"Uso ritual da ayahuasca durante o tratamento de doenças físicas graves: um estudo qualitativo" – o doutorado de @lucasomaia em Ciências Médicas na @unicampoficial que tive a satisfação de orientar – está disponível no repositório da universidade: repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP…
Existe um potencial terapêutico para a ayahuasca que é ainda menos explorado do que em outras áreas: a interação do uso do psicodélico com a presença de doenças físicas. Há literatura sobre isso, mas ela ainda é bastante incipiente.
Vejam os objetivos gerais e específicos do estudo, que usou de metodologia qualitativa – focada em analisar opiniões/perspectivas humanas. O estudo mirou em entender como as pessoas que tiveram doenças graves e bebiam ayahuasca compreendiam a interação entre as duas coisas.
Como se pode ver por esse resumo dos métodos utilizados, o estudo – e isso é bem importante que fique claro – não nos permite afirmar se a ayahuasca funciona ou não como tratamento de doenças físicas.
O central aqui é o que pensam os entrevistados e a influência em suas vidas.
Os participantes foram 7 mulheres e 7 homens bebedores de ayahuasca de variadas idades, diagnósticos clínicos e tradições ayahuasqueiras.
O projeto, evidentemente, foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNICAMP e o anonimato dos ayahuasqueiros é e será rigorosamente preservado.
Não vou detalhar aqui os resultados – a ideia aqui é divulgar o trabalho, para que vocês o leiam – mas vocês podem dar uma olhadinha no interessante mapa temático que o Lucas fez.
O artigo da tese já foi enviado a um periódico internacional e esperamos que seja publicado logo.
Para não deixar vocês sem respostas, vale comentar que estes resultados nos permitiram concluir que é bastante provável que o uso da ayahuasca possa funcionar como uma espécie de facilitador psicológico no enfrentamento e re-significação da experiência de se ter doenças físicas.
Por fim, é sempre bom lembrar que nenhum projeto científico acontece sem apoio e rede.
Estes são os agradecimentos aos colaboradores deste projeto.
Vale destacar a profunda gratidão aos participantes entrevistados e as graças à combalida @CAPES_Oficial.
Se você se interessou, clique aqui e leia o texto do @lucasomaia.
Claro que eu sou suspeito, mas eu acho o texto muito bem-escrito. Recomendo!
A @Folha precisa tomar cuidado com o jornalismo declaratório, ainda mais ao trazer um artigo de outra mídia. Estou marcando o @folha_ombudsman aqui para que esteja ciente.
A matéria citada saiu no TMZ, um site americano de entretenimento, e a tradução do título é: "Médico da ketamina diz :'Não culpem a ketamina... ainda é um tratamento efetivo'".
"KETAMINE M.D. SAYS DON'T BLAME THE KETAMINE... Still an Effective Treatment" tmz.com/2023/12/19/mat…
Quem me segue sabe que eu combato o sensacionalismo em relação às drogas, especialmente a sua satanização por si mesmas. Para entendermos o uso problemático delas, temos que olhar muito antes para as pessoas do que para as substâncias. Mas também precisamos entender seus riscos.
Oi pessoal, eu gostaria de falar um pouquinho para vocês sobre a morte do ator americano Matthew Perry, o Chandler da série "Friends". Vocês devem ter visto recentemente as informações sobre a causa da morte dele ter sido pelo uso de ketamina.
Antes de continuar, é importante alertar que esse #cordel tem gatilhos relacionados a ansiedade, depressão e uso problemático de drogas.
A ketamina é um anestésico com características psicodélicas dissociativas, cujo nome científico que a gente usa na Medicina é cetamina. Ela vem sendo utilizada de maneira off-label, ou seja, que não está prevista na bula do medicamento, para o tratamento da depressão.
Isso saiu na @Nature no mês passado, mas só vi hoje, e ainda assim eu acho que vale a pena reportar: há uma crise na ciência, e ela afeta a saúde mental dos cientistas. A principal causa, segundo o artigo? A cultura tóxica da carreira. Segue o #cordel aí.
O título do texto é "Há uma crise de saúde mental na ciência - a cultura de pesquisa tóxica é a culpada". O texto informa que pesquisadores relatam altas taxas de ansiedade e depressão, chamando a atenção para a necessidade de mudança antes que seja tarde demais.
Estudantes de pós-graduação e pesquisadores enfrentam diversos desafios, desde baixos salários até assédio e discriminação. Alguns estudos recentes mostram que essas pressões têm impacto direto na saúde mental dos cientistas.
Sobre a tragédia evitável do advogado criminalista que morreu pelo disparo de sua própria arma causado por um aparelho de ressonância magnética, me pergunto: por quê?
Consta que Leandro Mathias de Novaes recebeu e assinou o termo de que informava sobre os riscos do magnetismo.👇🏼
Consta também que ele retirou a munição extra que levava(um pente com trinta balas – e eu também me pergunto pra que ele portava tudo isso de munição) e entregou para a equipe responsável.
Mas, por alguma razão, Leandro decidiu não retirar e entregar sua pistola carregada. 👇🏼
Ao se aproximar do aparelho para falar com sua mãe, que era quem fazia o procedimento, a arma, que estava oculta, foi atraída pelo campo magnético da máquina e bateu no aparelho, onde ficou aderida, mas não sem antes disparar e ferir o advogado, que faleceu 19 dias depois. 👇🏼
Sou um cético fascinado com os fenômenos aéreos não identificados (FANI), o 'rebranding' dos OVNI. Não sei o que são, mas acho que já tá na hora de se estudar o fenômeno a sério. No #cordel, o resumo deste artigo da Scientific American sobre o tema. scientificamerican.com/article/scient…
O artigo discute o aumento recente de interesse governamental nos EUA em estudar fenômenos aéreos não identificados (FANIs, antes chamados de OVNIs). A Agência de Inteligência Nacional dos EUA lançou um relatório não classificado sobre FANIs para o Congresso em 12 de janeiro.
Futuros relatórios serão apresentados anualmente. Além disso, a NASA criou uma equipe de estudo de 16 membros para melhorar o entendimento científico sobre os FANIs. Há também uma ampla variedade de esforços privados de pesquisa.
Já foi aprovado prescrever MDMA e psilocibina na Austrália!
Essa novidade pegou desprevenida a comunidade psicodélica mundial. A Austrália será o primeiro lugar do mundo em que a prescrição terapêutica destes dois psicodélicos será legal.
Em uma decisão inovadora e fora do radar para os estudiosos, a Therapeutic Goods Administration (TGA), o equivalente australiano da ANVISA, autorizará a prescrição do psicodélicos psilocibina e do entactógeno MDMA para fins terapêuticos, por psiquiatras. tga.gov.au/news/media-rel…
A partir de 1º de julho de 2023, medicamentos que contêm as duas substâncias poderão ser prescritos por psiquiatras autorizados. As prescrições terão que sere direcionadas especificamente para o tratamento de dois transtornos mentais.