Quantos corpos sem vida tu já viu ao vivo? Quantas pessoas sendo mortas tu já viu ao vivo? Quantos gritos de dor assustadores de outras pessoas a sua mente tem armazenada? Quantos corpos tu carregou favela a baixo? Quantas vezes limpou sangue na sua porta? Eu, muitas!
Quantas vezes você sem estar fazendo nada de ilegal, se arrepiou e entrou em alerta máximo ao passar pela polícia? Nós, todo dia. Quantas vezes você literalmente achou que ia morrer aquele dia? Pois é, aqui nos becos e vielas da favela acontece muitas vezes...
Quantas vezes tu nem dormiu, literalmente em oração e alerta, torcendo para que sua casa não seja atingida por um tiro, em meio a escuridão consequente do transformador de energia que já foi atingido. Agarrado com suas crianças deitados no chão da casa? Pois é. Aqui é toda hora.
Quantas vezes você literalmente desligou da vida e começou a monitorar todos os grupos que você participa, pois chegou a notícia de que uma pessoa foi atingida (muitas vezes crianças) e você desesperadamente busca saber quem é torcendo para não ser seu filho ou filha? Pois é...
Da para ficar aqui o final de semana inteiro, colocando situações que confrontam que mais do que ficarmos falando que “aqui não dá”, devemos também pressionar ainda mais sobre “o que fazer?” no hoje!
