O trabalho foi feito com um número pequeno de pessoas e deixou de medir alguns parâmetros. Ainda assim, traz alguns resultados interessantes
os autores comparam 37 pacientes assintomáticos com 37 que apresentaram sintomas. no geral, notam que assintomáticos tiveram uma resposta imune mais fraca.
os níveis de IgG em assintomáticos foram bem mais baixos do que em sintomáticos. Alem disso 40% dos assintomáticos ficaram negativos para IgG, contra 13% dos sintomáticos, no início da fase de recuperação.
Alguns assintomáticos mostraram lesões nos pulmões. Os assintomáticos também continuaram testando positivo para o virus por mais tempo do que os sintomáticos, mas os autores nao testaram a viabilidade do virus entao nao podemos concluir que estao transmitindo.
Após oito semanas, os títulos de anticorpos no grupo sintomático ainda era mais alto do que nos assintomáticos. mas ambos cairam. a quantidade de anticorpos neutralizantes tb caiu. e caiu mais no grupo dos assintomáticos. e finalmente mais assintomáticos negativaram.
em resumo, o que preocupa no estudo é que a quantidade de anticorpos parece cair apos 2-3 meses. Isso tem implicações para o tao falado passaporte de imunidade mas não necessariamente quer dizer que estaremos suscetíveis a uma reinfecção.
Além disso, nao conseguir detectar anticorpos nao quer dizer que as celulas B de memória nao estejam lá, prontas para montar a resposta imune quando necessário
outro ponto importante é que os anticorpos neutralizantes ainda estavam lá. e são esses que interessam. Outro paper tb publicado ma Nature pesquisou anticorpos em soro de convalescentes
Esse trabalho mostra que a quantidade de anticorpos encontrada em pacientes que se recuperaram realmente não é grande. mas apesar disso, os anticorpos neutralizantes presentes foram muito potentes para neutralizar o virus.
mostrando que talvez mesmo uma pequena quantidade de anticorpos neutralizantes seja suficiente. Esses anticorpos ligavam exatamente no sítio de ligação do receptor. Isso quer dizer que uma vacina que use esse antigeno como alvo tem grandes chances de dar certo
Esses resultados sugerem que precisamos desenhar vacinas que produzam esses anticorpos neutralizantes para o sitio receptor, e que provoquem uma boa resposta celular. E que de preferência provoque uma reposta mais agressiva do que a imunidade natural.
também sugerem que o passaporte da imunidade, principalmente se for feito com testes rápidos de baixa sensibilidade, não sao uma boa ideia.
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Como a coluna do Globo só sai às segundas, e o assunto pede esclarecimento, um pouco de informações sobre a Omicron por aqui. O números de mutações chamou atenção, mas nao é preocupante em si, é necessário averiguar o que essas mutações representam.
Se sao capazes de tornar a Omicron mais transmissível e com escape de vacinas. A má notícia é que algumas mutações sao velhas conhecidas nossas, e fazem exatamente isso, entao é provável que seja. Ao mesmo tempo, nao sabemos ainda se é mais transmissível do que a delta,
ou se vai perder a competição como aconteceu com a beta, que era bem preocupante por causa do escape de vacinas mas que nao conseguiu competir com a delta, que era mais transmissível. Quanto ao escape, a Omicron apresenta mutações de escape que precisam ser testadas,
Now with subtitles for my English-speaking friends, this was my reply when, during my deposition at the Brazilian Senate as an invited science communicator, I was asked why I had signed a Jewish manifesto against the government...
This has become very timely now that we learned that Prevent Senior, a large private healthcare provider, is facing serious accusations of fraud, ethical misconduct and using humans as guinea pigs to promote unproven medications endorsed by Bolsonaro.
History has already taught us what happens when good people do nothing because they just don't believe that anything that evil could really be happening. We can't afford to make this mistake again.
A "constelação familiar" e chamado "direito sistêmico", este ultimo inventado e registrado no Brasil, ganharam força essa semana por conta de uma iniciativa da @ufpeoficial . Compartilho com vcs texto do @carlosom71 sobre o assunto, mostrando os ABSURDOS desta prática.
A @ufpeoficial justifica o uso desta prática por sua presença no PNPIC e no Judiciário. Como já falamos diversas vezes, esse é o preço que se paga por legitimar pseudociência nos órgãos oficiais. A evidencia em si, ou o potencial de causar mal, nao interessa,
Vacinas de DNA sao um sonho antigo de todo mundo que trabalha com desenvolvimento de vacinas, e até agora existiam só na medicina veterinária. Sempre tiveram problemas principalmente para delivery - a entrega nas células - que nao funciona tao bem como as de mRNA por injeção.
No LDV - Lab de Desenvolvimento de Vacinas do ICB, onde eu colaboro, a estratégia é usar eletroporaçao, para dar choquinhos na pele, e "forçar" a entrada do DNA. Esta vacina da India usa estratégia parecida, também com entrada pela pele.
é importante esclarecer mais uma vez que vacinas nao sao mágicas, e que nao devem ser a unica estratégia na contenção da pandemia. Usei novamente a analogia do goleiro para explicar por que quando tem muita bola chegando no gol - muito virus circulando - o goleiro/vacina falha.
Além disso, chamei atencao para a necessidade de se discutir uma terceira dose para idosos, sabendo que é natural que a imunidade caia com a idade. Isso precisa ser discutido, mas com estratégia. Uma terceira dose protegerá mais os idosos? Pode ser, mas vacinar os jovens também,
já que ao vacinar os jovens, crianças e adolescentes, estamos reduzindo a circulação do virus, e assim também protegendo os idosos. Com a diferença de que estaremos protegendo também os jovens. Em uma situacao ideal, essa discussão nao seria necessária,
Adicionando meus comentários aos da @dogarrett e @PauloLotufo . Se o trabalho da @binerighetti e @estevaogamba apontou erro humano OU erro no Datasus, ambos sao quebras de protocolo que precisam ser corrigidos.
Antes de atacar loucamente os EXPERIENTES jornalistas científicos e de dados, pensem um pouco o que vcs falariam pras pessoas que receberam vacinas de um lote suspeito. Ah, nao se preocupe nao, deve estar tudo certo, é só erro no sistema, relaxa! Sério? é assim?
Assim que se lida com quebras de protocolo? Pode bem ser - até provável - que ninguém realmente recebeu vacina "vencida", até porque os prazos de vencimento sao conservadores. Mas protocolos existem justamente para garantir seguranca. Se nao temos certeza, tem que revacinar.