monteiro, e da Anfavea, Rogério Golfarb, aplaudiram de pé.
Aliás, coisas que eles sempre fizeram. Sempre aplaudiram os subsídios do governo para indústria, e os tratamento especial pra eles.

A culpa é do governo, mas eles foram aplaudidos por esses setores.

Quando falarem do Pró-Brasil, basta relembrar esse passado.
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