A cura é pior que o problema mesmo? Essa é a ideia que muitos tentam passar. De que, se não houvesse lockdown, nós não teríamos uma crise desse tamanho.
Será mesmo?
Você deixaria de ir lá? Pode ser que isso não seja suficiente...
Aí você volta no dia seguinte e ouve falar que mais um morreu pelo mesmo motivo.
Você voltaria ao restaurante? Acho que não, né?
A vigilância sanitária decide fechar o local.
O restaurante ficou vazio pela proibição da vigilância sanitária, ou pelo medo de morrer das pessoas?
Mas isso é uma analogia. E, por definição, analogias são imperfeitas. Então a pergunta mais real é:
- Se todos os negócios pudessem reabrir amanhã, se festas, baladas, restaurantes e escolas abrissem, você iria normalmente?
Ou seja, não parece ser o lockdown, mas o choque do vírus - O MEDO DE SE CONTAMINAR E MORRER COMO NO RESTAURANTE - que faz as pessoas agirem diferente.
Lembre-se que um empresário quando abre um negócio tem custos variáveis maiores.
Se ele operar em uma capacidade muito baixa, é melhor ficar fechado do que abrir vazio. Há prejuízo em ambos os casos, mas abrir vazio seria maior.
Porque há 2 coisas que nós não internalizamos nos nossos comportamentos:
1. A necessidade de parar o contágio no início para não sobrecarregar o sistema de saúde.
Isso significa que - QUANDO NÃO INTERNALIZAMOS ESSAS QUESTÕES - nos precavemos menos do que o ideal. Por isso o lockdown.
Mas temos que ir além da intuição. Para isso há os estudos...
E essa foi a conclusão de alguns pesquisadores, no artigo Is the Cure Worse than the Problem Itself?
Eles estudam regiões que foram + e - rígidas nas medidas.
É ilusão achar que a culpa é do lockdown. A intuição não diz isso. Os dados não dizem isso. Só quem diz é quem quer politizar a crise.